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Foto - Christiane Forcinito |
Após 18 anos tendo o ônibus e a cidade como mote para suas investidas e pesquisas cênicas, o grupo paulistano Zózima Trupe retoma seu espetáculo A Cobradora, para uma circulação com entrada gratuita, até 23 de março, em São Caetano do Sul, Mauá e São Paulo. A peça traz no palco a atriz Maria Alencar Rosa, sob direção de Anderson Maurício, a partir da dramaturgia de Cláudia Barral.
A Zózima Trupe é um coletivo teatral paulistano reconhecido desde 2007 pela pesquisa que faz sobre o ônibus urbano como espaço cênico, um lugar democrático e descentralizado do fazer teatral. Dessa percepção, somada às muitas histórias ouvidas das cobradoras do Terminal Parque Dom Pedro, nasceu o espetáculo, o primeiro da companhia a ser realizado em um palco italiano.
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Foto - Christiane Forcinito |
Em cena, a personagem Maria das Dores, que se renomeia Dolores por não gostar de seu nome. E ela segue sendo Dolores, um nome que traz em si a dor das mulheres que ela representa, encerra em si todas as Marias e outras mulheres que circulam por uma cidade árida, composta por empregos destinados a homens e outros a mulheres. Subverter é a ordem do dia.
A dramaturgia de Claudia Barral traz para o palco todas essas “Marias” das histórias reais, trançadas umas às outras, permeadas pela violência, por mortes, pela sobrevivência diária em busca do sustento, da dignidade, vidas que se emaranham no amor, amizade, luta, tristeza, solidão, revolta, presentes em todas as mulheres. Cada narrativa tinha sua particularidade, mas em cada uma delas algo a ligava a outra mulher, com outra história, com semelhanças na dor, ou nos receios, ou nas expectativas. Únicas, mas ligadas por sentimentos comuns.
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Foto - Christiane Forcinito |
A pesquisa em A Cobradora vai além da trabalhadora das catracas, explorando a mulher que cobra direitos, percebe injustiças e exige igualdade, evocando a figura de “Lilith”, símbolo da insubmissão feminina e da luta contra opressões históricas. Paralelamente, surge a “Eva”, carregando a culpa atribuída pela destruição do Paraíso. Contudo, no mundo contemporâneo, é a violência masculina, refletida nas crescentes estatísticas de feminicídio, que destroi o paraíso - as casas, famílias e vidas de mulheres e filhos. Se há paraíso, é o homem quem o arrasa repetidamente.
As apresentações contarão com ações que contemplem e engajem a participação de pessoas com deficiência. Serão realizadas cinco apresentações com intérpretes de libras e narrações de audiodescrição ao vivo, além de legendas em todo material audiovisual. Também será realizada divulgação em espaços de acolhimento a pessoas com deficiência, como residências inclusivas e institutos assistenciais, além do mapeamento e divulgação de rotas acessíveis para os teatros a partir de pontos estratégicos e outras ações de acessibilidade e inclusão.
Sinopse
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Foto - Christiane Forcinito |
O espetáculo traz ao palco histórias narradas de muitas mulheres, representando desde figuras arquetípicas do universo feminino (como Eva ou Lilith), a figuras representativas do cotidiano urbano, construídas por meio de histórias orais de cobradoras de ônibus. A trabalhadora das catracas, que cobra o seu espaço numa sociedade patriarcal. Essa personagem cobra de si e do mundo os múltiplos desejos-sonhos que lhe foram roubados. Em cena, a mulher cobradora - a trabalhadora, mas também a insubmissa, que cobra seu direito pela dignidade, igualdade e justiça. Quais os espaços que a mulher pode ocupar?
Confira abaixo ao teaser:
Ficha técnica
A Cobradora
Atriz Criadora - Maria Alencar Rosa
Encenação - Anderson Maurício
Dramaturgia - Cláudia Barral
Vídeo Mapping - Leonardo Souzza
Preparação Corporal e Movimento - Natalia Yukie
Preparação Vocal - Marilene Grama
Trilha Sonora Original - Rodrigo Florentino
Iluminação - Tomate Saraiva, Otávio Rodrigues e Junior Docini
Operadora de Luz - Junior Docini
Operadora de Som - Pero Manzé
Cenografia - Anderson Maurício e Nathalia Campos
Construtor Cênico - Alício Silva
Figurino - Tatiana Nunes Muniz
Adereços Cenográficos - Nathalia Campos
Conteúdo de Vídeo - Leonardo Souzza
Orientação de Vídeo Mapping - Ana Beraldo e Ihon Yadoya
Produção Geral - Tatiane Lustoza
Assistente de Produção - Iara Nazario, Samyra Keller, Kauã Ferreira e Maytê Costa
Fotografia - Leonardo Souzza
Assessoria de Imprensa - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco | Canal Aberto
Serviço
A Cobradora
Duração - 65 minutos
Grátis
Retirada de ingressos 11 94872-5023
Classificação - 16 anos
As sessões de 15, 23 e 27 de fevereiro, 20 e 23 de março, terão interpretação em Libras para pessoas com deficiência auditiva, audiodescrição e visita tátil para pessoas com deficiência visual (antes do início de cada sessão, para imersão do público na ambientação do espetáculo - palco e cenografia).
Local - Teatro de Mauá
Endereço - R. Gabriel Marques, 353 - Vila Noemia - Mauá
Data - 14 e 15 de fevereiro - sexta e sábado
Horário - 20h
Local - Teatro Flávio Império
Endereço - R. Prof. Alves Pedroso, 600 - Cangaíba - São Paulo
Data - 21 e 22 de fevereiro - sexta e sábado
Horário - 20h
Data - 23 de fevereiro - domingo
Horário - 19h
Local - Teatro Alfredo Mesquita
Endereço - Av. Santos Dumont, 1770 - Santana - São Paulo
Data - 26 e 27 de fevereiro - quarta e quinta
Horário - 20h
Local - SP Escola de Teatro
Endereço - Praça Franklin Roosevelt, 210 - Bela Vista - São Paulo
Data - 13 e 20 de março - quintas-feiras
Horário - 20h30
Local - Centro Cultural Santo Amaro
Endereço - Av. João Dias, 822 - Santo Amaro - São Paulo -SP
Data - 22 e 23 de março
Horário - sábado, às 20h e domingo, às 19h
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