20.000 Léguas Submarinas - super produção estreia no CCBB de Sampa


A nova peça do projeto Viagens Extraordinárias fecha a trilogia sobre obra de Júlio Verne, da Cia Solas de Vento

Um misterioso veículo subaquático. Uma tripulação cheia de segredos. Um monstro assombrando os oceanos. Três tripulantes que acabaram de chegar. E você, já entrou em um submarino? O palco será o oceano, e as cortinas as paredes do submarino. Poltronas e corredores viram cabines enquanto varas de luz fazem as vezes do equipamento de mergulho. Nessa aventura, atores serão os tripulantes e o público os passageiros.

A ideia de transformar o teatro num autêntico submarino está na concepção de encenação do novo espetáculo da Cia Solas de Vento, formada pelos atores Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues, e assinada pelo diretor convidado Alvaro Assad.

20.000 Léguas Submarinas estreia dia 16 de janeiro no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil-SP e fecha a trilogia sobre a obra de Júlio Verne. A intenção é mexer com a fantasia do público. A temporada vai até 14 de fevereiro, com sessões aos sábados e domingos às 15 horas.

Inspirados pelas viagens extraordinárias do escritor francês Júlio Verne (1828-1905), um dos pioneiros do gênero ficção científica, a Cia Solas de Vento deu a largada na apresentação do projeto Viagens Extraordinárias alternando duas criações do repertório do grupo - 'A Volta ao Mundo em 80 Dias' (2011) e 'Viagem ao Centro da Terra' (2015) - entre 28 de novembro e 20 de dezembro de 2020.

Em seguida, os três espetáculos entram em cartaz simultaneamente de 20 de fevereiro a 11 de abril de 2021, aos sábado, às 11h e às 15h, e domingos às 15 horas, em um total de 25 sessões.

Júlio Verne, conhecido como o homem que previa o futuro, foi um dos maiores escritores franceses de todos os tempos e um dos mais influentes da literatura mundial. Além de escritor de romances de aventuras, é considerado um dos pais da ficção científica.

Seus escritos anteciparam equipamentos que só surgiriam muitos anos depois, como televisão, submarino, nave espacial, fax etc. 'A Volta ao Mundo em 80 Dias' foi escrita em 1872 e narra uma exótica aposta de um estranho personagem e seu criado ao redor do mundo, contra o tempo.

Sobre a montagem

Foto - Mariana Chamma

A partir da análise do romance '20.000 Léguas Submarinas', escrito em 1869, o diretor e os atores desenvolveram um repertório de ações, jogos e esboços de cenas, usando os recursos oferecidos pelo vocabulário físico da pantomima e pelo vídeo com elementos que dão forma aos cenários da aventura. O diretor Alvaro Assad enxerga o teatro como um lugar de transformação.

“Atravessar os corredores e entrar na plateia diante de um palco é fazer acordo com o imaginário. Esse lugar é desafiador e rico de simbologias e troca. Júlio Verne nos brinda com as mais significativas viagens no imaginário. Em '20.000 Léguas Submarinas' vamos às profundezas do oceano em um meio de transporte fantástico. Nada melhor do que transformar o espaço do teatro nesse universo. Transportar os espectadores para os elementos subaquáticos”.

Para o encenador, a livre adaptação para o teatro de uma das obras literárias mais famosas de Júlio Verne foi desafiadora, como toda criação de obra cênica. “Principalmente quando trabalhamos com um dos livros mais potentes de Júlio Verne e criamos uma enorme história sem palavras. Desenvolver roteiro em forma de pantomima, junto com elenco e o roteirista/dramaturgo Bobby Baq, faz com que a equipe esteja uníssona nessa concepção. Roteiristas, elenco, direção e aporte de luxo da música e direção de arte”.

Cenografia, projeções e técnica de circo

Foto - Mariana Chamma

Com a proposta de criar os efeitos aquáticos descritos no romance, a cenografia foi concebida para receber e jogar com as projeções de vídeo. O principal elemento cenográfico é o corpo de cada ator, com seus comportamentos físicos descrevendo a espacialidade ao seu redor.

A direção de arte conta com adereços que estão a serviço da história. As ações executadas pelos atores, muitas delas com as técnicas circenses, também são exibidas, oferecendo ao espectador um efeito de zoom ou um ângulo de visão diferente, recurso que da uma dimensão fantástica às peripécias, criando ilusões e imagens inusitadas.

Figurino, visagismo, iluminação, trilha sonora

Alvaro Assad acredita que conceber uma encenação é criar a harmonia do diálogo entre todas as áreas da criação. “A direção de arte de Renato Bolelli e Vivianne Kiritani dialoga com figurinos e adereços nesse espaço de tempo fictício, sem perder o humor, necessário para o jogo de cena do elenco”.

O diretor conta que o visagismo de Cleber de Oliveira traz um visual fantástico de histórias em quadrinhos, tornando, por meio da maquiagem, próteses e pêlos, o elenco irreconhecível e surpreendentes.

A música original de André Vac, de acordo com Assad, pontua o espetáculo como um cinema mudo, com sua marca em perfeita sintonia com a movimentação em cena e o jogo de projetar que é identidade do Solas de Vento.

Compostos a partir da necessidade de desempenho físico dos atores, os figurinos darão a cada personagem características arquetípicas de maneira a enfatizar seus traços psicológicos.

A iluminação de Marcel Gilber preenche os episódios da viagem para além das cores e efeitos e foi criada por lanternas e refletores manipulados pelos próprios atores. A música mescla temas incidentais e a edição da trilha sonora foi realizada a partir das partituras de ações dos atores.

Sobre o enredo

Foto - Mariana Chamma

No livro, Verne criou o submarino Náutilus completamente autônomo do meio terrestre, movido somente pela eletricidade. O engenheiro e dono de tal feito é o Capitão Nemo, que, com sua tripulação, cortou qualquer relação com as nações e com a humanidade. Vivem somente do que o mar lhes dá - a comida e a matéria-prima que necessitam para a produção de eletricidade, tudo vem do mar.

Mas a humanidade não conhece a existência da obra-prima de engenharia que o capitão Nemo criou em segredo, e, quando este, com ou sem intenção, começou a provocar desastres em navios e embarcações, o mundo começou a temê-lo, julgando-o um monstro marinho.

“Para ressaltar as ideias do autor, tomamos a liberdade de não seguir ao pé da letra a sua narrativa, mas de concentrar na essência da história, ou seja, nas transformações que ocorrem nos personagens, traduzidas e atualizadas para o público de hoje”, revelam os atores.

“Um aspecto importante do romance é o constante jogo entre espaços fechados e abertos. Os protagonistas se deparam, ora protegidos por estreitas salas e corredores do submarino Náutilus, ora se aventurando na imensidão do mundo oceânico, frente a uma fauna desconhecida e ameaçadora. O conjunto dos recursos que serão desenvolvidos durante o processo de criação visam recriar cenicamente esses efeitos”, explica o ator Ricardo Rodrigues.

Ficha técnica
20.000 Léguas Submarinas
Adaptação livre do romance de Julio Verne
Idealização - Cia Solas de Vento
Direção - Alvaro Assad
Elenco - André Schulle, Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues
Participação - Bobby Baq e Marcel Gilber
Dramaturgia - Bobby Baq e Alvaro Assad em colaboração com Elenco
Música Original - André Vac
Direção de Arte e Figurinos - Renato Bolelli e Vivianne Kiritani
Visagismo - Cleber de Oliveira
Cenografia - Cia. Solas de Vento e Alvaro Assad.
Cenotecnia - Cesar Augusto e Jeremias da Silva
Adereços - Chico Matheus e elenco
Costureira - Judite Lima
Desenho de Luz - Marcel Gilber
Design de Vídeo - Rodrigo Gontijo
Operações Técnicas - Luana Alves
Arte Gráfica - Sato do Brasil
Fotos - Mariana Chama
Vídeos - Cassandra Mello
Produção - Natalia Salles
Assistente de Produção - Anna Belinello
Gestão - Doble Cultura e Social
Realização - CCBB SP e Cia Solas de Vento

Serviço
20.000 Léguas Submarinas
Temporada - de 16 de janeiro a 14 de fevereiro de 2021 - sábado e domingo
Horário - 15h
Local - Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico - São Paulo
Ingressos - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Para mais informações 11 4298-1270

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