Ator chegou a ser hostilizado ao bloquear acesso dos atrasados e situação se transformou em um caso de polícia. Fernando Adas, fundador da Fine Marketing, relembra como outra celebridade, a atriz Maitê Proença, agiu em situação parecida
Antonio Fagundes está em cartaz no Rio de Janeiro com o espetáculo “Baixa Terapia”. Há alguns dias, o que seria uma prática comum de convívio social, principalmente no teatro, se transformou em notícia e viralizou rapidamente quando cerca de 50 espectadores atrasados foram barrados, chamaram a polícia e hostilizaram o ator.
Fernando Adas, fundador e diretor da Fine Marketing e autor do livro O Safado, a Biscate e Eu: causos, cases e casos de um publicitário indiscreto, utilizou o exemplo para trazer à tona o debate sobre qual a melhor forma de se relacionar com seus clientes e satisfazer as suas necessidades.
“De fato, a pontualidade faz parte do protocolo civilizatório. O convívio social saudável pressupõe agendamentos, rotinas e fidelidade ao tempo. No entanto, também temos o desafio de lidar com as imperfeições cada vez mais movidas pelo emocional. Afinal, o cliente, realmente, sempre deve ter razão?”, provoca o publicitário.
E Adas compara o episódio com uma experiência própria recente, também, no teatro. “No mês passado, fui ver Maitê Proença em seu monólogo ‘O pior de mim’ que, por coincidência, também estava marcado para às 21 horas, assim como Fagundes. Pontualmente ela entrou no palco, claro, com muitas cadeiras ainda vazias que aos poucos eram ocupadas. Ela sorriu e propôs, em respeito aos que chegaram no horário, uma conversa informal com a plateia até que todos se acomodassem. Achei uma atitude bastante simpática de sua parte”.
Regras claras e algum espaço para as exceções fazem parte dos relacionamentos sadios e duradouros. Vale para a plateia do teatro, para a família, para casais, amigos e, também, clientes.
“No ano passado, fizemos na Fine Marketing uma pesquisa junto a clientes fiéis a determinada marca de telefones celulares. Clientes com mais de dez anos de casa. Perguntamos a eles qual o principal motivo da fidelidade, e as respostas foram surpreendentes”, conta Adas.
“Em primeiro lugar, a rapidez no atendimento foi a justificativa mais lembrada e, em segundo lugar, a capacidade da empresa em entender os problemas. Fagundes faria sucesso junto ao primeiro público, enquanto Maitê agradaria mais o segundo”. E o executivo conclui lembrando que “a vida é equilíbrio e bom senso. Pode ser difícil, mas nunca impossível”.
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