9ª edição do Cinecipó - Festival do Filme Insurgente anuncia filme de encerramento


Filmes destacados pelo Júri serão divulgados em live no dia 29 de dezembro, a partir das 19h, durante o seminário Reconquistando Territórios

Ao longo de dezembro, o Festival Cinecipó apresentou programações semanais com curtas e longas ficcionais e documentais que tinham como objetivo a busca pela apreciação da diferença, com pluralidade e diversidade.

Idealizado por Cardes Monção Amâncio e Daniela Pimentel de Souza, o evento online será encerrado com a exibição especial de 'O Que Há em Ti', de Carlos Adriano, cinepoema que traça linhas entre o vaticínio de um haitiano sobre o presidente do Brasil (“Bolsonaro, acabou. Você não é presidente mais.”), a participação do exército brasileiro no Haiti e onde estão hoje os militares de alta patente que coordenaram as operações por lá.

“Uma honra muito grande acolher filmes tão diversos, plurais e potentes. Estamos cumprindo nossa missão curatorial e difusora de um cinema que importa. Os governantes passam e o cinema fica. Os focos de poder podem ser alterados pelo cinema e de fato são. Por isso o cinema é celebrado. Ou perseguido. Eles passarão, nós e o cinema, passarinho”, comenta Cardes.

“Produzir uma mostra desta envergadura, num ano pandêmico, exigiu bastante, mas foi também um respiro. Ter e propiciar o encontro com as obras, com as pessoas que as realizaram e saber que o festival está ali 24 horas por dia para quem quiser sua companhia é algo que aqueceu bem o coração nesse mês de dezembro”, complementa.

O filme entrará na plataforma (clique aqui) no dia 28 de dezembro e ficará disponível por 24 horas. No mesmo dia, às 19h, acontece também um debate com o diretor, a cineasta Cristina Amaral e o também diretor e roteirista Thiago B. Mendonça.

O que Há em Ti
Brasil | 2020 | 16 min.
Direção - Carlos Adriano

Sinopse
Em 16 de março de 2020, em Brasília (capital do Brasil), um haitiano anônimo e desconhecido desafiou o chefe da nação: “Bolsonaro, acabou. Você não é presidente mais.” Este cinepoema contrapõe tal situação a duas operações militares da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti), comandada pelo Brasil, em 6 de julho de 2005 e 22 de dezembro de 2006, em Cité Soleil (Porto Príncipe, capital do Haiti).

O filme convoca a canção “Haiti” (Caetano Veloso e Gilberto Gil; 1993) e referências à revolução Haitiana (1791-1804) e a obras culturais sobre o Haiti: o Canto IX de “O Guesa” (Sousândrade; 1871/1888); “Bur-Jargal” (Victor Hugo, 1791/1876); “The Black Jacobins” (C.L.R. James; 1938); “Haiti: le chemin de la liberté” (primeiro longa metragem do Haiti; Arnold Antonin; 1974); “Haiti: dreams of democracy” (Jonathan Demme; 1988); “Voodoo Macbeth” (Federal Theatre Project e Orson Welles; 1936); a filmagem inacabada do vodou e da dança no Haiti (Maya Deren; 1947-1955); o poema “Les cendres de Toussaint Louverture” (René Depestre; 1998); o projeto não-realizado de Sergei Eisenstein e Paul Robeson sobre Toussaint Louverture.

Serviço
9ª edição do Festival Cinecipó
Data -  até 28 de dezembro - segunda-feira
Local - site aqui
Gratuito

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