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Foto - Annelize Tozzeto |
Ao longo das últimas seis décadas, Chico Buarque construiu uma obra monumental, por meio de centenas de canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais. Mais do que uma produção vultuosa, suas criações ocupam um lugar único dentro da vida brasileira, ao cantar momentos icônicos da história recente do país, mas também ao traduzir os sentimentos mais íntimos do inconsciente coletivo nacional. Nossa História com Chico Buarque nasceu justamente do desafio de contar um enredo absolutamente original, concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano.
O espetáculo estreou no ano passado e agora retorna ao Rio de Janeiro, com patrocínio da BB Seguros, para uma temporada popular no Teatro João Caetano de 06 a 29 de junho, mês de aniversário do compositor. A montagem vem de um enorme sucesso em São Paulo, onde esgotou todos os ingressos em menos de uma semana.
"O patrocínio a este espetáculo é uma reafirmação do nosso compromisso com o desenvolvimento e a valorização da arte brasileira. Acreditamos que investir em projetos como são este são fundamentais para preservar e difundir a riqueza musical e cultural do país", afirma Amauri Vasconcelos, presidente da Brasilseg, uma empresa BB Seguros.
O musical surgiu de uma provocação da produtora Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, para o diretor Rafael Gomes. Juntos, eles montaram Gota D’água [a seco] (2016), em uma releitura do clássico Gota D’água, e passaram por outras incursões no repertório do homenageado: Rafael assinou uma montagem de Cambaio e Andréa produziu A Ópera do Malandro e Os Saltimbancos.
O texto inédito foi desenvolvido por Rafael com Vinicius Calderoni, seu parceiro em diversos projetos, e narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de três gerações, como em um épico íntimo.
A ação se passa em três momentos: 1968, 1989 e 2022, não à toa datas fundamentais para se contar a recente história política e social brasileira, quando, respectivamente, o país atravessava a pior fase da Ditadura Militar, logo após vem o período da redemocratização e chega na fase final, depois da pandemia e de uma nova ruptura democrática.
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Foto - Annelize Tozzeto |
Enquanto os conflitos, paixões, encontros e desencontros das personagens se desenrolam no palco, mais de 50 canções e trechos de composições de Chico Buarque se embaralham com os diálogos, pontuando a ação e se incorporando à dramaturgia, ao complementar o que é dito pelos atores e revelar também o que não é dito, além de avançar com a ação da trama. Tudo é embalado pela direção musical de Alfredo Del-Penho, que criou novos arranjos para cada obra.
Entre as músicas selecionadas, estão clássicos incontestáveis - Construção, O Que Será -, hits radiofônicos - A Banda, Olhos nos Olhos - , obras também compostas para outras peças - Tatuagem, Roda Viva, A História de Lily Braun - e criações mais recentes.
"É um desespero ter que escolher dentro de uma obra de quase 400 músicas. O grande critério é mesmo saber quais as canções que vão servir à narrativa. É uma peça cuja proposta de dramaturgia se estrutura ao redor do quanto essas músicas fazem parte de nossa vida", conta Rafael Gomes.
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Foto - Renato Mangolin |
O diretor revela que buscou uma inspiração inicial para toda a trama na canção Construção: "é uma inspiração de estética, no sentido de que os versos se repetem, alterando o fim ou variando entre si. A gente também tem três gerações de personagens que de alguma maneira se repetem ou não, ou variam entre si. Isso fica latente não só na trama, no que está escrito como situação, mas na própria estética do espetáculo, em que o elenco vai fazendo mais de um personagem conforme passam os anos".
Nossa História com Chico Buarque busca um certo conceito de arqueologia do cotidiano, ao mostrar grandes e pequenos acontecimentos ao mesmo tempo. A dramaturgia flagra o macro da vida coletiva do Brasil se relacionando com o micro da vida do indivíduo e de uma família.
Para encenar esta saga familiar repleta de personagens, épocas, viradas, canções e conflitos, Rafael formou um elenco sob medida, que encontrou um texto ainda em processo e participou da etapa final de criação dramatúrgica.
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Foto - Renato Mangolin |
O time é formado por artistas vindos de formações e estilos bem diversos, como Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com a participação especial de Ju Colombo e Soraya Ravenle Além de se alternarem entre os mesmos personagens ao longo das épocas, todos vivem pelo menos mais de um tipo em cena.
Situadas em três tempos distintos, as narrativas começam separadas e vão aos poucos se interligando, formando um mosaico que contrapõe passado, presente e futuro. Um narrador costura as tramas e traz a realidade sociopolítica do Brasil para as margens da cena, encarnando também a presença-ausente de Chico Buarque e sua latente relação com a vida do país, em termos históricos e emocionais.
Ficha técnica
Nossa História com Chico Buarque
Direção e Argumento - Rafael Gomes
Texto - Rafael Gomes e Vinicius Calderoni
Músicas - Chico Buarque
Elenco - Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves
Participações Especiais - Ju Colombo e Soraya Ravenle
Artistas Alternantes - Carol Futuro e Fabrício Licursi
Direção Musical e Arranjos - Alfredo Del-Penho
Músicos - Alfredo Del Penho, Viviane Pinheiro, Diego Zangado, Lourenço Matheus e Dirceu Leite
Direção de Movimento e Coreografia - Fabrício Licursi
Diretora Assistente - Mayara Constantino
Idealização e Produção Artística - Andréa Alves
Diretora de Projetos - Leila Maria Moreno
Desenho de Som - Gabriel D’Angelo
Iluminação - Wagner Antônio
Cenografia - André Cortez
Figurinos - Kika Lopes e Rocio Moure
Diretoras Musicais Assistentes - Aline Falcão e Viviane Pinheiro
Arranjos - Alfredo Del-Penho (os arranjos foram construídos em processo com a colaboração dos músicos, atores e equipe de criação)
Coordenadora de Produção - Hannah Jacques
Produção Executiva - Diogo Pasquim
Serviço
Nossa História com Chico Buarque
Temporada - de 06 a 29 de junho
Horário - quintas e sextas, às 19h, sábados, às 15h e 19h e domingos, às 17h
Duração - 150 minutos (com intervalo de 15 minutos)
Local - Teatro João Caetano
Endereço - Praça Tiradentes, s/n - Centro - Rio de Janeiro (RJ)
Ingressos - a partir de R$ 25,00
Venda de ingressos online aqui
Classificação - 12 anos
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