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Em agosto de 1973, nas ruas do Bronx, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, surgia o movimento hip-hop, que revolucionaria a arte em todo o mundo. No Brasil, o estilo chegou e se desenvolveu a partir da década de 1980, principalmente na capital paulista, sendo hoje parte indissociável da cultura da cidade.
Para comemorar os 50 anos do movimento hip-hop, o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, promove duas atividades especiais ao longo deste mês. A exposição principal e a atual mostra temporária do Museu, a Essa nossa canção, também destacam o rap e o grafite, dois elementos fundamentais desta cultura.
A primeira atração da programação especial do Museu no mês dos 50 anos do hip-hop é o show Sant’Ana apresenta Trap de Favela, no dia 12 de agosto (sábado), no Saguão Central da Estação da Luz, das 12h às 13h. Nessa performance, o músico e cantor Sant’Ana MC aborda a realidade das ruas da zona leste paulistana, onde nasceu e mora, por meio de recursos visuais e das letras de suas composições. Ele também tem como objetivo difundir a cultura do trap, subgênero do rap que utiliza também arranjos da música eletrônica.
Sant’Ana apresenta Trap de Favela é a sexta atração do Plataforma Conexões 2023 do Museu. Este projeto selecionou dez trabalhos de artistas iniciantes com o tema Canção, Música e a Diversidade da Língua Portuguesa para serem incluídos na programação gratuita da instituição.
No dia 26 de agosto (sábado), o rapper e MC Xis comanda o Sarau Hip-Hop no Museu, encontro mensal no Saguão Central da Estação da Luz para quem gosta de rap, break (estilo de dança) e a arte do grafite. Em sua quinta edição, ele vai receber a DJ Cinara e o dançarino Danilo Kapela. Além disso, grafites de Fabino Minu estarão expostos. O evento é gratuito e vai acontecer das 12h às 14h.
Em cada uma das edições do Sarau, Xis convida artistas da cena hip-hop, principalmente paulistana. Vale lembrar que foi em São Paulo, primeiramente na periferia da cidade e depois no centro da capital paulista, que este movimento ganhou corpo e forma no Brasil. Nos anos 1980, MCs, DJs, grafiteiros e dançarinos de break se encontravam na estação São Bento do metrô para trocar fitas cassetes com músicas de artistas norte-americanos gravadas e apresentar o que estavam produzindo.
Hip-hop nas exposições
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Na mostra temporária Essa nossa canção, que aborda a riqueza e a diversidade da língua portuguesa na canção popular brasileira, um dos destaques é versão de fãs dos Racionais MC’s para o rap Diário de um detento. Na experiência Recados da Língua, presente na segunda sala da mostra, eles aparecem em um monitor de tamanho real cantando a faixa de mais de sete minutos à capela na íntegra. Sem a batida característica deste gênero musical, o visitante tende a prestar mais atenção nos versos cortantes escritos por Mano Brown e Josemir Prado.
O rap também se faz presente na experiência sonora e imersiva Palavras Cantadas, na qual 54 canções parecem conversar entre si. Salve, de Mano Brown, é uma das faixas utilizadas por Alê Siqueira, criador da obra. Já na sala Uma Caneta e um Violão, o público encontra manuscritos das composições dos raps No meu nome, de Don L e Nego Gallo, e Us mano e as mina, de Xis.
Com curadoria de Hermano Vianna e Carlos Nader, consultoria especial de José Miguel Wisnik e curadoria especial de Isa Grinspum Ferraz, a exposição temporária Essa nossa canção conta com o patrocínio máster da CCR, patrocínio do Grupo Globo, e com o apoio do BNY Mellon, da PwC Brasil e do Itaú Unibanco - todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Já na exposição principal do Museu da Língua Portuguesa, o hip-hop aparece em diversas experiências a fim de mostrar como esse movimento também influencia o modo que nos expressamos.
Na linha do tempo Português do Brasil, que narra a história do português falado no Brasil, é possível assistir a uma apresentação dos Racionais MC’s, interpretando Negro Drama, em uma das telas interativas. Na experiência audiovisual Praça da Língua, o rapper Rappin’ Hood declama o poema Epigrama, de Gregório de Matos.
Nas telas interativas do Nós da Língua, experiência que aborda a língua portuguesa falada em outros territórios ao redor do mundo, como Angola, Portugal e Timor Leste, o visitante tem acesso a mini biografias de artistas de rap de países africanos, como é o caso dos moçambicanos Dama do Bling e Azagaia. Por fim, o grafite de GG, do grupo Sustos, é refletido na Rua da Língua, um mural de 106 metros onde manifestações da língua portuguesa na rua são exibidas.
Serviço
50 anos do movimento hip-hop
Local - Museu da Língua Portuguesa
Endereço - Praça da Língua, s/n - Luz - São Paulo
Sant’Ana apresenta Trap de Favela - Plataforma Conexões
Data - 12 de agosto - sábado
Horário - das 12h às 13h
No Saguão Central da Estação da Luz
Grátis
5º Sarau Hip-Hop no Museu
Data - 26 de agosto - sábado
Horário - das 12h às 14h
No Saguão Central da Estação da Luz
Grátis
Exposição principal + mostra temporária Essa nossa canção
Visitação - de terça a domingo, das 09h às 16h30 (com permanência até as 18h)
Ingressos - R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Grátis aos sábados, para crianças até 7 anos e nos dias 17, 18 e 20 de agosto
Acesso pelo Portão A
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet aqui
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