Como a IA deve transformar as mídias sociais neste ano?


Transmissões ao vivo, novas ferramentas e dispositivos de imersão em realidade virtual devem impactar o marketing digital nos próximos meses

Como se preparar para as mudanças de um cenário em evolução tão rápida que é até difícil prever? A pergunta de um milhão de dólares é uma preocupação constante para profissionais dos mais diversos segmentos. Eduardo Bremer, especialista de social media da agência full service Adtail, recomenda a valorização da inovação na cultura organizacional de forma muito aberta, tanto com colaboradores internos quanto com os consumidores.

“Parcerias estratégicas e novas tecnologias são fundamentais para criar experiências cada vez mais fluídas em todas as etapas da jornada de compra, desde o primeiro impacto até a conversão e fidelização”. O especialista afirma ainda que a segmentação de público - que sempre foi uma importante fase do planejamento e execução de qualquer campanha online - deve ser potencializada nos próximos anos pelas ferramentas de automação por Inteligência Artificial.

Em novembro de 2022 a empresa OpenAI disponibilizou a primeira versão pública do ChatGPT. Durante todo o ano de 2023 as agências que trabalham com marketing e produção de conteúdo descobriram ferramentas e adotaram melhorias em seus processos. Agora, o ano de 2024 promete uma rápida intensificação no uso da tecnologia, mesclando o virtual e o real, com IA nos óculos Meta + Ray-Ban, Apple Vision Pro e outros equipamentos que estão chegando ao mercado.

Compra pelas redes sociais

A explosão das vendas ao vivo em grandes streamings deve aquecer ainda mais este ano, com o desenvolvimento de novos espaços nas plataformas e facilitação do recurso. O Instagram Live Producer, que se conecta com softwares de streamings, ainda está em testes e não está disponível para todo tipo de conta. Mas, de acordo com o estudo "2020 Instagram Trends Research Study", 44% dos respondentes utilizam o Instagram para comprar semanalmente, com recursos como marcações de produto e a aba “loja”.

No TikTok isso é ainda mais evidente. A ferramenta TikTok Shop oferece um checkout nativo dentro da própria plataforma, evitando que a pessoa precise ir até o site para concluir a compra. Já o X (antigo Twitter) deve apresentar ao público seu ambicioso projeto de se tornar um dos maiores super aplicativos do ocidente, conectando criadores, marcas, transações financeiras, consumidores, produtos e serviços.

Estudo realizado pela Her Campus Media, empresa de mídia e marketing voltada à geração Z, mostrou que 74% dos centennials já utiliza a pesquisa por intermédio do TikTok e 51% dos entrevistados optam pelo TikTok ao invés do Google como mecanismo de busca primário. O grande diferencial das redes sociais em comparação aos clássicos mecanismos de pesquisa é a facilidade de consumo do conteúdo, podendo ser visto rapidamente em formato de vídeo ou carrossel, que geralmente trabalham atrativos visuais que facilitam uma interação mais breve, diferentemente de blogs e outros formatos.

“A Meta também tem sido uma grande propulsora da IA por meio das redes sociais. Existem recursos essenciais que estão sendo testados e colocados dentro do rol de possibilidades, como por exemplo o Meta AI, um assistente com quem você pode conversar individualmente ou enviar mensagens em bate-papos em grupo. Atualmente, a ferramenta é capaz de sugerir reels sobre um determinado assunto, opções de respostas para perguntas, geração de imagens por prompts e pesquisa direta conectada ao mecanismo de pesquisa do Bing”, destaca Bremer.

Social listening e ESG

Ao monitorar atentamente as interações e feedbacks dos usuários nas redes sociais, as empresas podem ajustar suas estratégias de marketing, desenvolver produtos mais alinhados às necessidades do público e até mesmo antecipar tendências emergentes. Além disso, o social listening no metaverso possibilita uma resposta rápida a mudanças nas percepções dos consumidores, construindo uma presença digital mais sólida e adaptável.

Agora as marcas podem contar com recursos como a criação de mundos personalizados dentro do Fortnite, o jogo online mais popular do mundo (em 2021, havia estimado cerca de 400 milhões de jogadores cadastrados). No Brasil, algumas marcas já entraram nessa tendência e criaram seus mundos com interações únicas dentro do Fortnite: o Bradesco com o mundo fictício Braland, O Boticário para lançamento de fragrâncias da Egeo, e assim por diante.

O marketing de causa e as práticas relacionadas a ESG (Environmental, Social and Governance) têm um impacto crescente na interação entre marcas e consumidores nas redes sociais. Ao comunicar iniciativas sociais e ambientais, as marcas podem aumentar o engajamento, transmitir autenticidade e compartilhar valores com seu público, aproximando as pessoas que se identificam com essas temáticas.

“A transparência em torno de questões de responsabilidade influencia positivamente a decisão de compra e fortalece a lealdade do consumidor. Além disso, o marketing de causa cria comunidades engajadas online, proporcionando um espaço para diálogo aberto e feedback instantâneo.” Para Bremer, tais práticas não apenas diferenciam as marcas, mas também respondem às expectativas de consumidores, especialmente das gerações mais jovens, que valorizam empresas com um propósito claro e comprometido com a sustentabilidade.

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