A exposição As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro, com produção do Instituto Eleonora Mendonça e EntreArte, curadoria de Carlos Bertão, e Design e Iluminação expográfica de Alê Teixeira, apresenta um vasto material sobre a carreira e o histórico de superação das mulheres no atletismo brasileiro. Na mostra são homenageadas Eleonora Mendonça, Melania Luz, Erica Lopes, Silvina Pereira das Graças Silva e Conceição Geremias, personagens que impactaram, marcaram e mudaram a história do esporte brasileiro.
Além disso, são apresentadas sinopses da vida das Primeiras Damas, com textos e objetos originais que demonstram a valiosa e corajosa superação de cada uma dessas atletas no correr dos anos, muito pouco conhecida pelos brasileiros. Os visitantes podem ver materiais de competição e de cobertura de mídia, fotos e resultados das carreiras de cada uma delas. Além das peças, a exposição apresenta trabalhos de três artistas plásticos - Camilla Sanpe, Mara da Costa Dutra e Igor Beac - que produziram obras especialmente para a mostra, para homenagear as damas.
Ao longo da exposição, a Authen, primeira empresa no Brasil a produzir uma linha de vestuário especializado de corrida para mulheres, homenageia o protagonismo de Eleonora Mendonça no atletismo brasileiro. Durante todo o período, a marca irá apresentar um mini documentário contando as etapas da vida da atleta, suas iniciativas no esporte e na vida pessoal e os impactos hoje.
Para Eleonora Mendonça a homenagem é um reflexo importante sobre as histórias de pioneirismo entre a marca e a atleta. “Nós estamos conectados para incentivar as mulheres e engajá-las a encontrarem a sua melhor versão nas corridas. Estamos firmes no propósito de trazer evolução na saúde mental e física para todas as esportistas”, conta Eleonora. “Correr é maravilhoso, mas correr com equipamentos adequados é melhor ainda. Visto as damas que estão participando dessa grande exposição”, completa.
Segundo Victor Melo, pesquisador de história e estudos culturais do esporte na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “tanto o esporte quanto a arte são experiências estéticas, ou seja, experiências que mobilizam os órgãos dos sentidos”. Nesse sentido, a exposição apresenta também obras produzidas por artistas visuais, a maior parte delas especialmente para a mostra, com temas ligados às diversas modalidades do atletismo e telas das Primeiras Damas.
Sobre a exposição
O atletismo feminino brasileiro tem um histórico de superação inigualável em relação a qualquer outro esporte. Pouco se conhece sobre as vitórias alcançadas pelas primeiras atletas a se aventurarem nesta modalidade e muito menos a trajetória por trás de suas conquistas.
A história dessas atletas é a história do país e do esporte brasileiro em particular, cujas trajetórias são um estudo sócio-cultural e racial, pois a grande maioria delas, por serem negras, sofreram discriminações que impactaram em suas performances e no avanço de suas carreiras.
Partindo desse ponto, Eleonora Mendonça, a primeira brasileira a participar de uma Maratona Olímpica, em 1984, em Los Angeles, decidiu resgatar essa lacuna na história das brilhantes trajetórias dessas atletas, criando um grupo denominadas As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro, que dá nome à exposição. São homenageadas, além de Eleonora Mendonça, Melania Luz, Erica Lopes, Silvina Pereira das Graças Silva e Conceição Geremias.
Sobre As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro
Eleonora Mendonça
Foto - Divulgação |
Primeira atleta brasileira a participar de uma maratona olímpica. Foi recordista brasileira em todas as distâncias, de 1.500m aos 42 km. Organizou as primeiras corridas de rua e a primeira corrida feminina na América Latina. Liderou um movimento de igualdade no esporte. Após 14 anos, em 1976, Eleonora Mendonça colocou um atleta brasileiro de volta ao pódio da São Silvestre, ao terminar a corrida em 5º lugar. Lançou o projeto As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro.
Melania Luz
Foto - Divulgação |
Foi a primeira atleta negra brasileira a participar nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. Participou de seis Campeonatos Sul Americanos de 1947 a 1958, tendo subido ao pódio em seis eventos. Foi recordista Sul Americana. Em 2022 ela recebeu a indicação para integrar o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro.
Erica Lopes Silva
Foto - Divulgação |
Conhecida como Gazela Negra ao dominar os eventos de velocidade, foi recordista Sul Americana em 1963 nos 100m, 200m e nos 4x100m. Inclusive, está na Calçada da Fama do Clube de Regatas do Flamengo. Participou dos Jogos Pan Americanos de 1963, realizados em São Paulo, conquistando a medalha de bronze nos 4x100m. Ela venceu várias vezes o Troféu Brasil, como atleta e como técnica.
Silvina Pereira
Estabeleceu sete recordes sul-americanos nas três edições que participou: os 100m (3), 200m (2), 4X100m (1) e no salto em distância (1). Foi a primeira brasileira a saltar acima de 6m no salto em distância. Nos Jogos Pan Americanos de 1971 obteve a segunda colocação no salto em distância, e foi quarta colocada nos 100m, estabelecendo o recorde brasileiro. Nos Jogos de 1975 foi medalha de bronze nos 200m e quarta no salto em distância. Participou dos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, chegando nas semifinais nos 200m e no salto em distância.
Conceição Geremias
Foto - Divulgação |
A atleta mais condecorada e de maior participação nos Campeonatos Sul Americanos, Jogos Pan Americanos e Jogos Olímpicos. Ao longo dos 25 anos de carreira (1972 a 1995) na categoria juvenil e aberta (adulto) foi campeã mundial, campeã e recordista nos Campeonatos Sul Americanos e campeã nos Jogos Pan Americanos. Sua versatilidade atlética é inegável competindo nos seguintes eventos: 100, 200, 400, 400 c/ barreira, 4×100, 4×400, salto em distância, salto em altura, salto triplo, salto c/ vara, pentatlo e heptatlo, obtendo pódio em todos. Participou nos Jogos Olímpicos de Moscou (1980), Los Angeles (1984) e Seul (1988).
Sobre os artistas plásticos
Camilla Sanpe
A artista plástica carioca descobriu o amor ao desenho com apenas 8 anos. Em 2004, começou a frequentar a Faculdade de Educação Artística, com habilitação em artes plásticas até 2010. Hoje, é professora de desenho e de pintura no atelier CS estúdio de arte. Em sua trajetória artística, passou a propor a explorar o vínculo da arte com o esporte.
Mara da Costa Dutra
Artista plástica, professora de Educação Física, treinadora de atletismo e ex atleta. Influenciada por sua formação profissional, ela explora como tema em suas obras o esporte em geral e, em especial, o atletismo, procurando valorizar em suas obras os movimentos dos diversos atletas. Ela considera muito bom, um privilégio, poder passar para a tela ações atléticas de suas amigas e contemporâneas do atletismo.
Igor Beac
Conhecido como Igão Tattoo, é carioca, artista plástico, grafiteiro e tatuador. Nascido há 34 anos no conjunto de favelas do Alemão, esteve envolvido com as artes desde sua infância, começando na escola. Enraizado nas artes urbanas, ele reflete em suas obras seu olhar sobre a ginga carioca e a cultura de rua de sua cidade.
Ficha técnica
As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro
Homenageadas - Eleonora Mendonça, Melania Luz, Erica Lopes, Silvina Pereira das Graças Silva e Conceição Geremias
Curadoria - Carlos Bertão @cbertao
Produção - Instituto Eleonora Mendonça e EntreArte
Iluminação e Design Expográfico - Alê Teixeira
Assessoria de Imprensa - Paula Ramagem
Serviço
Exposição As Primeiras Damas do Atletismo Brasileiro
Visitação - até 12 de novembro
Horário - de segunda a sexta, das 11h às 18h e sábado, das 13h às 17h
Local - Espaço Cultural Correios Niterói
Endereço - Av. Visconde de Rio Branco, 481 - Centro - Niterói (RJ)
Entrada gratuita
Classificação livre
Mais informações 21 2503-8550
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