O Pai, clássico da dramaturgia mundial de August Strindberg, estreia no Teatro João Caetano

Foto - João Caldas Filho

Drama de 1887 se mantém atual ao provocar debate sobre as relações de gênero e poder. Temporada gratuita acontece de 01 a 24 de abril

O Pai, do sueco August Strindberg, é um clássico da dramaturgia mundial, que será apresentado no Brasil sob direção de Regina Galdino. Com estreia marcada para 01 de abril, no Teatro João Caetano, o espetáculo tem no elenco Marcos Damigo, Tatiana Montagnolli, Gabriela Rabelo (participação especial), Daniel Costa, Beatriz Negri, Sérgio Passareli e Gerson Steves, responsável também pela tradução do texto e adaptação da obra. O projeto é patrocinado pela Ticket por intermédio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo.

Strindberg foi fundamental para criar as bases do teatro moderno e influenciou também o cinema de Ingmar Bergman e Lars Von Trier. Escrito em 1887, O Pai se mantém atual ao levantar o tema das relações de gênero e poder, num momento em que a desvalorização da mulher e o comportamento humano ganham cada vez mais espaço para o debate.

Na peça, pai e mãe protagonizam uma briga feroz pelo direito de educar a filha, a representação da geração futura. O alicerce social, fincado no exército, na ciência e na religião, é desestabilizado pela mãe, que lança mão de estratégias inescrupulosas para enfrentar o domínio paterno. “É uma história sobre a luta pelo poder e como eliminar o opositor usando mentiras”, afirma Regina.

Conhecida como uma das mais contundentes obras do autor sueco, O Pai apresenta personagens complexas, ambíguas, nada idealizadas e com profunda dimensão humana, que lutarão desesperadamente para entender uma nova sociedade que estava nascendo, com o desenho de novos papéis sociais para homens e mulheres.

No século XIX, o patriarcado, que parecia forte, podia se tornar frágil quando o assunto era a paternidade. A figura masculina, detentora do poder familiar, é Adolf, Capitão de Cavalaria e cientista, ladeado pelo pastor, pelo médico e pelo soldado. As figuras femininas, a esposa Laura, a filha Bertha e a criada Margret, que poderiam simplesmente significar personagens submissas, manipuladas por Laura, formam uma força silenciosa, capaz de subjugar o capitão e influenciar o pastor e o médico. De nada vale a força masculina diante da dúvida que a esposa inculca no marido: será Adolf o pai de Bertha? A dúvida abala o pai, numa guerra sem vencedores nem heróis.

Sobre o autor

O sueco Johan August Strindberg (1849-1912) foi um dos maiores escritores escandinavos de todos os tempos. Escreveu mais de 60 peças, entre elas Senhorita Júlia, A Mais Forte e A Dança da Morte. O Pai (1887) foi concebido como uma resposta à Casa de Bonecas, de seu contemporâneo Henrik Ibsen. Alguns críticos acreditam que Strindberg transformou o enredo da obra de Ibsen em uma guerra de gêneros. Apoiador do voto feminino, o autor carrega fama de machista e misógino, mas há controvérsias. Considerado intenso, inquieto e genial, ficou conhecido pela capacidade de transitar por temas polêmicos e perturbadores em diversos gêneros e estéticas de teatro, em uma época de fortes ebulições entre ciência e religião.


Ficha técnica
O Pai
Texto - August Strindberg
Direção, Iluminação e Cenário - Regina Galdino
Tradução e Adaptação - Gerson Steves
Elenco - Marcos Damigo (Adolf), Tatiana Montagnolli (Laura), Gabriela Rabelo (Margret), Gerson Steves(Doutor Ostermark), Daniel Costa (Pastor), Beatriz Negri (Bertha) e Sérgio Passareli (Klaus)
Figurinos - Marichilene Artisevskis
Música Original - Daniel Grajew e George Freire
Fotos - João Caldas Filho
Assistência de Direção - Sérgio Passareli
Design Gráfico - Ramon Jardim
Assessoria de Imprensa e Comunicação - Priscila Cotta e Julia Ramos | Agência Fervo
Produção Executiva - Dani D'eon
Coordenação de Produção - Fernanda Moura
Produção - Tatiana Montagnolli e Palimpsesto Produções Artísticas
Este espetáculo é patrocinado pela Ticket por intermédio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo

Serviço
O Pai de August Strindberg
Temporada - de 01 a 24 de abril
Horário - sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h
Apresentação extra - dia 22 de abrill - sexta-feira
Horário - 16h e 21h, as duas apresentações serão acessíveis em libras e com audiodescrição
Duração - 100 minutos
Local - Teatro João Caetano
Endereço - Rua Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino - São Paulo
Capacidade - 450 lugares
Ingressos gratuito
Bilheteria - abre uma hora antes do espetáculo para retirada do ingresso
Classificação - 14 anos
Mais informações 11 5573-3774

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