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O ator Antonio Ginco em Ribanceira. Foto - Barbara Morais |
Texto inédito do autor Aramyz, o espetáculo Ribanceira permanece em temporada até 07 de dezembro, às quartas e quintas-feira, às 21h, no Espaço Cia Da Revista. A peça aborda a questão dos desastres ambientais e as tragédias ocasionadas por eles na vida das pessoas menos favorecidas. Com direção de Maria Basilio, a montagem é encenada pela Cia Trilhas da Arte - Pesquisas Cênicas e traz o ator Antonio Ginco em seu primeiro solo após 45 anos de carreira.
Ribanceira apresenta as lembranças do personagem Zé, sobrevivente de uma catástrofe na qual perdeu mulher e filhos, mas, que tenta refazer a sua vida resgatando o antigo sonho de ser escritor. Zé é humano, tem preconceitos, comete erros e chega a ser cruel. Atribui a Deus as responsabilidades pelo que acontece aos seres humanos, se vê em uma situação da qual só sairá se tomar as rédeas da própria vida.
“O texto fala sobre perdas e ganhos, dos valores e direitos pelos quais esquecemos de lutar. O Zé representa a vida dessa gente esquecida e que aos poucos foi perdendo a consciência do que é certo e errado, mas nem por isso para de sonhar e rir de suas próprias desgraças”, afirma o autor Aramyz. “Quando escrevi o texto ainda não tinha acontecido a tragédia de Mariana, mas acho que ela tem um diálogo direto com o texto”, completa.
“A peça é inspirada na observação de uma realidade vivida por muitas famílias no Brasil e em diversos outros países. O Zé, personagem sem sobrenome, representa os diversos sobreviventes de catástrofes sejam as causadas por enchentes, pela falta de recursos financeiros, ou pela impotência de quem vive do lado reservado a uma parcela menos privilegiada da humanidade, demarcado pelo capital e pelo poder”, declara o ator Antonio Ginco.
A montagem tem como norteador o Teatro de Narração, além de Eugenio Barba, Piscator e Rudolf Laban, que embasaram o trabalho corporal e de interpretação. “A peça se realiza no plano da memória e no plano da realidade, e ainda que a realidade de Zé seja atemporal, ele nos fala do aqui e do agora. Alguns objetos cênicos criam imagens lúdicas que contrapõem o forte teor dramático”, afirma a diretora Maria Basilio.
“Ainda que a interpretação seja feita por apenas um ator, o personagem dialoga com a plateia e com outros personagens que estão em sua memória e que, às vezes, ganham corpo e voz”, finaliza a diretora.
A peça tem iluminação de Décio Filho, cenografia e sonoplastia de Maria Basílio e Antonio Ginco, figurinos de Paulo de Moraes e adereços de Eduardo Mena. Além de projeções realizadas por Renato Grieco. O trabalho contou também com a colaboração dos pesquisadores Sol Verri e Diego Pereira.
Sobre o autor
Aramyz formado em Artes Cênicas pela Fundação das Artes, em Letras (Claretiano), Pedagogia (UNINTER), atualmente cursando sua terceira licenciatura em artes visuais (UNIJALES), pós-graduado em psicopedagogia (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI), autor, diretor e ator. Escreveu, entre outros textos: Do Lixo ao Luxo, que teve sua direção, Minhas Mulheres, no qual também atuou, com direção de Antonio Ginco e Escapamento, encenado pelo Trilhas da Arte.
Sobre a diretora
Maria Basilio é atriz com formação pelo SENAC/SP, licenciada em Artes Visuais, pós-graduada em História da Arte, e bacharela em Filosofia. Participou de cursos de extensão, como: Augusto Boal (Teatro do Oprimido), Chico de Assis (dramaturgia), Leona Cavalli e Roberta Carreri - Odim Teatret - (interpretação), ZéCarlos de Andrade, e Osvaldo Gabrieli/XPTO (cenografia), Bonecos Urbanos, Cia. Truks e Seres de Luz (Teatro de Bonecos), Flávia Bertinelli (Comédia Dell’Arte), Bárbara Heliodora, Marco Antônio Pâmio, Paul Heritage e Catherine Silverstone (Teatro Shakespeariano), Grupo Tapa (Teatro Realista e Naturalista), Alberto Gaus (Clown), Bru Palmieri (Teatro Físico), Tato Ficher e Eric D’Avila (preparação vocal), UNESP (Cavalo Marinho) Cia. do Feijão (narrativa musical), Grupo Magiluth (Jogo Comum), SP Escola de Teatro (Crítica) entre outros.
Sobre o ator
Antonio Ginco é autor, ator e diretor, pós-graduado em Arte-Educação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Atua profissionalmente desde 1970. Ministrou diversas oficinas para a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e para a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, com destaque para o curso de formação de público do Projeto Ademar Guerra. É autor da música Porto Solidão, primeiro MPB Shell (Festival de Música Popular Brasileira realizado pela TV Globo, em 1980, prêmio de melhor interprete para o cantor Jessé).
Sobre a Cia Trilhas da Arte - Pesquisas Cênicas
Formada em 1991 na cidade de Americana (SP), a partir de 2005, o grupo se estabelece em SP e filia-se à Cooperativa Paulista de Teatro. Em Americana tem sua sede própria que abriga outras companhias e oferece cursos de interpretação e oficinas ministradas por vários profissionais convidados.
Ficha técnica
Produção - Trilhas da Arte - Pesquisas Cênicas
Produção Executiva - Antonio Ginco
Texto - Aramyz
Direção - Maria Basilio
Com - Antonio Ginco
Divulgação - Trilhas da Arte – Pesquisas Cênicas
Iluminação - Décio Filho
Cenografia e Sonoplastia - Antonio Ginco e Maria Basilio
Figurino - Paulo de Moraes
Aderecista - Eduardo Mena
Trabalhos Corporal e Voz - Maria Basilio
Vídeo/Projeção e Design Gráfico - Renato Grieco
Operadores Técnicos - Décio Filho, Thiago Zanotta e Renato Grieco
Serviço
Ribanceira
Local - Espaço Cia da Revista
Temporada - até 07 de dezembro - todas as quartas e quintas-feiras
Endereço - Alameda Nothmann, 1135 (entre metrôs Santa Cecília e Pça Marechal Deodoro)
Horário - 21h
Duração - 60 minutos
Ingressos - R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)
Bilheteria funciona três horas antes das apresentações
Aceita cartão de débito e crédito pelo sistema
Acesso para deficientes
Ar condicionado
Estacionamento conveniado - Av. São João, 1915 (04 horas R$15,00)
Classificação - 12 anos
Mais informações 11 3791-5200
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