Carnaval vira hobby e promove alegria até depois de fevereiro

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Confira algumas dicas da psicóloga e percussionista Thais Monteiro, sobre a importância de aderir a esse movimento

A ideia de que o Carnaval é bom demais para ser vivido apenas em fevereiro já ganha corpo para muita gente. Prova disso são as centenas de integrantes de grupos no Brasil que se reúnem, fora do típico mês, para aprender a tocar um instrumento percussivo, dançar, se fantasiar e conviver na alegria inspirada na maior festa do país.

Foliã assídua em pelo menos três grupos carnavalescos do Rio de Janeiro, a psicóloga, professora e supervisora de estágio em Psicologia Clínica do curso de Psicologia do Centro Universitário IBMR, Thais Monteiro, tem argumentos importantes para compreender o fenômeno do Carnaval prolongado na vida das pessoas.

“Toco em dois blocos: o Multibloco e o Terreirada. E na Bateria Fina Batucada. Sendo que essa bateria toca em vários blocos e em uma escola de samba. Eu sou totalmente batuqueira”, define-se. A professora diz que, neste ano, o Multibloco apresentou a temática dos anos 1990. Já o Terreirada resgatou ritmos regionais como maracatu, reisado, entre outros.

Thais frequenta os grupos em ensaios ao longo do ano. Segundo a professora, estas são oportunidades para aprender sobre a diversidade cultural do país, para ter a oportunidade de ampliar a rede social presencial e para se conscientizar sobre a liberdade. “Tudo sempre com autocuidado”, frisa.

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E depois que passa fevereiro? “Os dois blocos retomam os ensaios em abril para o Módulo Junino - tocamos em festas juninas também. Já a bateria tem apenas duas semanas de recesso e logo retornamos. Não para. É nosso hobby mesmo”, define a docente “batuqueira” do IBMR.

Mas, será que é importante vivenciar essa tamanha felicidade carnavalesca por mais tempo? E é com conhecimento de causa que a professora enumera alguns pontos que fazem o Carnaval sem fim valer a pena. Confira abaixo:

O Carnaval pode ser importante para a saúde mental
Claro, para quem gosta dele é um momento de se soltar e de fazer aquilo que não costumamos fazer no dia a dia, por estarmos muito presos às amarras cotidianas e que, por isso, não conseguimos realizar.

Liberdade com responsabilidade
O autocuidado é fundamental. Isso é importante para a produção de proteção contra as violências que estão no cotidiano e no Carnaval. Pense sempre que seu corpo é um só. Portanto, para se soltar e sentir prazer, precisamos, antes de tudo, estar atento para cuidar bem dele.

Tenha novas vivências
Existem várias formas de estar na rua. Conhecer essa diversidade de viver e de se relacionar com o nosso corpo e com os outros é muito importante. Isso, além de produzir um conhecimento, nos estimula de forma existencial e cognitiva. Aproveite o Carnaval para conhecer as múltiplas diversidades e respeitá-las.

Acesso às várias culturas
Conheça vários grupos, sons, danças, manifestações artísticas, tanto amadoras quanto profissionais, que compõem a festa. É muito importante para que a gente aprenda um pouco mais sobre o que é ser brasileiro nas suas múltiplas formas e nas várias manifestações desta nossa identidade.

Rede social “presencial”
O Carnaval pode ser um momento de construir relações. Quando começamos a participar de coletivos de percussão, de dança e outros, com o objetivo de se apresentar no Carnaval, nós aumentamos a nossa rede de contatos presencial. Dá para conquistar novos amigos e afetos com gostos em comum. “Alegria cura. Dançar, cantar, sorrir, beijar, batucar também curam. Você está para sentir alegria e não para ter confusão”, explica.

Viver em coletividade pelo bem do planeta
Quando falamos em saúde mental e de autocuidado estamos falando de bem-estar. Mas, isso que chamamos de bem-estar, de uma maneira mais abrangente, envolve também a coletividade, a sustentabilidade. “Então, se o Carnaval vira um hobby e faz bem à saúde mental, a pessoa se solta e consegue aprender coisas novas. Então, preocupe-se também em jogar o lixo no lixo, em usar mais lata e menos garrafa, que é mais seguro. O Carnaval é uma oportunidade de se sentir no coletivo”, ensina a professora.

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