Babygirl, o primeiro lançamento da Diamond Films em 2025, é parte de uma longa tradição de filmes que não tem medo de usar o erotismo como linguagem. No entanto, o suspense estrelado por Nicole Kidman e Harris Dickinson tem uma particularidade muito simbólica. Diferentemente de produções clássicas, como 9 1⁄2 Semanas de Amor, de Adrian Lyne, e Instinto Selvagem, de Paul Verhoeven, a história do tórrido romance entre a poderosa CEO (Kidman) e seu estagiário (Dickinson) é contada a partir do olhar de uma mulher. Aliás, de duas: da protagonista Romy e da diretora do projeto, Halina Reijn.
A decisão de trazer uma nova perspectiva para o retrato do desejo não foi nada casual. Embora seja grande fã dos longas de Lyne, Verhoeven e de tantos outros cineastas, interessava para a diretora holandesa explorar a contradição que existe quando o assunto é sexualidade feminina. Afinal de contas, elas são pessoas sexualizadas o tempo todo, mas cujas vontades ainda são tidas como tabu, inclusive para elas mesmas.
“Tenho muito carinho por estes filmes que nos antecederam. Quando os assisti, pensei ‘as coisas que passam pela minha cabeça não são tão doidas assim”, afirmou Reijn. “Mas, claro, a maioria deles foi escrita e dirigida por homens. É um gênero majoritariamente masculino. Queria fazer um filme sexual, como todos aqueles que sempre admirei, mas a partir da visão da mulher. O que isso significaria?”.
Na trama de Babygirl, essa ideia se traduziu na tortuosa jornada de autoaceitação de Romy, uma mulher que aparentemente tem tudo sob o controle, mas cuja vida vira de ponta cabeça ao se deparar com a possibilidade de realizar alguns dos seus desejos mais íntimos. "Para essa história, me perguntei: somos animais ou somos civilizados? Conseguimos fazer as pazes com o animal que habita em nós? É possível que diferentes partes de nós mesmos coexistam e, por sua vez, é possível nos amar por inteiro, sem nenhuma vergonha?", explicou a cineasta.
Para Nicole Kidman, os efeitos dessa mudança de olhar foram nítidos, inclusive nos bastidores. “Já fiz vários filmes sexuais, mas este é diferente”, contou. “Quando você está trabalhando com uma mulher sobre esse tipo de assunto, você pode compartilhar tudo uma com a outra. De um jeito estranho, Halina e eu nos tornamos uma só, algo que eu nunca tinha passado com nenhum diretor antes”.
Confira abaixo ao trailer:
0 Comentários