Foto - Murilo Alvesso |
Em janeiro, a música brasileira em seus diversos estilos ocupa os finais de semana no Sesc Santo André. Para começar, três divas da canção, Zezé Motta, Alaíde Costa e Eliana Pittman, se unem no show inédito Pérolas Negras, que percorre clássicos de compositores e compositoras negros em duas apresentações, nos dias 06 e 07 de janeiro.
Em seguida, no dia 13, a multiartista Bruna Caram mostra seu lado intérprete em uma apresentação dedicada às músicas de Gonzaguinha. Já no dia 14 de janeiro, acontece o encontro memorável de dois artistas nordestinos de gerações diferentes, mas com forte ligação com a cultura popular: a compositora, cantora e percussionista pernambucana Alessandra Leão e o alagoano Sapopemba, percussionista, cantor e pesquisador da diversidade afro-brasileira.
Show Pérolas Negras
Show inédito dedicado à reflexão sobre a participação e contribuição de compositoras e compositores negros na música brasileira. Três mulheres negras importantíssimas da cultura musical de todos os tempos se reúnem à frente de um repertório que abrange gêneros e estilos diversos, de Cartola a Criolo, passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Johnny Alf, Cartola, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Tim Maia, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola e Ataulfo Alves.
Zezé Motta tem 50 anos de carreira e é uma das mais respeitadas atrizes e cantoras da música brasileira. Tem mais de 10 discos lançados, inclusive um deles dedicado a Luiz Melodia e Jards Macalé, "Negra Melodia". Alaíde Costa é cantora e compositora, precursora da Bossa Nova, e com 60 anos de trajetória artística. Tem parcerias com Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Geraldo Vandré e Johnny Alf. Eliana Pittman tem 50 anos de carreira, atuou em mais de 30 países e começou sua carreira ao lado do pai, o saxofonista americano Booker Pittman, de quem herdou toda influência jazzística. O show Pérolas Negras tem direção musical do violonista Joan Barros e direção artística de Thiago Marques Luiz.
Bruna Caram canta Gonzaguinha
A multiartista Bruna Caram apresenta um show inteiramente como intérprete: o Bruna Caram canta Gonzaguinha, novo projeto que tem foco nas canções políticas e amorosas do compositor, e que desembocará no sétimo disco da cantora, já sendo gravado e prometido para o próximo ano.
Bruna Caram é cantora, compositora, atriz, instrumentista, poeta, preparadora vocal e sócia-fundadora da Cor e Voz, renomada escola de preparação vocal, artística e musical de São Paulo. Bruna tem 6 discos lançados - um deles ao vivo - , um DVD, dois livros lançados como poeta, e uma participação na TV como atriz na Minissérie Dois Irmãos da Rede Globo (2017).
Como compositora, Bruna é parceira de nomes como Chico Cesar, Zeca Baleiro, Pedro Luís e Roberta Sá. A artista também é ativista, trabalhando no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes através da campanha Ninguém Mexe Comigo, para quem compõe canções de conscientização. A campanha é reconhecida internacionalmente e ganhou dois prêmios em 2021.
O novo show de Bruna traz justamente a luta por justiça e o poder do afeto como temas centrais. O time por trás do espetáculo reforça esses temas: Jean Wyllys assina a pesquisa de repertório e roteiro, e Nanan Gonzaga, filha do próprio Gonzaguinha, é colaboradora também nessa pesquisa. A direção musical e arranjos são de Norberto Vinhas, a preparação de corpo de Leticia Doretto e o figurino de Bia Rivato.
No repertório, desde clássicos como "Explode Coracão" e "É" a canções lado B como "Eu Nem Ligo" e "Viver, Amar, Valeu". Na banda, a formação mais brasileira do histórico de turnês da cantora: violão, bandolim, percussão, baixo e piano, reforçando a característica que a artista fez questão de trazer para o show: uma grande variedade de ritmos brasileiros, como o frevo, o samba e o ijexá.
"Minha formação como cantora e como cidadã teve Gonzaguinha como pilar necessário. E hoje, em tempos de opressão, mentira, horror e fome, sua música traz uma denúncia pertinente e um chamado libertário. É uma obra que grita sem rancor, com prazer, por mais dignidade. Para mim, é o compositor que mais faz sentido cantar em 2022.", comenta Bruna.
Sobre Alessandra Leão e Sapopemba
A pernambucana Alessandra Leão começou sua carreira na efervescência do Mangue Beat e traz para seu trabalho o movimento das culturas populares. Sem negar suas raízes no som que produz, a compositora, cantora e percussionista se reinventa a cada disco.
Sapopemba, vindo de Alagoas é um artista conhecido por sua voz potente, sua memória com infindáveis canções populares e afro-brasileiras, e por ser um pesquisador nato da história e da diversidade musical afro-brasileira. Com seu primeiro disco lançado aos 72 anos, Sapopemba trouxe canções importantes do universo afro para a música popular brasileira.
Alessandra e Sapopemba se encontram sonoramente em uma São Paulo migrante, diversa, e apontam para um futuro difuso com o passado, para um tempo não linear que se movimenta e movimenta os corpos.
Serviço
Agenda musical do Sesc Santo André em janeiro
Endereço - Rua Tamarutaca, 302 - Vila Guiomar - Santo André (SP)
Ingressos - R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia) e R$12,00 (credencial plena).
Classificação - 12 anos
Informações 11 4469-1200 e pelo site aqui
Zezé Motta, Alaíde Costa e Eliana Pittman - Show Pérolas Negras
Data - 06 de janeiro - sexta-feira
Horário - 20h
Data - 07 de janeiro - sábado
Horário - 19h
Bruna Caram canta Gonzaguinha
Data - 13 de janeiro - sexta-feira
Horário - 20h
Alessandra Leão e Sapopemba
Data - 14 de janeiro - sábado
Horário - 19h
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