Corina Ishikura e Jussara Marangoni apresentam a mostra Para onde ela estava olhando quando tudo ficou escuro

Obra de Corina Ishikura da série Seres Invisíveis - tinta a óleo sobre tela

Com curadoria de Paulo Galina mostra fica em cartaz de 08 de março a 22 de abril no 
Centro Cultural Correios São Paulo

Há um duplo do mundo. Um que todo ser humano carrega dentro de si. Em suas entranhas. Nas órbitas de seus olhos. Em sua mente. Um duplo do mundo: ordenado pelo coração e gravado em nossos cérebros. A mostra Para onde ela estava olhando quando tudo ficou escuro, com curadoria de Paulo Gallina, especula e apresenta estes espaços anômalos que não obedecem às leis imperativas e objetivas da física.

As artistas Corina Ishikura e Jussara Marangoni trazem ao público, no Centro Cultural Correios, um conjunto de obras que, ao se debruçarem em estudos sobre o espaço e as conexões por vezes literais, habilitam a ocupação e o habitar desse país-continente que é o Brasil.

Obra de Jussara Marangonia Flor da Pele - aquarela sobre papel

Como é típico da inquietação de artistas, a pesquisa de ambas, em determinado ponto, dá um passo para o lado e observa a realidade material do mundo de viés, em busca, talvez, daquilo que a física e a ótica não dão conta de revelar: talvez buscando um ponto de confluência, onde a humanidade se integra e se insere na natureza, ao invés de se contrapor a ela na forma de cultura.

Aqui, neste espaço expositivo tão cheio de afeto, não existe separação entre natureza e cultura, entre humano e inumano, entre selvagem e civilizado, pois aqui só existe aquilo que afeta e aquilo que é afetado, confluindo como um rio. Rio, cujas águas sempre passam para que sempre seja o mesmo; assim como ideias que sempre fluem para que as provocações, sobre o que ao fim nos faz humanos, sempre nos levem mais adiante, para dentro de uma certa ideia de paisagem e natureza, nunca para mais longe.

Obra de Corina Ishikura da série Seres Invisíveis - tinta a óleo sobre tela

Sobre as artistas

Corina Ishikura é artista e pesquisadora. Sua produção tenta expressar, por meio da pintura, colagem, desenhos e outros materiais, a natureza como algo muito além do homem e dos elementos do planeta Terra, é sobre o existir por meio da conexão entre todos os corpos e elementos que compõem o universo. Fala de uma existência impregnada de vibrações e mutações que remete a uma grande rede neural biológica, onde todos interagem com seus vizinhos, da mesma forma pelo qual os neurônios o fazem com vários terminais axônios conectados via sinapses a dendritos. Nesse espaço vazio, nesse espaço entre, não há como existir por si só.

Jussara Marangoni nasceu em São Paulo, vive e trabalha em Araçatuba. Graduou-se em Artes na FAAP e concluiu mestrado em design pela UNESP. É professora de artes, tendo colaborado com universidades como Mackenzie, FAAP, Santa Marcelina, Belas Artes, PUCSP e oficinas no Sesc. Suas recentes pesquisas em pinturas com aquarela e desenhos com carvão, remetem à matéria viva, estruturas que parecem raiz, mas também redes neurais como os desenhos de anatomia. Falam de uma vida, de um corpo inumano, muitas vezes materializado em sua versão carbonizada e em processo de apagamento.

Serviço
Exposição - Para onde ela estava olhando quando tudo ficou escuro
Artistas - Corina Ishikura e Jussara Marangoni
Período - de 08 de março a 22 de abril
Horário - de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h
Local - Centro Cultural Correios São Paulo
Endereço - Praça Pedro Lessa, s/n - Vale do Anhangabaú - Centro - São Paulo (Metrô Estação São Bento, saída para o Vale do Anhangabaú)
Entrada gratuita.
Acesso para pessoas com deficiência
Classificação - livre
Mais informações 11 2102-3691 e pelo e-mail aqui

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