Teatro Alfredo Mesquita recebe o premiado espetáculo de dança O Último Dia


Foto - Silvia Machado

Nos dias 19 e 26 de julho, e 02 de agosto, sextas-feiras, o Teatro Alfredo Mesquita (Zona Norte de São Paulo) recebe mais uma temporada do espetáculo de dança solo “O Último Dia”, do bailarino e coreógrafo pernambucano Henrique Lima. As três apresentações integram o projeto de mesmo nome contemplado pela 25ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, seguindo com a programação que estreou em abril deste ano e que acontecerá durante todo ano de 2019, com workshops para profissionais, oficinas para público em geral e o total de 32 apresentações que circularão prioritariamente em espaços públicos e equipamentos culturais da cidade, com atividades gratuitas ou a preços populares.

Sobre o espetáculo

Foto - Silvia Machado

Em O Último Dia o bailarino Henrique Lima explora seu corpo e se entrega ao desafio de construir um outro em si. Utilizando-se dos recursos da máscara e do improviso, o espetáculo questiona os limites e os padrões de movimentos de um bailarino adulto. Numa fusão de corpos reais e inventados, o bailarino vive cada dia como se fosse o último.

“O Último Dia não é sobre o fim ou a morte, mas uma reflexão sobre como viver cada dia como se fosse o último”, destaca Henrique Lima. A partir dessa ideia, o trabalho também levanta a questão da aceitação da velhice, época que traz novas limitações e conscientizações sobre o próprio corpo.

Estabelecendo um paralelo entre o processo de envelhecimento humano e a maturidade artística, na criação e interpretação do solo O Último Dia, Henrique Lima utiliza uma máscara realista de um homem ancião e usa toda a técnica construída e adquirida ao longo de sua carreira e pesquisa, o que lhe permite encontrar no personagem do homem ancião, um refúgio, algo que o levou para outros universos.

A improvisação é um traço essencial da dança de Henrique Lima que usa toda a técnica construída e adquirida ao longo de sua carreira e pesquisa, criando a cada apresentação, um novo universo para este corpo. “Pela improvisação busca-se o movimento sincero, preciso, consciente e profundo, (não banal), o que permite a conexão com o público”, complementa Lima.

Inspirado pela estética beckettiana, os espaços cenográficos, a iluminação, figurino e trilha sonora são minimalistas e sombrios e não são meros elementos representativos da dramaturgia, mas um espaço onde os objetos cênicos são performativos, e podem ser ativados pelo bailarino-performer. O desenvolvimento da cenografia da criação coreográfica de O Último Dia envolve a investigação a partir de objetos criados com papelão, tendo como referência o universo dos livros pop-up. (Leo Ceolin, cenógrafo). Henrique Lima pensa a criação de modo colaborativo, onde todos (bailarinos, iluminador, figurinista e cenógrafo) constroem o trabalho.

Sobre o projeto

Foto - Silvia Machado

O projeto O Último Dia dá continuidade ao trabalho artístico e cênico que Henrique Lima realiza desde 2009 que se concretizou com criação do solo O Último Dia (25 minutos), em 2015, em Lisboa, quando ainda era integrante da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. O trabalho é ganhador do Prêmio Denilto Gomes, nas categorias Criação Solo e Coreografia.

Depois de ter sido contemplado pelo edital do Proac 2016 e circulado pelo estado de São Paulo fazendo mais de 18 espetáculos, a proposta desta nova etapa é circular com o trabalho solo pela cidade de São Paulo com 16 apresentações e recriar o espetáculo O Último Dia com quatro bailarinos convidados (Cristiano Bacelar, Daniela Moras, Manuela Aranguibel e Ricardo Januário).

Ao compartilhar esta vivência com outros artistas, lançando outros corpos ao estudo da linguagem de Henrique, a nova criação estende o trabalho técnico e poético já desenvolvido, com a ampliação da obra (solo) e o aprofundamento da pesquisa. A temporada de estreia desta nova fase do trabalho está prevista para o segundo semestre de 2019.

Sobre Henrique Lima

Natural de Recife (PE), onde iniciou seus estudos de dança em 1991. Fez parte de importantes companhias do cenário nacional e internacional como Balé Popular do Recife, Compassos Cia de Dança, Vias da Dança, Cisne Negro Cia de Dança, Balé da Cidade De São Paulo, Quasar Cia De Dança, J.Gar.Cia, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo (Lisboa), Grua - Corpos de Passagem, Omstrab, Pultz Teatro coreográfico, entre outras.

Trabalhou com importantes coreógrafos da cena contemporânea: Henrique Rodovalho, Rui Moreira, André Mesquita, Mario Nascimento, Jorge Garcia, Patrick Delcroix, Itzik Galili, Nina Botkay. Na África, participou de um processo artístico que somava as danças populares africanas com a dança contemporânea e a percussão. Como coreógrafo e diretor artístico atuou na Companhia de Bailado de Ourinhos (STAC e UNTAR), Balé da Cidade de São Paulo (No Toque) Vias da Dança-PE (Só Pó), J.Gar.Cia (Cantinho De Nóis) e Cisne Negro (Vem Dançar).

Em 2015 foi contemplado pelo edital ProAC de circulação com o solo ‘‘O Último dia’ e foi premiado pela Cooperativa Paulista de Dança - Prêmio Denilto Gomes - com esse mesmo trabalho, ainda em 2015. Em 2016 criou em parceria com Diogo Granato o espetáculo Graxa, indicado ao APCA de melhor espetáculo de dança em 2017. No Brasil e na França foi responsável por ministrar aulas de capoeira na dança Contemporânea. Além de trabalhos com artistas independentes apresentou nas principais capitais do Brasil e em países como Alemanha, França, Portugal, Paris, Espanha, África, Chile, Peru, Argentina, Bolívia entre outros.

Sinopse

O personagem entra no palco como se fosse uma praça que tem no cenário um banco e uma árvore seca simbolizando um espaço abandonado. O senhor tem na mão uma mala com os seus pertences e um candeeiro. Em seguida ele senta no banco (está cansado), tira sua boina, abre a sua mala e retira seu chá para tomar e ter uma sensação de repouso. Com a música cheia de ruídos e vozes ele começa a ficar inquieto e de repente ele leva um susto e derruba seu chá.

Ele sai andando para frente assustado por ouvir as vozes que o perseguem. Procurando um lugar para se proteger das vozes e dos ruídos ele vai caminhando em busca do seu sossego. Mas o seu passado está presente e não deixa ele ter descanso. Com isso, ele vai criando uma movimentação para se proteger e entender seu passado e, se entregando ao desafio de lutar com seu outro eu mesmo, que permite a renovação de um ciclo de memórias, adentrando seu abismo ele é transportado a improvisação de um novo universo como se fosse seu último dia de passagem. Na relação conflituosa consigo mesmo e o espaço (cenário e público) desponta uma corporeidade que o faz tornar possível seu último dia.

Ficha técnica
Direção/Intérprete - Henrique Lima
Cenografia - Leo Ceolin
Figurino - Juliana Andrade
Iluminação - Rossana Boccia
Produção Executiva - Guilherme Funari
Direção de Produção - Cau Fonseca | Mítica!

Serviço
O Último Dia
Teatro Alfredo Mesquita
Endereço - Av. Santos Dumont, 1770 - Santana -São Paulo
Capacidade - 198 lugares
Data - 19 e 26 de julho e 02 de agosto - sextas-feiras
Horário - 21 horas
Gratuito
Estacionamento - 50 vagas
Informações 11 2221-3657

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