Day Limns lança o álbum Vênus≠netuno

Foto - Kimberly Koeche

Álbum tem como mote as emoções da artista e explora a dualidade entre terreno e espiritual

Trazendo à toda sua verdade e vulnerabilidade, Day Limns lançou ontem, dia 14 de novembro, seu aguardado segundo álbum de estúdio, Vênus≠netuno, uma obra inovadora que promete redefinir o cenário do pop/rock brasileiro. O álbum é uma jornada emocional que traça um paralelo entre complexidade das relações humanas, abordando temas como dualidade, sacralidade, pecado e redenção.

Vênus≠netuno trata da dificuldade de conciliar a relação entre o terreno e o espiritual, o sacro e o profano, o bem e o mal etc, mas com a eterna tentativa de fazer dar certo. Segundo a artista, "Vênus≠netuno é alguém obcecado por romantizar, idealiza quem ama a ponto de colocá-la num pedestal, atribuindo a essa pessoa a importância “de um deus”, (no nosso caso - deusa) e que, quando de frente com a realidade nua e crua, encontra verdadeiras dificuldades para enfrentá-la ou simplesmente aceitá-la como é, levando à desilusão".

O disco é uma jornada de auto libertação, carregada de raiva, paixão e uma pitada de inocência de seus trabalhos anteriores. Para Day ele representa o exorcismo de sentimentos que a devoravam, como o da “culpa de nunca ser o suficiente”, que ela foi ensinada a sentir por tanto tempo em sua vivência na igreja.

"Estava tudo muito à flor da pele e a culpa foi desencadeada. Não me fizeram sentir assim, mas reagi baseada na minha vivência. Pensava: eu era muito ruim, eu sou um lixo, uma cruz para aquela pessoa. Percebi que a minha necessidade de endeusar alguém vinha muito desse lugar, de crescer precisando de salvação", explica Day Limns.

Vulnerabilização

Para o projeto, Day Limns mergulha firme nas próprias sensações, abrindo feridas na intenção de se curar. Ao lado dos cinco vezes indicados ao Grammy Latino, Los Brasileros, a cantora conta com DMax e Isadora Sartor como produtores do projeto, além de compositoras como Carolzinha e Jenni Mosello, que contribuem muito para o pop brasileiro.

Investindo em uma sonoridade mais forte e elementos mais dark, Vênus≠netuno mostra uma Day potente, tanto em suas letras, quanto nas músicas em si, provando o clamor da artista ao mostrar seus sentimentos.

"Tive a ideia de falar sobre o relacionamento da perspectiva de alguém que viveu na igreja por muito tempo. Tratando essa pessoa como se fosse uma deusa mesmo, uma coisa romântica e idealista. O resultado de colocar alguém no pedestal é que você se sente inferior. É uma expectativa irreal e injusta que você coloca na pessoa e que ela nunca vai atingir porque é tão humana quanto você", comenta Day.

Parcerias

Foto - Kimberly Koeche

A artista escolheu cuidadosamente seus colaboradores para trazer perspectivas nunca antes vistas em cada faixa do projeto. Na já lançada Cinzeiro, a artista se une a Friod, uma figura proeminente na cena musical urbana, que emprestou seu talento a uma composição instigante. Conhecidas por sua imponência e letras fortes, Hyperanhas une forças com Day Limns em Apocalíptka, faixa que captura a essência de um apocalipse iminente, criando uma experiência musical inesquecível.

Lançado junto a audiovisual dirigido por Gafe, conhecido por seu trabalho icônico em Doce 22, de Luísa Sonza, Vênus≠netuno será apresentado por meio de visualizers envolventes, criando uma jornada visual que complementa a música. O novo álbum é um divisor de águas na carreira da cantora, fundindo diversos gêneros musicais e uma visão artística profunda. Para ouvir Vênus≠netuno, clique aqui.

Conheça as faixas:
  1. Kálice - uma introdução agressiva que abraça os próprios defeitos e demônios, explorando a falta de limites e como essa característica deixa uma marca nas pessoas.
  2. Vermelho Farol - uma faixa quente que expressa desejo e paixão reprimidos ao longo da vida, com uma construção musical envolvente.
  3. Cacos - uma música que faz referências a um trabalho anterior de Day, mantendo um enigma para os ouvintes. É uma exploração da ilusão e instabilidade nas relações.
  4. Egoísta - uma zona de conforto romântica e desiludida que expressa a negação após um término, quando a pessoa não consegue aceitar o fim do relacionamento.
  5. Más Caras - uma reflexão sobre a falta de alguém e a esperança de que essa pessoa volte um dia, ilustrando a dualidade das emoções.
  6. Minha Religião - faixa que mostra os pecados e a aceitação na relação, mas também a expectativa irreal que sobrecarrega o outro.
  7. Fiel - uma das músicas mais impactantes do álbum, que explora a culpa por não ser perfeito o suficiente e não merecer o amor da outra pessoa.
  8. Anjo Caído - a música traz uma visão mais madura dos acontecimentos na relação, reconhecendo as imperfeições de ambas as partes.
  9. Cinzeiro - uma reflexão sobre a dualidade nas relações, onde as pessoas querem coisas parecidas, mas agem de maneiras diferentes, ilustrando a complexidade das interações humanas.
  10. Purgatório - faixa que explora a sensação de expulsão do paraíso e a aceitação da culpa, servindo como um grito de protesto contra a exclusão.
  11. Apocalíptka - captura a sensação de liberdade ao realizar ações consideradas profanas e impuras, com a participação de Hyperanhas: Andressinha e Nath.
  12. Nirvana - faixa que encerra o álbum com a esperança de viver novas experiências, mesmo após desilusões.

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