Grupo de dança folclórica húngara comemora 50 anos com show em São Paulo


Foto - Acervo Pántlika

Uma explosão de cores, ritmos marcantes e coreografias elaboradas esperam o espectador na apresentação de 50 anos do Grupo de Danças Folclóricas Húngaras Pántlika, que acontecerá no sábado, 27 de outubro, na capital paulista. O acompanhamento, ao vivo, será feito pela banda húngara Düvö, que veio ao Brasil especialmente para essa apresentação e é considerada uma das melhores do gênero.

O espetáculo vai relembrar 16 das coreografias que já integraram o repertório do grupo, inclusive a primeira delas, Pántlikázó, aprendida pela fundadora do grupo, Ilona Kokron, antes de conhecer seu grande mentor, o mestre de danças Sándor Tímár. Além de chefe do Balé Nacional Húngaro, Tímár foi pioneiro na realização de pesquisas in loco das danças folclóricas em aldeias húngaras naquele país e em enclaves.

A Hungria perdeu muitos territórios após a 2ª Guerra, mas as populações húngaras continuaram a ocupar porções da Transilvânia, na Romênia, e da atual Eslováquia. Para elas, na visão do folclorista húngaro Zoltán Kallós, a dança e o canto foram o principal elemento de preservação da cultura nativa. Seja como for, hoje, a dança folclórica tem grande destaque na vida cultural húngara, com direito a apresentações contínuas no castelo de Budapeste e até a um reality show de talentos, no melhor estilo American Idol.

“Também no Brasil a dança tem sido um agregador da comunidade húngara. É uma atividade que envolve muito sentimento e traz a oportunidade de resgatar memórias e tradições de diferentes regiões. Um dos cuidados que tomamos no espetáculo foi o de construir um repertório diversificado, com coreografias de vários lugares e épocas, cada qual com suas cores, trajes e desafios próprios”, diz Pedro Marques, diretor do Pántlika.

Para compor seu repertório, os membros do grupo estão em intercâmbio constante com a Hungria, inclusive recebendo professores e dançarinos daquele país, participando de acampamentos de danças lá e pesquisando muito. A profundidade da pesquisa é tanta que alguns passos chegam a ser conhecidos pelo nome do aldeão que era mestre em sua execução.

“Agora, com internet, ficou mais fácil, inclusive para atualizar a leitura de algumas dessas danças. Às vezes, são detalhes que fazem diferença. Tem uma dança de roda, por exemplo, que em sua manifestação original é uma conversa entre meninas e procuramos reproduzir esse significado, com as dançarinas olhando umas para as outras”, afirma Pedro.

Ele explica que as canções fazem referências a momentos marcantes da vida nas aldeias (colheitas, estações do ano, amor, guerra, luto), e muitas danças utilizam objetos cênicos presentes nesse dia a dia - o bastão do pastor, a garrafa que circula no casamento e acaba equilibrada na cabeça etc. O espetáculo é único, tem censura livre e promete surpreender aqueles que esperam um show de dançarinos amadores uniformizados.

Sobre a comunidade húngara no Brasil

Foto - Acervo Pántlika

Cerca de 100 mil húngaros e seus descendentes residem hoje no país, segundo estimativa do Ministério das Relações Exteriores. A maior concentração (80% dessa população) encontra-se no estado de São Paulo, mas os primeiros húngaros a aportar no país instalaram-se em Jaraguá do Sul (SC) no final do século 19.

Outras três ondas imigratórias se sucederam: a segunda ao final da 1ª Guerra, com a dissolução do Império Austro-Húngaro; a terceira após a 2ª Guerra, quando a Hungria foi anexada à União Soviética; e a quarta em 1956, após o massacre promovido pela União Soviética contra o movimento de libertação da Hungria.

São Paulo foi o principal destino desses imigrantes, seguido do Rio de Janeiro. Camponeses, operários e profissionais de nível superior compuseram essas levas de imigrantes e várias associações foram fundadas. Hoje, a Casa Húngara (clique aqui), na capital paulista, tornou-se o principal reduto da cultura húngara no país.

Serviço
50 Anos do Grupo Pántlika
Data - 27 de outubro
Horário - das 19h30 às 21h30
Local - Teatro Brigadeiro
Endereço - Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 894 - São Paulo
Ingressos - R$ 35,00
Para comprar clique aqui (com taxa de conveniência) ou bilheteria do teatro

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