Os avanços tecnológicos não param e para 2023 as expectativas são grandes, visto que as empresas e a sociedade estão cada vez mais exigentes e ligadas com a tecnologia. Diante desse cenário, para o coordenador dos cursos de Tecnologia da Informação do Centro Universitário Cesuca, Prof. Dr. Evaldo Reis Junior, alguns aspectos precisam receber destaques antes de se apontar tendências tecnológicas para 2023, como o cruzamento entre tecnologia e sustentabilidade.
“Os olhos do mundo cada vez mais se voltam às preocupações ambientais, e isso pode ser percebido com as discussões recentes na COP 27 ocorrida no Egito, ainda que as evoluções estejam mais no campo da retórica. Assim, a transformação digital fará com que entregar tecnologia exija observar o regramento ambiental, as demandas sociais e as políticas de governança, o tripé ESG (do inglês Environmental, Social and Governance, que significa Ambiente, Social e Governança)”, afirma.
Com relação as tendências, algumas pesquisas são unânimes em afirmar que a Inteligência Artificial (IA) crescerá a partir deste ano. De acordo com Evaldo, na dimensão do risco e da segurança da IA, por exemplo, um estudo da consultoria de classe mundial Gartner, especializada na produção de conhecimento nesse ramo, afirma que 41% das empresas nos EUA, Reino Unido e na Alemanha sofreram algum tipo de violação de privacidade da IA. “O consumidor perceberá mais a presença da IA em 2023, pois ela se intensificará nos processos de compras e entregas autônomas, como aquelas feitas por drones e carros, sem a presença humana”.
“Destaco ainda o crescimento do armazenamento na nuvem, de grande impacto ambiental, otimizando espaço e interconectividade e estando à disposição em tempo real nos mais diversos aparatos tecnológicos, facilitando nossas vidas. Nota-se também a evolução do mundo no Metaverso, e a criação de espaços virtuais, migrando para as relações interpessoais-digitais, representadas pela figura de um avatar”, ressalta.
Muitos são os benefícios das novas tendências para 2023: agilidade, praticidade, conhecimento e até a sociabilidade e combate à solidão, ainda que a pessoa não saia de casa. “Depressão e estresse são as doenças do século e recentemente a síndrome de burnout, um estágio avançado do estresse, foi reconhecida pela comunidade científica médica como uma séria doença do mundo do trabalho. Se a gente pensar no Metaverso, a tecnologia permitirá que as pessoas possam interagir mais, buscando momentos de prazer e felicidade”, explica.
Mercado e emprego
Nesse momento de avanços tecnológicos e digitais irrefreáveis da humanidade, as novidades relativas a esse meio podem gerar um grande impacto no mercado de trabalho, sugere o especialista. O movimento do emprego versus tecnologia pode trazer, ainda, uma tendência de interiorização, buscando cidades fora das capitais. “Em Novo Hamburgo, na grande Porto Alegre, a cidade fechou o ano de 2021 com quase 8 mil empregos a mais do que no ano anterior, uma alta de 12% segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)”, comenta.
Evaldo diz que o Brasil sempre foi um player importante no segmento tecnológico, sendo, historicamente, uma referência mundial em automação bancária. Multinacionais famosas sabem da importância de mercado que o país possui na América Latina. “Grandes corporações como Dell, Vivo e Oracle estão por aqui. O OneDrive da Microsoft, sua plataforma de armazenamento na nuvem, cresce exponencialmente, as experiências de compras online da Amazon, de atendimento via IA dos grandes bancos mundiais, são absolutamente reais no mercado brasileiro”.
Por fim, o coordenador dos cursos de Tecnologia da Informação do Cesuca salienta que: “essa onda de globalização impulsionada pela tecnologia é uma curva sem volta, e as pessoas precisam acompanhar de alguma forma essa evolução, seja em defesa da sua trabalhabilidade como da sua sociabilidade”, finaliza.
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