Se, para muitos, a quarentena está parecendo um roteiro de terror, e não dos melhores, buscar literatura de terror pode ser uma ótima terapia. Segundo AT Sergio, que acaba de lançar seu primeiro livro unindo ficção e terror para o público juvenil, a leitura de temas mais densos pode ser uma forma de aliviar o estresse causado pelo medo da realidade
Que existe muita gente descontente com a realidade que estamos vivendo, isso já sabemos. O que talvez seja novidade, é que buscar o susto e a expectativa nas páginas dos livros, pode ser uma forma de aliviar o estresse, causado por essa sensação de impotência que podemos sentir, muitas vezes, com relação ao isolamento social e à pandemia do novo Coronavírus.
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AT Sergio. Foto Divulgação |
Para AT Sergio, escritor romancista que lançou recentemente “Eles”, seu primeiro livro com uma mistura terror e ficção científica para o público infanto-juvenil, e ambientado totalmente no Brasil, à venda online na Amazon, a leitura de terror pode ser uma ótima forma de liberar a adrenalina e relaxar por um tempo. E, para quem pensa que é preciso buscar títulos lá fora, ele lembra que a literatura brasileira também tem seus clássicos.
“Basta lembrar”, afirma AT, “de Alvares de Azevedo, que inaugurou o gênero no Brasil com a sua coletânea Noite na Taverna, de 1855, ou de Aluísio Azevedo, com sua novela Demônios, de 1893”. Outros clássicos são de Machado de Assis, que traduziu o conto O Corvo, de Edgar Allan Poe, considerado um de seus clássicos mais sombrios; de Graciliano Ramos, que escreveu Paulo, narrativa em primeira pessoa onde um moribundo descreve o agonizante apodrecimento do seu corpo face à morte eminente.
Não é suficiente? Então vamos de Bernardo Guimarães que, em 1871, escreveu o conto “A dança dos Ossos”; e Lygia Fagundes Telles, que também permeou a escrita fantástica com o conto “Venha Ver o Pôr do Sol”. “Não menos importante”, lembra AT, “temos R. F. Lucchetti, autor de mais de 1.500 livros, além de 300 HQs e 25 roteiros de cinema, a maioria dentro do gênero horror”.
“Motivos para fugir do terror dos nossos dias, e torná-los mais amenos com o terror das páginas, não faltam. Basta escolher aqueles com quem mais nos identificamos e iniciar a jornada”, enfatiza o autor, que tem participação em mais de 25 antologias e lembra: “intensificar a leitura pode ser uma forma de manter a ansiedade e o estresse longe”.
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