Após a sua première nacional na última edição do Festival do Rio, onde foi premiado nas categorias Melhor Longa-Metragem Documentário e Melhor Trilha Sonora Original, realizada pelo músico Plínio Profeta, chegou a hora de Apolo fazer as suas primeiras exibições em São Paulo. Primeiro trabalho na direção da atriz Tainá Müller e da artista musical e mulher trans Isis Broken, o documentário em longa-metragem fará parte da competição do 33º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, maior evento cultural LGBTQIAPN+ da América Latina, que acontecerá de 12 a 23 de novembro.
A primeira sessão de Apolo está agendada para o dia 15 de novembro, sábado, às 20h45, no CineSesc e contará com as presenças de Tainá Müller, Isis Broken, Lourenzo Gabriel e outros representantes da produção. A obra concorrerá ao principal prêmio do festival, o Coelho de Ouro, além de outras categorias.
Apolo acompanha a jornada de uma família formada por um casal transgênero revelando as nuances do amor. Enquanto acompanhamos a gestação de Apolo, refletimos sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O pai está dando à luz e a sociedade não está preparada para isso.
A atriz e agora cineasta Tainá Müller estreia na direção de longas-metragens com este projeto. “Durante meu tempo como repórter da MTV, sempre buscava trazer alguma poesia para as reportagens que fazia sobre música, mas os vinte anos que me dediquei inteiramente à carreira de atriz acabou deixando para trás essa minha raiz no audiovisual. Durante a pandemia foi justamente quando essa inquietação de contar histórias de forma mais autoral voltou a ‘bater na minha porta’”, conta Tainá.
Isis Broken, atriz e artista musical, além de personagem, celebra sua estreia dirigindo no cinema, que categoriza como desafiadora: “todos os momentos tiveram suas particularidades e dificuldades, porque estávamos expondo a nossa família, que vivia um preconceito muito grande. Apesar de tudo, sabíamos que não estávamos sozinhas, tínhamos amor, coragem e o apoio de muitas pessoas que acreditam na luta por respeito e dignidade”, relembra Isis.
Para ambas, Apolo também foi motivador em contribuir para lidar com assuntos que nem sempre ganham protagonismo no debate social. Segundo Isis, “as pautas sobre famílias transcentradas, sobre maternidade e paternidade trans, precisam ser visibilizadas. É difícil, mas é também uma forma de resistência e de construção de um futuro mais justo”.
Já para Tainá, “a entidade família é um conceito capturado no mundo inteiro hoje pela política, pois entenderam que em um mundo fragmentado, é onde as pessoas se fortalecem. Mas há uma distorção que tenta limitar esse conceito a uma caixinha de normatividade e acho que ‘Apolo’ vem para mostrar que outros modelos familiares não só são possíveis, como merecem igual respeito”.
O documentário é produzido pela Capuri, Puro Corazón e Biônica Filmes, esta última também distribuidora do filme, e tem apoio do Grand Mercure Copacabana. Realização Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
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