Espetáculo Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca reestreia em Sampa


Foto - Nil Caniné

Após duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e uma em São Paulo no ano passado, o espetáculo Isabel das Santas Virgens e sua carta à Rainha Louca, protagonizado por Ana Barroso, com direção de Fernando Philbert, faz nova temporada na capital paulista

O romance Carta à Rainha Louca, de Maria Valéria Rezende, lançado em 2019, é a matéria-prima da peça “Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca”, que reestreia dia 13 de março no Teatro Itália, com direção de Fernando Philbert e idealização, adaptação e atuação de Ana Barroso. A parceria entre atriz e diretor nasceu da longa convivência artística de ambos com o diretor Aderbal Freire-Filho (1941-2023), de quem absorveram os princípios básicos e o amor pelo teatro.

O texto ficcional conta a história real de uma mulher do final do século XVIII acusada de loucura e rebeldia e enclausurada no convento do Recolhimento da Conceição, em Olinda, Pernambuco. Por intermédio de uma carta, ela tenta se comunicar com a Rainha Maria I de Portugal, conhecida como a Rainha Louca, com quem se sente irmanada na opressão pelo mundo dos homens, e de quem espera receber clemência e liberdade.

A carta relata os destemperos e injustiças praticados pelos homens de poder contra mulheres, escravizados e todos que se encontravam em situação de vulnerabilidade. Entre perdas e amores proibidos, a saga de Isabel passa por períodos em que assumiu uma identidade masculina para conseguir viver da única coisa que sabia fazer: ler e escrever.

A vivência de Isabel - tanto a real quanto a ficcional -, narrada em suas cartas (que existem de fato, mas não endereçadas à rainha) vai ao encontro das vivências da maioria das mulheres de então e chega até os dias de hoje, uma vez que a luta feminista ainda se encontra longe do seu fim.

Uma saga ainda atual

Foto - Nil Caniné

Isabel das Santas Virgens foi uma menina branca, filha de portugueses pobres recém- chegados ao Brasil para trabalhar num engenho de cana de açúcar no Recôncavo Baiano. Com a perda precoce dos pais, é criada entre a senzala e os aposentos da jovem sinhazinha Blandina, filha única do poderoso Senhor do Engenho. Com o passar dos anos, Blandina e Isabel, já crescidas, se apaixonam pelo mesmo homem, o aventureiro Diogo.

A sinhazinha acaba se entregando ao “pecado da carne” e é punida, junto a Isabel, com a clausura num convento. Mais adiante, com a morte de Blandina e já em liberdade, Isabel assume uma identidade masculina para atuar em trabalhos que envolviam a escrita e não eram permitidos às mulheres, e acaba novamente presa.

A personagem é uma heroína feminista: sem recursos ou proteção de quem quer que seja, enfrenta perigos e desafios munida de suas únicas ferramentas: a inteligência e a capacidade de ler e escrever, adquirida durante a convivência na casa grande.

Com suas cartas, Isabel expõe, com algum humor e uma boa dose de ironia, o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar o status quo. Foi subjugada de todas as formas porque ousou ir além do que lhe era permitido. É a história da luta de uma mulher por sua própria sanidade - por meio das palavras e do exercício de organização mental, é capaz de manter um pouco de si, escrevendo, escrevendo e escrevendo.

Sinopse

Convento do Recolhimento da Conceição, Olinda, 1789. Isabel das Santas Virgens está enclausurada, acusada de loucura e rebeldia por lutar pela sua autonomia numa sociedade patriarcal colonial. Ela escreve uma carta à Rainha Dona Maria I, conhecida como a Rainha Louca, com quem se sente irmanada na opressão pelo mundo dos homens. Tida por muitos como também lunática, Isabel relata os destemperos e injustiças praticados pelos homens da Coroa - e por outros tantos - contra mulheres, escravizados e todos que se encontravam em situação de vulnerabilidade.

Ficha técnica
Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca
Direção - Fernando Philbert
Adaptação e Atuação - Ana Barroso
Música Original - Marcelo Alonso Neves
Cenografia - Natalia Lana
Iluminação - Vilmar Olos
Figurino - Luciana Cardoso
Projeto Gráfico - Raquel Alvarenga
Assistência de Direção - Renata Guida
Preparação Vocal - Angela de Castro (RJ) e Lilian de Lima (SP)
Pintura de Arte - Ana Frazão
Cenotécnico - Almir Rocha
Operação de Som - Vicente Barroso
Operação de Luz - Lucas JP Santos
Fotos - Nil Caniné e Anne Godoneo
Gestão e Conteúdo das Mídias - Anne Godoneo e Sarah Marques
Assessoria de imprensa e Produção Executiva - Fabio Camara
Produção Local - Lugibi Produções Artísticas
Produção e Idealização: Ana barroso | BB Produções Artísticas

Serviço
Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca
Temporada - de 13 de março a 24 de abril - quintas-feiras
Horário - 20h
Duração - 60 minutos
Local - Teatro Itália
Endereço - Av. Ipiranga, 344 - República - São Paulo
Capacidade - 290 lugares
Ingressos - R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia)
Venda de ingressos online aqui
Classificação - 12 anos
Mais informações 11 5468 8382

Postar um comentário

0 Comentários