Chega aos cinemas nesta quinta, dia 11 de maio, o longa A Cidade dos Abismos, dirigido por Priscyla Bettim e Renato Coelho, que tem produção da Cinediário, e distribuição da Boulevard Filmes. A estreia acontece nas cidades: Palmas (Cine Cultura - Sinhozinho 1), Porto Alegre (Cine Bancários 1), Rio de Janeiro (Estação NET Botafogo 3), São Paulo (Espaço Itaú de Cinema Augusta 5, Petra Belas Artes e IMS Paulista).
O longa traz, como protagonistas, três personagens que testemunham um assassinato brutal na noite de Natal: Glória (Verónica Valenttino), mulher trans, Bia (Carolina Castanha), jovem da classe média paulistana, e Kakule (Guylain Mukendi), imigrante africano. Tal evento muda o rumo de suas vidas; indignados com a impunidade, resolvem ir atrás dos criminosos e fazer justiça.
O roteiro, escrito por Priscyla, parte de histórias que ela e Renato descobriram em bares da região central de São Paulo. “Nenhuma foi seguida fielmente, mas ponto de partida, e fomos construindo o roteiro, e muitas coisas nos ensaios, os personagens foram crescendo. Na época do filme começamos a ver várias peças de teatro, que chegamos aos principais nomes do elenco, como a Veronica, a Carolina e a Sofia. O único que não era ator é o Guylain, mas já tinha feito participação no filme Era o hotel Cambridge. Procurávamos alguém que fosse de um país africano, e acabou casando com o que a gente pensava para o personagem”, conta Priscyla.
O longa foi rodado em 2019, num momento que a dupla de diretores vivia um momento de medo e horror. “O risco desses corpos LGBTQIA+ se tornando ainda mais alvos de atentados de ódio. O filme fala desse momento sombrio, de impunidade. Pensar que a impunidade era uma política pública da morte. Ao mesmo tempo, tem uma questão de força. Pelos laços afetivos dos personagens, que constroem dentro de um pesadelo, e a recusa de aceitar a injustiça. E eles quererem justiça a qualquer custo, até se arriscando para a alcançar. União e afetos”.
A trilha sonora é assinada por Arrigo Barnabé, que também compôs uma música original para o longa, Virgem Jubilar. O músico também faz uma participação em cena em A Cidade dos Abismos, assim como o poeta Claudio Willer e o Padre Júlio Lancellotti.
São Paulo, por fim, é uma espécie de personagem dentro do longa. “Essa geografia que nos interessa, e, também, há uma relação espectral de muitos tempos acontecendo. Muitas camadas de temporalidade, muitas energias pulsando. São Paulo não é uma personagem realista, tentamos retratar essa camada metafisica, essas diferenças, às vezes impressa na arquitetura, em monumentos. Criar uma imagem mais onírica, que dialoga com os universos poéticos dos poetas surrealistas que circulavam por lá”.
Sinopse
Glória, mulher trans, Bia, jovem da classe média paulistana, e Kakule, imigrante africano, testemunham uma morte brutal na véspera do Natal. O evento, vivenciado num bar decadente da capital paulista, muda o destino de suas vidas. Embora mal se conheçam, uma aliança é formada ali. Indignados com os rumos da investigação do crime, os três se recusam a ceder à injustiça e decidem ir atrás dos algozes. No filme, a inevitável descida ao inferno é permeada pela amizade e pelo afeto. E as utopias continuam vivas mesmo quando o corpo padece.
Assista ao trailer:
Ficha técnica
A Cidade dos Abismos
Brasil | 2021 | Drama | 96 minutos
Direção - Priscyla Bettim e Renato Coelho
Roteiro - Priscyla Bettim
Elenco - Verónica Valenttino (Glória), Sofia Riccardi (Maya), Carolina Castanha (Bia) e Guylain Mukendi (Kakule)
Participações Especiais - Arrigo Barnabé, Claudio Willer e Padre Júlio Lancellotti
Assistência de Direção - Marco Escrivão
Produção Executiva - Renata Jardim e Renato Coelho
Direção de Produção - Renata Jardim
Assistência de Produção - Pedro Russo e Rafael Gonzaga
Direção de Fotografia - Rodrigo Pannacci
Direção de Arte - Bira Nogueira
Montagem - Caio Lazaneo
Figurino - Leide de Castro
Som Direto - Marina Bruno
Colorização - Gabriel Ranzani
Trilha Sonora - Arrigo Barnabé, Vitor Kisil
Tradução e Legendagem - Lucas Bettim e Renan Carvalho
Finalização - Caio Lazaneo
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