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Foto - Carol Melgaço |
Com dramaturgia, concepção e atuação de Patricia Borin, espetáculo Um Azul Nos Bueiros de São Paulo está em cartaz no Teatro Heleny Guariba, na Praça Roosevelt, em temporada até 29 de outubro, com sessões sextas e sábados, às 20h e domingos, às 19h. A peça foi contemplada com o 16º Prêmio Zé Renato de Teatro.
Com direção de João Pedro Ribeiro e direção e execução musical ao vivo por Mafê, a montagem rememora um encontro ocorrido em 2015, com uma mulher que vive em um bueiro localizado entre as ruas Teodoro Baima e Rego de Freitas. Esse encontro é o disparador para a criação de uma dramaturgia que trata sobre o esquecimento e a violência de gênero.
O resgate dessas lembranças traça um diálogo com as memórias da própria cidade, especificamente sobre um fato que ainda permanece submerso em nossa memória social: a censura ao teatro no período da ditadura militar, sob uma perspectiva de gênero.
“A violência a determinados corpos é o passado e o presente do nosso país. Minha vivência como mulher, em coletivos feministas, em debates na universidade, como advogada, mostrou que somos forçadas a aprender que devemos esquecer, que o assédio foi brincadeira ou mal-entendido, que o estupro não aconteceu, que o feminicídio não é importante ou foi provocado. Isso nos mata todos os dias. Literalmente e simbolicamente. Morremos um pouco a cada esquecimento ou a cada denúncia desacreditada. Nós temos muito a dizer, a fazer”, comenta Patricia Borin sobre a motivação para a montagem.
Na busca em ouvir essa mulher que vivia submersa nos bueiros da cidade, a dramaturga começou a escrever diversos monólogos, que tinham em comum alguma violência, um posterior esquecimento e, por fim uma tentativa incessante de recordar. Dessa forma, Patricia resgatou a memória de mulheres do teatro que viveram no período da ditadura e tiveram seus nomes esquecidos ou apagados da história, e então surgiu uma única voz em sua dramaturgia: a própria memória como metáfora. Contar e recontar essas histórias é o movimento de buscar alguma recordação que ficou perdida no tempo e no espaço.
"O teatro é a forma que escolhi de ser mulher nesta sociedade, e é uma escolha consciente. Pois cidadãs, no sentido político da palavra, todas somos. Mas a arena da cena é onde encontro o espaço do debate que acredito que minha natureza, também poética, precisa ser e estar. Mas teatro é processo também. Estamos em processo, mas não estamos sós. Tem muita história, muitas mulheres e muitas vozes que me acompanham. Isso também justifica o trabalho. Por isso o recorte sobre o olhar da mulher, pois é a experiência que se aproxima do meu corpo e da minha vivência", explica.
Sinopse
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Foto - Carol Melgaço |
As memórias subterrâneas da ditadura militar brasileira, sob uma perspectiva de gênero. A história é conduzida pela Dramaturga, que rememora, por entre ficções e documentos, um encontro ocorrido em 2015, com uma mulher que vive dentro de um bueiro localizado entre as ruas Teodoro Baima e Rego de Freitas. Esse encontro é o disparador para a composição de uma rapsódia de esquecimentos sistêmico, atravessada por memórias conectadas pela luta política e pela escrita dramatúrgica feitas por mulheres em tempos de opressão. O que ainda estaria oculto nos bueiros desta cidade?
Ficha técnica
Um Azul Nos Bueiros de São Paulo
Direção - João Pedro Ribeiro
Concepção, Dramaturgia e Atuação - Patricia Borin
Assistente de Dramaturgia e Direção - Letícia Progênio
Direção e Execução Musical ao Vivo - Mafê
Colaboradores Artísticos - Dulce Muniz, Fábio Resende, Fernanda Azevedo e Luaa Gabanini
Desenho e Operação de Luz - Morim Lobato
Direção de Movimento - Paula Yuki
Direção de Audiovisual - Caroline Melgaço
Cenografia e Figurino - Dan Oliveira
Produção de Figurinos - Victor Paulo
Participação em Vídeo - Dulce Muniz, Maria Amélia Teles, Fernanda Azevedo, Regina Santos e Luaa Gabanini
Documentário - Bem Ortolam do Prado e Thiago B. Mendonça
Fotos - Carol Melgaço
Designer Gráfico - Andréia Manczyk
Assessoria de Imprensa - Adriana Balsanelli
Produção - Jessica Rodrigues e Carolina Henriques
Agradecimentos - Teatro Studio Heleny Guariba, Coletivo Comum, Leandro Costa e Regina Santos
Serviço
Um Azul Nos Bueiros de São Paulo
Temporada - até 29 de outubro
Horário - sextas e sábados, às 20h e domingos, às 19h
Não haverá apresentação no dia 29 de setembro
Duração - 80 minutos
Local - Teatro Studio Heleny Guariba
Endereço - Praça Franklin Roosevelt, 184 - República - São Paulo
Capacidade - 50 lugares
Ingressos - R$ 40,00 (inteira) e R$20,00 (meia)
Bilheteria do teatro aberta 1 hora antes do início do espetáculo
Venda de ingressos online aqui
Classificação - 14 anos
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