Foto - Pri Fiotti |
O premiado espetáculo infantojuvenil Um Dia, Um Rio, montagem do Grupo 59 de Teatro, chega ao palco do Teatro Anchieta, no Sesc Consolação. A temporada acontece entre os dias 16 de março e 11 de maio de 2024, sempre aos sábados, às 11h.
Dirigida por Fabiano Lodi, a montagem cênico-musical é uma criação coletiva inspirada no livro homônimo de Leo Cunha e André Neves (ilustrações), que aborda com lirismo e contundência o desastre ambiental que destruiu a Bacia do Rio Doce (MG), em 2015. Bruno Gavranic assina a dramaturgia junto com o Grupo 59, e Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar são responsáveis pela direção musical.
A montagem é resultado de um processo continuado de pesquisa do Grupo 59 de Teatro (O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá e Histórias de Alexandre) sobre a transposição da literatura para o palco, na fricção entre literatura e teatro, e a musicalidade na cena, em interlocução com o público infantojuvenil.
Foto - Pri Fiotti |
Conduzido essencialmente pela música, Um Dia, Um Rio narra a vida de um rio, desde o seu nascimento como um riacho até a exuberância de suas águas que desenham lindas paisagens. Ao longo do percurso, o rio encontra um grande desafio para preservar suas águas, as formas de vida que abriga e as que surgem ao redor. O enredo traz um lamento, um grito de socorro tardio de um rio indefeso que não tem como reagir ao ser invadido pela lama da mineração.
No livro, um lamento sensível e profundo de um rio indefeso que é completamente destruído ao ser invadido pela lama da mineração. Esse rio - que personifica e simboliza o grito de socorro do meio ambiente, vitimado por inúmeras ações predatórias e pela nossa falta de cuidados ambientais - sonha em ser rio outra vez, um dia. Na montagem, um poema cênico contundente, conduzido pela música.
A variedade de ritmos da cultura musical brasileira e o canto coral, acompanhado de instrumentos de percussão tocados ao vivo pelo próprio elenco, marcam a experiência sonora do espetáculo, retomando a marca do Grupo 59 de “contar cantando” e “cantar contando”. As canções foram criadas pelo elenco junto aos diretores musicais, a partir de trechos do livro, além de algumas citações ao cancioneiro das festas populares brasileiras.
“O canto traz o fluxo para a condução da história, traz a narrativa com consciência pelo entendimento das palavras”, comenta Felipe Gomes Moreira. Ele explica que “a trilha sonora é inspirada em temas de congada, toadas de boi, cantos de canoeiros e de trabalho na beira do rio, religiosidade e por lamentos, como uma forma de louvação pela vida que o rio carrega”.
Segundo o diretor Fabiano Lodi, “a dramaturgia musical e corporal encontra no espírito brincante dos ritmos brasileiros a leveza para tratar a contundência do tema e pensar caminhos para um mundo diferente. Os atores brincam em cena como o rio brinca com suas águas, com a terra, com as montanhas”. A oralidade proposta pelo Grupo 59 coloca os cinco atores em cena todo o tempo. Todos interpretam a personagem Rio, que tem voz própria, que brinca de interpretar outros papeis do contexto ao seu redor (canoeiro, margem e outros).
O espaço cênico é inspirado no movimento de folhear o livro e se surpreender, a cada página, com uma ilustração diferente que ajuda a contar uma parte da história. O cenário, com formas angulares em madeira, se reconfigura como uma brincadeira que remete ao impacto das ilustrações do livro. Em contraponto, os atores usam figurinos leves e sinuosos, combinando espaços, sensações e estados de espírito no jogo cênico.
Em O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (2009), o Grupo 59 de Teatro mergulhou no universo da fábula de Jorge Amado, em Histórias de Alexandre (2017) na prosa de Graciliano Ramos e agora, com Um Dia, Um Rio, aventura-se nos caminhos da poesia contemporânea para a infância e juventude, da palavra-poema em potência de encantamento que toca os sentidos.
A investigação da linguagem poética na cena, à luz de uma temática tão urgente e delicada como a preservação ambiental, convida as crianças a construírem um vínculo afetivo com a história narrada pelo personagem Rio e a percorrerem as águas da imaginação em reflexões muito importantes: Quantos outros rios também sofrem assim? Será que somente os peixes são afetados pelas águas poluídas? E como fica a população ribeirinha e a vida nas cidades? Como podemos proteger os nossos rios e o meio ambiente?
Confira no vídeo abaixo trechos do espetáculo:
Ficha técnica
Um Dia, Um Rio
Uma criação do Grupo 59 de Teatro inspirada na obra de Leo Cunha e André Neves
Direção - Fabiano Lodi
Dramaturgia - Bruno Gavranic e Grupo 59 de Teatro
Elenco - Carol Faria, Fernando Vicente, Gabriel Bodstein, Nathália Ernesto e Jane Fernandes
Elenco Alternante - Gabriela Cerqueira e Thomas Huszar
Direção Musical - Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar
Cenário e Figurinos - Kleber Montanheiro
Assistência em Cenário e Figurinos - Marcos Valadão
Desenho de Luz - Gabriele Souza
Operação de Luz - Sylvie Laila
Técnico de Som - Nicholas Rabinovitch
Pensamento Corporal - Fernando Vicente
Ilustrações - André Neves
Fotos - Pri Fiotti
Assessoria de Imprensa - Verbena Comunicação
Produção Executiva - Gabriela Cerqueira
Coordenação de Produção - Gabriel Bodstein
Idealização de Projeto - Carol Faria e Fabiano Lodi
Produtora Associada - Leneus Produtora de Arte
Idealização e Produção - 59 Produções Artísticas e Culturais
Serviço
Um Dia, Um Rio
Temporada - de 16 de março a 11 de maio - sábados
Horário - 11h
Duração - 50 minutos
Local - Teatro Anchieta - Sesc Consolação
Endereço - Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque - São Paulo
Capacidade - 280 lugares
Acessibilidade - sim
Ingressos - R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia) e R$ 10,00 (Credencial Plena)
Crianças até 12 anos não pagam ingresso (retirar na bilheteria)
Classificação - indicado para crianças a partir de 4 anos
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