Livro e Documentário sobre Sergio de Vieira de Mello rodam o Brasil


Foto - Divulgação

Em 2018 completam exatos 15 anos que o diplomata Sergio Vieira de Mello morreu em um atentado à uma base da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bagdá. Em homenagem ao brasileiro que dedicou mais de 30 anos de sua vida aos direitos humanos, foram lançados o Livro e Documentário “Sergio Vieira de Mello, O Legado de um Herói Brasileiro”, em quatro capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife).

O projeto, conduzido pela ZAZ Produções, levou cinco anos para ser concluído, após quase 80 mil quilômetros rodados no planeta e mais de 100 entrevistas. O diplomata foi representante máximo das Nações Unidas no Iraque e era visto como o futuro Secretário Geral da ONU. Sergio ficou muito conhecido por defender os direitos dos refugiados e seu trabalho beneficiou pelo menos um milhão de pessoas que precisaram deixar o país de origem.

Segundo o Diretor Geral do Projeto, André Zavarize, tanto o livro quanto o documentário trazem reflexões atuais, visto que em 2018 mais de 67 milhões de pessoas estão sendo forçadas a se deslocar em todo o planeta.

“A quantidade de refugiados no mundo só cresce e em todos os debates sobre o tema, a figura do Sergio se faz presente. Mais de um milhão de refugiados foram beneficiados por políticas lideradas por ele. Suas ações ainda ecoam em diversos países servindo de inspiração para muitas ações que vem sendo realizadas”, pontua Zavarize.

O vencedor do prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, fez o prefácio do livro. O diferencial da obra, escrita pelo jornalista pernambucano Wagner Sarmento, é a narrativa realista que convida o leitor a fazer uma nova reflexão sobre a vida e herança deixada pelo diplomata. “A principal mensagem que queremos deixar é que Sergio vive. Nosso país está muito carente de referências e entendendo um pouco da história do Sergio vimos que o Brasil precisava saber mais sobre ele”, ressalta.

Além da grande habilidade em negociações e paixão pelo trabalho em campo, ele virou referência mundial devido a sua atuação na constituição de garantias democráticas do Timor Leste - o país mais novo do mundo. Até hoje, o país é um dos cases de maior sucesso da Organização das Nações Unidas (ONU).

No Timor, Sergio encontrou o país com 90% da infraestrutura destruída e entregou um país pronto para receber a independência. Atualmente o país apresenta o maior índice de democracia do sudeste asiático.

Sergio também ganhou destaque pela atuação no Camboja, onde negociou no meio da selva com o Khmer Vermelho - um regime que matou pelo menos um milhão de pessoas. A guerra entre facções criou uma multidão de refugiados, e o trabalho de Sergio permitiu que quase 400 mil cambojanos voltassem para suas casas. Ao todo, o brasileiro passou por mais de 15 países, deixando um legado imensurável para a humanidade.

“Houve um trabalho muito grande de estudo porque precisávamos não só conhecer a trajetória do Sergio, como entender a história do mundo. Foram 34 anos de trabalho nas Nações Unidas, nos quais Sergio esteve envolvido nos principais conflitos do mundo na segunda metade do século passado”, conta Sarmento.

Pouco mais de três anos foram dedicados à pesquisa para o projeto, que teve dois anos de gravações e contou com entrevistas de dois prêmios Nobel da Paz, inúmeras personalidades e diversos chefes de Estado.

“É uma obra de brasileiros feita para brasileiros. Muitas pessoas nos questionaram dizendo que a situação dos refugiados não está presente no Brasil, mas São Paulo recebe refugiados de todo o mundo. Como é distante? Queremos sensibilizar as pessoas para essa situação, e o Sergio é a maior referência que temos do assunto. O brasileiro precisa conhecer um pouco mais sobre esse herói”, conclui Zavarize.

Confira o trailer do documentário:

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