Foto - Alécio Cezar |
Na sextafeira, dia 12 de janeiro de 2024, às 19 horas, a Cia. Teatro do Incêndio reestreia o espetáculo Águas Queimam na Encruzilhada, texto de Marcelo Marcus Fonseca, que também assina a direção da montagem. A temporada, que segue até 05 de fevereiro, celebra os 28 anos da Companhia Teatro do Incêndio, fundado no dia 12 de janeiro de 1996. Uma intensa programação comemorativa está prevista, até meados de 2025.
Inspirado na vida cotidiano do bairro Bixiga, região da Bela Vista, o enredo de Águas Queimam na Encruzilhada traz histórias de vidas entrelaçadas por um bairro que se despedaça e resiste ao tempo, preservando sua paixão por uma escola de samba. Sob o olhar delirante e atento de Seu Luiz (Gabriela Morato), uma catadora de lixo, e a presença amistosa de Wanderley (Marcelo Marcus Fonseca), um compositor da velha guarda do samba, alcoólatra, as dores e pequenas alegrias de moradoras e moradores de um bairro são apresentadas em um desfile de sonhos e perdas.
A peça é uma tributo à vida, tendo como pano de fundo uma escola de samba que é o ponto de convergência das personagens que trabalham de forma invisível para o Carnaval. “Esta criação do Teatro do Incêndio é um desafio de linguagem que busca, entre a dramaturgia realista e o surrealismo, um mergulho no lugar mais fundo do cotidiano, traduzindo vidas simples como poesias inconscientes”, revela o diretor Marcelo Marcus Fonseca.
No enredo, 10 personagens têm suas trajetórias contadas em uma espécie de novela dostoievskiana em dois atos de movimentos distintos: o interior de suas casas e a rua/quadra da escola. As histórias se cruzam no cotidiano, entre elas: a cartomante enfrenta a doença do filho recém-nascido; um jovem poeta do sul do país transita pelos bares sem perspectivas; desempregados, o casal Zé e Nina carregam suas dores; a manicure esconde um grave problema de saúde e mantém-se presente na vida da comunidade e uma ex-passista vive as consequências do trauma que a afastou da escola de samba.
“O discurso de Águas Queimam na Encruzilhada é a vida diária. Não há espaço para palavras de ordem. Aqui as opiniões do autor e as denúncias foram eliminadas, cedendo lugar ao enfrentamento das dificuldades por quem está nesse lugar, sem olhar de piedade, indignação ou protesto, mas visando a grandeza do viver”, afirma o diretor e dramaturgo.
Foto - Alécio Cezar |
Segundo ele, a companhia apresenta com uma nova estética, uma nova forma de abordar a vida. “Aqui deixamos a trajetória falar pelas personagens, a realidade da vida ser traduzida pela poesia”. Marcelo explica que a direção buscou “equalizar a voz conjunta do teatro para a excelência da interpretação, para o encantamento”.
E diz: “Águas Queimam na Encruzilhada é uma peça sobre a passagem da vida e o nascimento de outras expectativas. Elucida a precariedade de nossa existência, mas também a beleza que habita cada respiração sagrada. Foi um longo processo de experimentação na busca da melhor atuação para a transmissão limpa dessas trajetórias”.
A cenografia é composta por pequenos cenários em ‘carrinhos’ que se movem pelo espaço cênico, bem próximos do chão, numa referência aos rios que correm sob a cidade com seus cursos irregulares, como o destino das personagens que habitam esse espaço, que pode ser o Bixiga ou qualquer outro lugar. “É quase o chão que se movimenta, o que muda é ao ponto de vista. Os lugares são identificados pela interpretação: casa, rua, escola de samba ou carros alegóricos”, comenta o diretor.
A direção musical assinada por Renato Pereira traz nuances de uma ópera popular. A trilha sonora é executada ao vivo, com músicas compostas por Marcelo Marcus Fonseca, algumas em parcerias com Paulinho Pontes, e sambas (da velha guarda) cantados em quadras de escola.
Ficha técnica
Águas Queimam na Encruzilhada
Texto e Direção Geral - Marcelo Marcus Fonseca
Elenco - Gabriela Morato, Elena Vago, Bia Sabiá, Francisco Silva, Rafael Américo, Marcelo Marcus Fonseca, André Souza, Cintia Chen, Vic Bense, Laura Nobrega, Jhenifer Delphino, Amanda Marcondes, Isabela Heloisa, Moiisés, Rafael Mariposa e Valcrez Siqueira
Direção de Produção e Figurinos - Gabriela Morato
Direção Musical e Trilha Original - Renato Pereira
Música ao Vivo - Giovani Di Ganzá, Lucas Brogiollo, Jason Ricardo e Rafael Mariposa
Músicas - Minha Tese, Deus É Maior e Pra Quem Viu Subir Poeira” (Marcelo M. Fonseca e Paulinho Pontes); Zé da Nina e A Máscara da Escola (Marcelo M. Fonseca): Carnaval da Agonia (Cezinha Oliveira e Eliane Verbena)
Orientação Musical - Bateria de Escola de Samba - Alysson Bruno
Iluminação - Rodrigo Alves (Salsicha)
Orientação de Movimento - Vera Passos
Orientação Vocal - Edi Montecchi
Assistência de Iluminação e Operação de Luz - Valcrez Siqueira
Espaço Cênico e Cenografia - Gabriela Morato e Isabela Heloisa
Adereços - André Souza, Rafael Mariposa e Gabriela Morato
Confecção de Figurinos, Adereços e Cenografia - Cia. Teatro do Incêndio.
Técnico de Som - Thiago Juremeira
Fotos Divulgação - Arô Ribeiro e Laura Nóbrega (de cena) e Alécio Cezar (externas)
Assessoria de Imprensa - Eliane Verbena
Design Gráfico - Gus Oliveira
Idealização e Produção - Cia. Teatro do Incêndio
Temporada realizada com apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo
Serviço
Águas Queimam na Encruzilhada
Reestreia - 12 de janeiro de 2024 - sexta-feira
Horário - 19h
Temporada - de 13 de janeiro a 05 de fevereiro - sábados, domingos e segundas
Horário - 19h
Duração - 180 minutos (2 atos com intervalo)
Local - Teatro do Incêndio
Endereço - Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista - São Paulo
Capacidade: 60 lugares
Ingressos - R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Grátis para moradores da Bela Vista com comprovante de residência
Bilheteria - abre 1h antes das sessões
Venda de ingressos online aqui
Classificação - 14 anos
0 Comentários