![]() |
| Foto - GLady/Pixabay |
O empreendedorismo feminino tem ganhado força no Brasil. Em 2024, mais de 10 milhões de mulheres atuavam como empreendedoras, representando 34% do total, segundo o Sebrae. Muitas dessas mulheres têm encontrado no mercado culinário uma oportunidade de negócio, cenário que vem acompanhado do crescimento do setor de alimentação fora do lar, que movimentou R$ 61,4 bilhões no segundo trimestre de 2024, conforme o Instituto Foodservice Brasil. Dado recorde, reforça o desempenho positivo do setor, mesmo diante dos desafios econômicos.
Com esse cenário promissor, empreender na gastronomia exige mais do que talento na cozinha. É preciso planejamento, visão estratégica e, principalmente, controle financeiro. Pensando nisso, a Chef Karen Ribeiro, confeiteira profissional da Mococa, compartilha dicas práticas de precificação para quem deseja transformar sua paixão pela culinária em um negócio de sucesso.
Como precificar seus produtos na prática?
![]() |
| Foto - Rodrigo Azevedo Frazão Rodrigokvera/Pixabay |
Definir o preço de venda de um produto exige mais do que somar despesas e aplicar um percentual de lucro. O primeiro passo é conhecer com precisão todos os valores envolvidos na produção, desde os ingredientes até os custos operacionais.
Isso inclui organizar despesas com insumos, embalagens, taxas e mão de obra para chegar a um número realista, que servirá de referência para os cálculos posteriores. Com essa base definida, inicia-se a formação do preço pelos custos diretos, que correspondem aos itens utilizados na receita.
Em seguida, entram os valores indiretos, como gás, eletricidade, aluguel e tempo de preparo. Os gastos indiretos precisam ser distribuídos de forma proporcional. Para isso, calcula-se a média mensal dessas despesas e divide-se pelo número de unidades fabricadas no mesmo período. O resultado é adicionado ao custo unitário, garantindo que o preço de venda cubra não apenas os ingredientes, mas também a estrutura necessária para manter o negócio. Esse método evita distorções e assegura que nenhuma etapa fique de fora da conta.
Sobre o valor resultante dos custos indiretos e diretos, aplica-se uma margem que pode variar de 30% a 100%, considerando o perfil do público e a média praticada pela concorrência. Assim, o valor final equilibra sustentabilidade financeira e posicionamento no mercado.
A escolha de insumos também influencia diretamente o resultado. Optar por produtos com bom custo-benefício ajuda a manter a margem sem comprometer a entrega ao consumidor. As misturas lácteas da Mococa são exemplos de alternativas versáteis que mantêm sabor e textura em preparos doces ou salgados, oferecem rendimento elevado e contribuem para reduzir o valor total de produção. Isso possibilita praticar preços mais competitivos sem desequilibrar o orçamento.
Para a chef Karen Ribeiro, organizar esses elementos facilita a rotina e traz clareza sobre a rentabilidade de cada item. “Quando o cálculo é feito de forma estruturada, o empreendedor entende exatamente quanto gasta e quanto precisa cobrar para manter o negócio saudável”, afirma. Segundo ela, essa prática também permite planejar promoções, ajustar estratégias e tomar decisões mais seguras sobre o cardápio.
Como aplicar essa lógica em três receitas populares
Brigadeiro
![]() |
| Foto - Divulgação/Mococa |
Para definir o preço de venda de brigadeiros, é preciso começar pelos ingredientes principais: leite condensado (ou mistura láctea), chocolate em pó, manteiga e confeitos. Ao comparar duas versões da mesma receita - uma preparada com leite condensado tradicional e outra com a Mistura Láctea Condensada Mococa - a diferença no custo final fica clara.
Na primeira opção, o custo direto total é de aproximadamente R$ 12,50, o que representa R$ 0,50 por unidade ao considerar 25 unidades. Já a segunda alternativa utiliza a mistura láctea e chega a R$ 9,50 no total, equivalente a R$ 0,38 por brigadeiro, uma economia de cerca de 24%. Essa diferença possibilita praticar preços mais competitivos ou ampliar a margem de lucro, mantendo o padrão do produto.
Pudim de Leite
![]() |
| Foto - Divulgação/Mococa |
No caso do pudim tradicional, os ingredientes principais são leite condensado, leite, ovos e açúcar. Ao comparar duas versões - uma preparada com o leite condensado tradicional e outra utilizando a Mistura Láctea Condensada Mococa - é possível perceber uma diferença relevante nos custos, sem comprometer o sabor.
A receita feita com itens convencionais tem custo direto de aproximadamente R$ 14,03. Já a alternativa com a Mistura Láctea Condensada Mococa fica em torno de R$ 7,39, resultando em uma economia de 47% no valor final. Essa redução permite melhorar a rentabilidade sem alterar textura, qualidade ou aparência, tornando a substituição uma estratégia eficiente para equilibrar preço e desempenho.
Pão de Queijo
![]() |
| Foto - Divulgação/Mococa |
Na receita de pão de queijo, o creme de leite representa uma parcela importante do custo total. Quando se utiliza a versão tradicional, o gasto direto fica em torno de R$ 19,45. Ao substituir pelo Creme de Mistura Láctea Mococa, o valor diminui para R$ 17,95, gerando uma economia de R$ 1,50 por preparo. Embora pareça discreta, essa diferença ganha peso em produções de grande volume, impactando diretamente a margem de lucro.
Como precificar personalizações e experiências
![]() |
| Foto - Pixabay |
Além dos ingredientes e das despesas operacionais, a customização também influencia a formação do preço. Mais do que comercializar um alimento, a empreendedora pode entregar uma experiência por meio da apresentação do produto, da embalagem personalizada ou de um atendimento planejado para cada situação.
Para incorporar esses elementos ao cálculo, é necessário somar custos adicionais, como materiais sazonais (laços, tags e embalagens temáticas), tempo extra de preparo, atenção individual ao cliente e eventuais ferramentas específicas utilizadas no processo. Uma forma prática de organizar essa etapa é estabelecer valores fixos para cada tipo de personalização. Isso facilita a comunicação, traz clareza na negociação e mantém a coerência da precificação. Com esse método, o preço final passa a refletir tanto os gastos quanto o valor agregado da experiência oferecida.
“A personalização é um diferencial que precisa ser planejado. Quando os custos são incorporados desde o início, o negócio mantém margem saudável e o cliente entende claramente o que está pagando”, afirma a chef Karen Ribeiro.






0 Comentários