Casa Guilherme de Almeida inaugura A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22

Revista A Cigarra - 1922 - Edição 187

Exposição oferece um panorama da arte fotográfica desenvolvida nos anos 1920 a partir de coleções, fotos experimentais e peças publicitárias da época. O grupo musical de choro Fora de Contexto se apresenta na abertura

A partir do grupo de pesquisa A fotografia e a Semana de Arte Moderna, formado por 11 especialistas sob a coordenação do fotógrafo e pesquisador Guilherme Tosetto, reunidas pelo museu Casa Guilherme de Almeida, nasce "A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22", que será inaugurada no dia 12 de março, sábado, às 11h, na área externa do museu. Com entrada gratuita, o período de visitação funcionará de terça a domingo, das 10h às 18h, até o final de 2022.

Para conhecer os registros fotográficos realizados durante os anos 1920, inclusive os que retratam o modernismo e seus protagonistas, o público deve fazer um agendamento prévio pelo site do museu (clique aqui), onde também estão informados os protocolos de biossegurança que devem ser seguidos. A instituição poderá receber grupos com até 20 visitantes por hora.

Revista Fon-fon! - 1922

Diversos painéis integram a exposição que ficará no deck, área externa da Casa Guilherme de Almeida, integrante da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciada pela Poiesis.

Embora a fotografia circulasse entre os modernistas, geralmente marcada pela falta de identificação da autoria, a exposição mostrará que essas imagens já apareciam nas páginas da imprensa e começavam a fazer parte do imaginário por meio da publicidade de serviços fotográficos.

A partir de reflexões e de um amplo levantamento histórico extenso, foram propostas três linhas de investigação adotadas para A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22. O primeiro núcleo conta com imagens colecionadas por expoentes da Semana de 1922, como Heitor Villa-Lobos e Lasar Segall, este que utilizava os próprios registros fotográficos como referência para as obras que desenvolvia e no convívio com os demais modernistas.

Revista Careta Edição 0922

Esse núcleo também terá parte das fotografias experimentais produzidas por Mário de Andrade a partir de 1927, quando ele fez as viagens etnográficas pelo Norte e Nordeste do Brasil e, assim, colaborou no trato técnico das imagens e no olhar moderno que ecoa em suas fotos. Fotografias documentais, como a construção do edifício Martinelli em São Paulo e o desmonte do Morro do Castelo no Rio de Janeiro completam a primeira parte da exposição.

O segundo núcleo contempla o uso das fotos nas revistas ilustradas como A Cigarra, Fon-fon e Careta, que, no início do século XX, destacavam a fotografia e usavam o recurso de montagem e recortes. O terceiro núcleo reúne anúncios publicitários na imprensa dos anos 1920, época da entrada da Kodak no Brasil, que divulgava os modelos e acessórios fotográficos como forma de estimular os leitores a terem uma câmera como companheira no dia a dia.

O grupo de pesquisa que preparou o material da exposição é formado por fotógrafos, historiadores e artistas visuais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sob a orientação do curador Guilherme Tosetto, doutor em Fotografia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, especialista em Fotografia pela Universidade Estadual de Londrina e coordenador do bacharelado e da Pós-Graduação em Fotografia do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, o grupo trabalhou para identificar como era a prática da fotografia na década de 1920. A investigação - feita em acervos, bibliotecas e coleções brasileiras - analisou a presença e a ausência de registros fotográficos dessa época.

Revista Fon-fon! - 1922 - Edição 035

O grupo pesquisou, presencialmente, em diferentes locais: MIS-RJ, IEB-USP, Museu Lasar Segall, Museu Paulista, Arquivo Público do Estado de São Paulo e Museu Mariano Procópio (em Juiz de Fora). A exposição deixará transparecer que ainda há muito a ser reconhecido na história da fotografia brasileira do começo do século XX.

Música no evento de abertura

A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22 será aberta por uma apresentação musical de choro do grupo Fora de Contexto, às 11h do dia 12 de março, também na área externa do museu Casa Guilherme de Almeida.

Fora de Contexto é um quarteto que surgiu em 2020 a partir do Núcleo de Desenvolvimento de Carreira da EMESP Tom Jobim. O grupo se concentra no choro, nos seus subgêneros e em estilos como o baião, forró e a cultura popular. Conta, em sua formação, com Amanda Calixto na flauta, Leonardo Matheus no cavaco, Matheus Caitano no violão de 7 cordas e Nathalie Magalhães na percussão. A entrada é gratuita.

Serviço
Casa Guilherme de Almeida
Endereço - Rua Macapá, 187 - Perdizes - São Paulo
Acessibilidade - rampa de acesso, elevador, piso podotátil e banheiro adaptado, videoguia em Libras e réplicas táteis
Mais informações 11 3673-1883, 3803-8525, 3672-1391, 3868-4128 e pelo site aqui

A exposição de fotografia que não aconteceu na Semana de 22
Com Guilherme Tosetto e o grupo de pesquisa A fotografia e a Semana de Arte Moderna
Abertura - 12 de março - sábado
Horário - 11h
Período para visitação - até o final de 2022 - terça a domingo
Horário - das 10h às 18h
Visitas devem ser agendadas aqui
Número de visitantes -  20 por hora
Grátis

Evento de abertura da exposição
Apresentação musical com o grupo Fora de Contexto
Data - 12 de março - sábado
Horário - 11h
Grátis

Em tempo: para entrar no museu é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19, com pelo menos duas doses, seguindo o Decreto 60.989 estabelecido em 06 de janeiro pela Prefeitura do Município de São Paulo.

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