Boulevard das Artes SP 2025 transforma o cruzamento da Paulista com a Consolação em galeria digital a céu aberto

Foto - Ignacio Aronovich

Serão quatro exposições digitais acontecendo entre julho e setembro. Em cada apresentação, um novo convite aos passantes a refletir sobre urbanidade e a função da arte no cotidiano

Tornar o trajeto de carro ou a pé menos hostil e mais agradável - acolhedor, até - a quem sobe ou desce a rua da Consolação ou transita pela avenida Paulista é um presente para quem vive ou está só de passagem em uma das maiores metrópoles do mundo. Entre julho e setembro, quem passar no cruzamento dessas duas vias poderá alimentar a alma com as exposições a céu aberto do projeto Boulevard das Artes SP 2025.

As quatro apresentações programadas - em duas noites cada, exibem criações de oito artistas selecionados via edital. As instalações de vídeo mapping ou projeção mapeada, acompanhadas de intervenções de laser, começam nos dias 25 e 26 de julho, nas empenas de três edifícios - Anchieta (Av. Paulista, 2584), Walter (Rua da Consolação, 2514) e Prince Albert (Rua da Consolação, 2270). Elas trazem obras de Carlos Pires e Jonathan R. de Almeida, respectivamente.

Idealizado pela Visualfarm e realizado com patrocínio da BRQ Digital Solutions por meio do Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais - ProMAC, da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa da cidade de São Paulo, o projeto propõe uma nova forma de vivenciar a cidade, democratizando o acesso à cultura por meio de instalações de luz digital. Além das apresentações visuais, o Boulevard das Artes SP 2025 se estrutura em três eixos principais: exibição artística, formação e a difusão de conteúdo criado por artistas emergentes de territórios descentralizados.

Foto - Ignacio Aronovich

Os oito artistas selecionados para exibir suas obras foram divulgados no dia 13 de junho, são eles: Ba Souza, Carlos Pires, Bells, Jonathan R. de Almeida, Lavi Kasongo, Marcelo Ferreira, Rato Distópico e Viran. Todos com trajetórias marcadas por inovação, diversidade e forte presença em territórios periféricos ou diásporas artísticas.

Desde então, todos participam de um ciclo formativo em vídeo mapping conduzido pelo Hub Coletivo Coletores, referência na interseção entre arte, tecnologia e transformação social. Os primeiros encontros presenciais foram em junho, na sede da Visualfarm e na Embaixada Preta.

Após essa etapa formativa, os artistas finalizam suas obras para as estreias públicas que ocupam o Boulevard das Artes em quatro finais de semana nos meses de julho, agosto e setembro. As apresentações começam sempre ao entardecer, a partir das 18h, e terminam às 23h. Cada exposição digital trará dois artistas diferentes, compondo oito noites de exibição no total. E os primeiros a apresentar sua arte nas empenas são: Carlos Pires e Jonathan R. de Almeida.

Foto - Ignacio Aronovich

Outro eixo importante é a Oficina de Iniciação de Agentes Culturais, que complementa a proposta. Seu propósito é capacitar jovens para atuar em produção cultural, abordando temas como políticas públicas, elaboração de projetos, financiamento por leis de incentivo e licenciamento de intervenções artísticas no espaço urbano. A oficina será conduzida por especialistas em gestão cultural e políticas públicas, além de profissionais da Visualfarm.

Sobre os artistas
  • Ba Souza é diretora de arte e animadora. Desenvolve trabalhos que combinam narrativa visual, design em movimento e experimentação estética. Integrante do coletivo Garotas do Motion, participou da criação visual da estreia do canal CNN Brasil. Sua linguagem mistura técnica apurada e intuição artística, explorando novas formas de expressão audiovisual.
  • Carlos Pires é jornalista, fotógrafo e produtor audiovisual. Nascido em Guaianazes (SP) Carlos é cofundador da produtora multimídia e coletivo periférico Black Pipe Entretenimentos. Autor do projeto O Resgate, exibido no Museu das Favelas, foi finalista do Museu do Futebol e repórter da Agência Mural. Seu trabalho articula cultura periférica, memória e território com forte impacto social.
  • Bells é artista visual, educadora, e trabalha com vídeo, performance e projeções mapeadas. Atua com propostas autorais e em coletivos que dialogam com raça, gênero e linguagem experimental. Desenvolve criações que exploram o corpo e suas relações com a cidade, a ancestralidade e os fluxos da memória coletiva.
  • Jonathan R. de Almeida é artista visual e educador. Desenvolve obras em vídeo mapping, animação 2D e motion graphics. Participou da residência Encontros Dissidentes no Museu da Língua Portuguesa com o Coletivo Coletores, além de oficinas no Museu Afro Brasil. Sua produção busca narrativas visuais que revalorizam a cultura negra, o cinema marginal e a educação popular por meio da tecnologia.
  • Lavi Kasongo é natural da República Democrática do Congo. Estudou na Académie des Beaux-Arts de Kinshasa. Sua trajetória une referências africanas contemporâneas com linguagens híbridas de artes visuais. Atua com performance, pintura e instalações que atravessam identidade, diáspora e espiritualidade.
  • Marcelo Ferreira é artista visual e pesquisador de memórias urbanas. Desenvolve trabalhos com foco em vídeo mapping comunitário e narrativas afetivas. Sua obra parte de registros fotográficos e histórias locais para criar experiências visuais que resgatam identidades coletivas, como no projeto Arraiá da PAIM, que valoriza a memória de moradores e a ocupação cultural do espaço urbano. Sua linguagem alia projeção, animação e escuta ativa como ferramentas de pertencimento e transformação simbólica.
  • Rato Distópico é artista visual e performer multidisciplinar. Cria obras híbridas entre moda, vídeo e arte têxtil. Com participações na Casa de Criadores, desenvolve fashion films e instalações que tratam de temas como identidade, corpo dissidente, espiritualidade e subversão estética. Sua pesquisa é marcada por atmosferas distópicas e visões poéticas do futuro.
  • Viran é artista transmídia e pesquisador visual. Desenvolve instalações interativas, vídeo mapping e diários visuais criptografados em blockchain. Seu trabalho explora a presença digital, identidade dissidente e novas narrativas visuais por meio de ferramentas como TouchDesigner, IA e sensores de movimento. Já participou de festivais como SSA Mapping (Salvador) e desenvolveu obras que misturam arte generativa, som e afeto.
Confira no vídeo abaixo mais detalhes:


Ficha técnica
Boulevard das Artes SP 2025
Direção Geral - Alexis Anastasiou
Realização - Visualfarm
Patrocínio - BRQ Digital Solutions.
Apoio - Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa da cidade de São Paulo

Serviço

Boulevard das Artes SP 2025
Período - julho a setembro 2025
1ª exposição com Carlos Pires e Jonathan Almeida
Data - 25 e 26 de julho - sexta e sábado
Horário - das 18h às 23h
Locais das projeções
Edifício Anchieta
Endereço - Av. Paulista, 2584 - Consolação - São Paulo
Edifício Walter
Endereço - Rua da Consolação, 2514 - Cerqueira César - São Paulo
Edifício Prince Albert
Endereço - Rua da Consolação, 2270 - Bela Vista - São Paulo

Oficina de Iniciação de Agentes Culturais
Data - setembro (data e locais a serem anunciados)
Vagas - 20 participantes, incluindo os 8 artistas selecionados

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