Sobreviventes do Campo de Ebensee, Áustria (06-15 de maio de 1945) . Crédito - Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, cortesia de Fred Anderson |
O MIS - Instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo - remonta a história do Holocausto com uma exposição sensorial inédita, elaborada em dois atos. A mostra, que abriu para o público no dia 09 de março, leva aos visitantes o registro histórico da Segunda Guerra Mundial e do terror impelido ao povo judeu ao percorrer os ambientes, locais e cenários marcantes que compõem a trajetória do personagem central, desde sua adolescência até a chegada ao Brasil.
No primeiro andar, A tragédia do Holocausto: a vida de Julio Gartner apresenta o que foi o Holocausto por meio da história real de um sobrevivente: Julio Gartner. Polonês radicado no Brasil, ele faria 100 anos em 2024.
No segundo ato da mostra, uma homenagem especial a alguns personagens denominados Anjos do Holocausto, cidadãos comuns que se dedicaram à ajuda de judeus perseguidos e presos - dentre eles o alemão Oskar Schindler, o britânico Nicholas Winton e a brasileira Aracy Guimarães Rosa.
“O Holocausto foi um evento único na história, em que um Estado organizou de forma industrial o extermínio de um povo. O que o diferencia de qualquer evento histórico é a organização: ferrovias foram criadas, campos de extermínio foram construídos. Foi desenvolvida uma forma eficiente para assassinar pessoas, com o gás Zyklon B (pesticida à base de ácido cianídrico e nitrogênio). Funcionários públicos foram contratados para matar pessoas, com todo investimento estatal. Isso tudo só foi possível porque parte considerável do mundo (França, Romênia, Polônia, Alemanha) colaborou com esse processo, denunciando pessoas, destruindo casas e sinagogas”, afirma o curador e diretor-geral do MIS, André Sturm.
“Nas palavras de Anne Frank em seu célebre diário, ‘o que é feito não pode ser desfeito, mas podemos prevenir que aconteça novamente’. Esse é o nosso maior objetivo com a exposição”, completa.
A exposição reproduz - utilizando cenografia, vídeos, fotos, sons e efeitos - pontos e locais marcantes na história do Holocausto (Gueto de Cracóvia; câmara de gás em Auschwitz; vagão de trem que levava aos campos de extermínio; crematório de Melke; túneis e minas de Ebensee, entre outros). A mostra apresenta ao público fotografias e objetos originais cedidos pelo United States Holocaust Memorial Museum, entre outras instituições.
“A ascensão do nazismo na Alemanha, carregada de ódio e preconceito, aliada à xenofobia da superioridade da raça ariana, desembocou no Holocausto, o genocídio judeu, palavra criada após a Segunda Guerra Mundial que significa a destruição de um povo e sua cultura. Que este triste exemplo sirva de lição para que sejam combatidas todas as ameaças às liberdades individuais e que os discursos de ódio sejam eliminados pela raiz, antes que cresçam e se espalhem”, diz Marcio Pitliuk, cocurador da exposição.
Anjos do Holocausto
Nicholas Winton com sua Bárbara |
O segundo andar do MIS se dedica a apresentar a história de sete pessoas extraordinárias que contribuíram para salvar inúmeros judeus na Europa. Dentre eles, estão o alemão Oskar Schindler (retratado no filme ganhador do Oscar A lista de Schindler, de 1993), a brasileira Aracy de Carvalho, além do inglês Nicholas Winton - que também tem sua trajetória contada no filme Uma vida: a história de Nicholas Winton, interpretado por Anthony Hopkins, e previsto para estrear dia 14 de março nos cinemas brasileiros.
Serviço
Exposição A tragédia do Holocausto: a vida de Julio Gartner
Período - de 09 de março a 21 de abril
Visitação - terças a sextas, das 10h às 19h, sábados, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 18h
Local - Museu da Imagem e do Som - MIS - 1º e 2º andar
Endereço - Avenida Europa, 158 - Jardim Europa - São Paulo
Ingressos - R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Ingresso gratuito às terças e para crianças até 7 anos
Classificação - 16 anos
Mais informações 11 2117-4777 e no site aqui
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