Coletivo Ruínas estreia Terra na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Foto - Inês Bonduki

Terra, instalação coreográfica multimídia do Coletivo Ruínas, que alerta para o assombro e impotência do corpo frente às forças de dominação da terra a que chamamos progresso, estreia em temporada presencial, na Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Na peça, dividida em cinco atos, a dançarina interage com uma grande volumetria invocando, à superfície da terra, a solidez da rocha para criar, em um paralelo com os ossos (estruturas edificantes do corpo), uma dança de embate, de tremores, repouso, quedas, desmoronamentos, perfurações, rasgos e irrupções - relações simbolicamente atreladas a forças geofísicas (inorgânica e orgânica). Nesse fluxo sucessivo de paisagens expressivas, cada uma sugere uma narrativa de transformação da terra e destaca um vetor principal do imperativo civilizatório como fundamento da movimentação.

“A protagonista aqui é a criação de uma metáfora sobre a Terra em movimento, que, numa dança de embate contra as forças de dominação do solo e do planeta pelo ser humano e o poder do capital, revela-se frágil e impotente numa disputa bastante desigual, mas que segue mesmo assim”, revela Michele Carolina, intérprete que concebeu o trabalho contando com Luah Guimarãez e Alejandro Ahmed como provocadores cênicos, o suporte dramatúrgico de Silvia Geraldi e com Eduardo Fukushima na preparação corporal.

A criação coletiva tem ainda Jovem Pelarosi na composição sonora, Carlos Pedrañes, Luciana Ramin, Thiago Capella Zanotta e Rafael Frazão no conteúdo audiovisual e vídeo-mapping, Juliana Morimoto, Thais Ueti e Vitória Savini, assistentes na criação cênica, e Hernandes de Oliveira na iluminação. Assina o figurino Rogério Romualdo.

Foto - Inês Bonduki

Ao atuar na zona de contágio entre dança, sonoridade, luz e audiovisual generativo - experimento que se constrói a partir de um sistema personalizado -, “Terra” propõe um diálogo entre essas diferentes práticas artísticas e transdisciplinares, que, atravessadas por narrativas e artes visuais em ações ao vivo, permite ao público apreciar tanto uma experimentação cênica quanto uma instalação de arte.

Terra é o segundo trabalho do projeto Residência Obscênica - o primeiro foi Corpo Crustáceo, indicado ao prêmio APCA 2021, nas categorias Interpretação e Prêmio Técnico -, contemplado pela 29ª edição do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.

Ficha técnica
Terra
Concepção - Coletivo Ruínas
Dança e Coordenação Artística - Michele Carolina
Provocação Cênica - Luah Guimarãez e Alejandro Ahmed
Suporte Dramatúrgico - Silvia Geraldi
Desenho de Som - Jovem Palerosi
Conteúdo Audiovisual e Vídeo-mapping - Carlos Pedrañes, Luciana Ramin, Thiago Capella Zanotta e Rafael Frazão
Assistentes de Criação Cênica - Juliana Morimoto, Thais Ueti e Vitória Savini
Iluminação - Hernandes de Oliveira
Preparação Corporal - Eduardo Fukushima
Figurino - Rogério Romualdo
Fotos - Inês Bonduki
Registro em Vídeo - Gideoni Júnior
Designer Gráfico - Gustavo Domingues
Produção - Júnior Cecon
Assessoria de Imprensa e Redes Sociais - Elaine Calux e Talita Bretas | Portal MUD

Serviço
Terra
Data - 30 e 31 de março e 01 e 02 de abril - quarta a sábado
Horário - 19h
Duração - 45 minutos
Local - Oficina Cultural Oswald de Andrade
Endereço - Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo
Classificação - 16 anos
Mais informações 11 3222-2662/4683

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