Cinco Poemas para a Senhora R revisita trechos da história de uma das últimas testemunhas vivas do Holocausto

Denise Weinberg e Paula Ravache. Foto - Ronaldo Gutierrez

Espetáculo, com d
ireção de Kiko Marques, integra o Projeto Rita Braun Vive, idealizado pela produtora Célia Terpins. O elenco reúne Denise Weinberg, Paula Ravache e o ator Mauro Schames, além do músico Bruno Menegatti. A estreia é dia 03 de maio na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Cinco Poemas para a Senhora R é um espetáculo que revisita parte da história de Rita Braun, judia polonesa que sobreviveu ao Holocausto, uma das últimas testemunhas vivas desse período, e que vive em São Paulo com a família desde 1946.

A peça acontece na forma de cinco poemas cênicos, criados a partir dos relatos de Rita contidos em seu livro de memórias, de entrevistas gravadas ao longo de sua vida e de depoimentos dos familiares; também de uma parte ficcional, criada a partir das histórias, pensamentos e vivência dos intérpretes e de toda a equipe de criação que participou ativamente do processo de construção da dramaturgia e do espetáculo.

Sendo assim, a dramaturgia e a encenação aproximam o espectador do universo presente na história de Rita, em sua luta pela sobrevivência, ao lado de sua mãe, durante a Segunda Grande Guerra, na Polônia e também os conecta com os dias de hoje e as pessoas que somos, nossas posturas e condutas.

O espetáculo propõe um olhar ao mesmo tempo indignado e crítico sobre esse episódio da história, suas reverberações e espelhamentos nos dias de hoje, na tentativa de manter viva e forte essa memória tão necessária; e ao mesmo tempo levantar hipóteses de entendimento e resistência às atitudes impensáveis que nós, seres humanos, em algumas situações e tempos, somos capazes de tomar.

Sobre Rita Braun

Foto - Ronaldo Gutierrez

Rita Braun nasceu em 1930, em Cracóvia, Polônia, numa tradicional família judaica. Teve uma infância feliz, onde aprendeu a dançar, declamar e amar o cinema. Aos 9 anos, durante suas férias escolares, ouviu barulho de aviões de guerra e sem poder imaginar que aquele momento mudaria drasticamente sua vida, assistiu ao início da Segunda Guerra Mundial. A partir deste fato, as transformações na vida de todos da família foram ocorrendo involuntariamente. Viveu em vários guetos, viu familiares morrerem, passou fome, presenciou atrocidades que fizeram sofrer pessoas que conhecia. Viveu na clandestinidade, trocou de identidade várias vezes para se salvar. Sempre ao lado da mãe, guerreira que transmitiu muita segurança à filha, viu o contato com seu pai dar-se também de forma muito singular. Rita escreveu “Fragmentos de Uma Vida”, livro que embasou o trabalho da peça. O objetivo central da peça é relatar momentos vividos por esta grande mulher, que hoje tem como missão de vida passar adiante o que aconteceu, para que não seja esquecido.

Sobre a peça

Foto - Ronaldo Gutierrez

O espetáculo acontece em cinco fragmentos (poemas), cada qual com uma parcial autonomia em relação aos outros. No primeiro Eu estou viva, eu estou vivo vemos a relação (fictícia) criada a partir dos intérpretes em relação à história de Rita e os questionamentos quanto ao sentido de se montar um espetáculo como esse, nos dias de hoje e também do sentido da arte. Em Memória há um encontro entre Rita e uma jovem judia, num cemitério israelita, no qual falam da relação com seus mortos e da preservação da memória.

Já em O Professor de História, estamos em uma das muitas palestras ministradas por Rita, em sua trajetória. Nessa, porém, ela se depara com um professor de história que nega a existência do Holocausto. A partir desse embate, a memória de Rita, já em processo de extremo desgaste a leva de volta à sua infância na Alemanha nazista, como num transporte.

Em A Escolha, criamos uma metáfora sobra a escolha que Rita teve que fazer entre seu pai e sua mãe. Aqui essa escolha aparece refletida em um teste de cinema, em que um ator tenta ser aprovado para um papel no filme da vida de Rita. No poema final O Tempo, os intérpretes se imaginam em algum outro tempo e espaço, a olhar para os dias de hoje, para a relação que se criou ao recontarem essa história e as reverberações possíveis em um mundo para o qual gostariam de estar caminhando.

Ficha técnica
Cinco Poemas para a Senhora R
Idealização - Andréa Ravache e Celia Terpins
Dramaturgia e Direção Geral - Kiko Marques
Elenco - Denise Weinberg, Mauro Schames, Paula Ravache e o músico Bruno Menegatti
Assistente de Direção - Mateus Matilde Menezes
Direção de Produção - Celia Terpins
Assistente de Produção - Luana Fioli
Figurino, Visagismo e Cenário - Daniel Infantini
Design Artístico - Francisco Junior (Juhninho)
Criação de Luz - Adriana Dham
Assistente de Luz - Reynaldo Thomaz
Operação de Luz - Adriana Dham e Reynaldo Thomaz
Assessoria de Mídia Digital - Foyer Produções
Assessoria de Imprensa - Fernanda Teixeira | Arteplural
Assessoria e Consultoria Contábil - Hitoshi Nizhimoto

Serviço
Espetáculo teatral Cinco Poemas para a Senhora R
Estreia -  03 de maio - quarta-feira
Horário - 20h
Temporada - até 20 de maio - sábado
Horário - quarta, quinta e sexta-feira, às 20h. Sábado às 15h e 18h
Local - Oficina Oswald de Andrade
Endereço - Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo
Entrada gratuita 
Mais informações 11 3221-5558

Projeto Rita Braun Vive apresenta
  • Peça Teatral: Cinco Poemas para a Senhora R
  • Reedição do livro Fragmentos de Uma Vida, de Rita Braun
  • Palestras sobre inclusão social. Temas - Holocausto, LGBT+, Refugiados
  • Exibição de filmes sobre o Holocausto

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