Coletivo ultraVioleta_s estreia desmontagem no Sesc Pompeia e websérie no Instagram


Coletivo lança o filme Há Dias Que Não Tem Fim no YouTube do Sesc Pompeia e estreia no Instagram a websérie A Prima da Vera em que corrimentos em calcinhas são mote para a leitura dessas imagens e para prever o futuro, como na simpatia da borra do café. 
O ultraVioleta_s já conquistou alguns dos principais prêmios voltados para as artes cênicas no Brasil, como Shell, APCA e Aplauso Brasil. Seus trabalhos são espécies de fissuras artísticas no cotidiano que desequilibram o espectador e o fazem relembrar de sua própria condição humana

O coletivo ultraVioleta_s apresenta obras inéditas e mostra de repertório a partir de setembro de 2021. O filme Há Dias Que Não Tem Fim estreia na série de artes cênicas Desmontagem, do Sesc Pompeia. Criado a partir do espetáculo Há Dias Que Não Morro, o vídeo inverte a abordagem da artificialidade plástica encenada na peça e faz do contexto urbano real - ruas, pontes e placas da cidade de São Paulo - seu cenário de atuação. A cada quinze dias, artistas e companhias são convidados pelo Sesc a repensar e a desconstruir suas criações e desenvolver uma obra audiovisual para o ambiente digital. A desmontagem estreia hoje, dia 24 de setembro, às 20 horas, no YouTube do Sesc Pompeia (clique aqui), e fica disponível on demand.

Para quem quiser ver ou rever o espetáculo Há Dias Que Não Morro - tal qual foi estreado em 2019, presencialmente - o grupo faz duas sessões em horário agendado, às 20 horas, nos dias 25 e 26 de setembro, em seu canal do YouTube aqui.

A websérie A Prima da Vera estreia no dia 1º de outubro, quando o grupo passa a publicar diariamente os novos episódios, até o dia 28, sempre às 12h28. Com técnica de animação em stop motion, colagem e desenho, a série é caracterizada pelo absurdo e pelo nonsense e conta a história de uma planta que é capaz de ler o futuro de mulheres por meio da interpretação do corrimento vaginal encontrado em suas calcinhas.

De 09 a 17 de outubro, sábados e domingos, às 20h, o público pode assistir e jogar Ôma, um ex-petáculo, um videogame performativo que apresenta a vida de duas avatares mulheres, vivendo dias de quarentena em suas casas. O público é convidado a ser agente ativo da obra, fazendo com que suas escolhas guiem a trajetória das personagens. Fusão de teatro e game, a experiência pode ser acessada via inscrição pelo site aqui. A exibição acontece pelo Zoom.

O ultraVioleta_s é um coletivo criado em 2007 e composto por Aline Olmos e Laíza Dantas, ambas performers, diretoras artísticas, editoras e animadoras de vídeo. Uma das propostas centrais do coletivo é realizar obras que abarquem tematicamente questões ligadas a formas não hegemônicas de existência na Terra, sendo elas humanas, vegetais ou animais e pesquisar a intersecção entre diferentes linguagens artísticas, como o teatro, circo, performance, artes visuais e artes digitais.

A carreira internacional do grupo é marcada pela presença virtual nos festivais Santiago A Mil, Chile, e no Global Forms Theater Festival, nos EUA, ambos em 2021; e pela participação presencial no World Stage Design 2017, em Taiwan, e nos festivais internacionais de teatro de Trabzon e de Antalya, na Turquia, em 2018 e 2019.

Mostra de repertório e estreias

Há Dias Que Não Tem Fim e Há Dias Que Não Morro
Desmontagem: Há Dias que Não Tem Fim
Data - 24 de setembro - sexta-feira
Horário - 20h
Local -  YouTube do Sesc Pompeia aqui
Há Dias que Não Morro (registro audiovisual)
Peça registrada - registro audiovisual
Data - 25 e 26 de setembro - sábado e domingo
Horário - 20h
Local -  YouTube do coletivo ultraVioleta_s aqui


O filme Há Dias Que Não Tem Fim é um projeto criado a partir do espetáculo Há Dias Que Não Morro, criado pelo grupo em 2019. O vídeo será lançado dentro da programação intitulada Desmontagem promovida pelo Sesc Pompeia, que retoma espetáculos que ficaram em cartaz na unidade a partir de uma proposição de desconstrução destas obras.

Nesta criação, as artistas invertem a abordagem da artificialidade plástica encenada na obra em sua versão espetáculo e fazem do contexto urbano real, das ruas, pontes e placas da cidade de São Paulo seu cenário de atuação. Entre faróis que se abrem e fecham e um trajeto que sempre se repete guiado por uma voz de GPS, a realidade concreta que conhecemos começa a se rebelar e sinais não tão usuais passam a guiar o trânsito, a influenciar trajetórias e, até, a mudar o destino final de uma viagem. A partir da crise vivida pela pandemia e o consequente fechamento dos teatros, a vídeo-arte provoca o questionamento sobre quais são nossos cenários ficcionais na contemporaneidade.

Seguida desta programação, a companhia apresenta duas obras que marcam significativamente a pesquisa de linguagem artística que o grupo tem desenvolvido. Há Dias que Não Morro, versão digital do espetáculo que estreou em 2019, na Turquia, por meio de uma estética aterrorizantemente perfeita e plástica que ao instaurar uma alegria postiça, retrata os aprisionamentos contemporâneos e a instagramização da vida.

O espetáculo, que questiona o quanto estamos amparados por uma coletividade e se, de fato, nos vemos e ouvimos quando nos comunicamos, é uma obra que antecipa as crises de convívio sociais vivida ao longo do período de quarentena e apresenta-se como uma reflexão poética extremamente atual e significativa para os dias que vivemos.

O espetáculo tem direção de Aline Olmos, Laíza Dantas, Paula Hemsi e José Roberto Jardim e o texto original é assinado por Paloma Franca Amorim. No Brasil, o espetáculo realizou temporada de estreia no Sesc Pompeia e circulou por alguns meses antes de ser suspenso devido à pandemia do coronavírus.

Fichas técnicas

Há Dias Que Não Tem Fim
Idealização - ultraVioleta_s
Direção - Aline Olmos e Laíza Dantas
Direção Audiovisual e Montagem - Bruna Lessa
Roteiro - Aline Olmos e Laíza Dantas à partir do texto original de Paloma Franca Amorim
Direção de Fotografia - Cacá Bernardes
Trilha Sonora - Hedra Rockenbach à partir da trilha original de Rafael Thomazini e Vinícius Scorza
Dublagem - Mariana Zink
Design Gráfico - Coletivo Bijari
Produção - Corpo Rastreado e ultraVioleta_s
Produção Audiovisual - Bruta Flor Filmes
Locação de Carro e Motorista - Murilo Gil
Locação de Caminhão e Motorista - Newton Steler de Almeida
Apoio - Goodstorage

Há Dias que Não Morro
Idealização - ultraVioleta_s
Direção e Concepção - Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto - Paloma Franca Amorim
Dramaturgia - Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação - José Roberto Jardim
Elenco - Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de Direção - Luna Venarusso
Cenografia - Bijari
Direção Musical e Trilha Sonora Original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação - Paula Hemsi
Figurino - Carolina Hovaguimian
Modelista - Juliano Lopes
Visagismo - Leopoldo Pacheco
Colaboração Coreográfica - Maristela Estrela
Contrarregras - Hilary Jo Caldis, Vinicius Scorza e Luna Venarusso
Design de Sistema de Operação Sincronizado - Laíza Dantas
Operação de Luz, Vídeo e Som - Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de Som - Murilo Gil
Técnica de Luz - Paula Hemsi
Técnica de Vídeo - Laíza Dantas
Técnica de Palco - Aline Olmos
Produção - ultraVioleta_s, Tetembua Dandara e Corpo Rastreado
Apoio - Goodstorage

Ôma, um ex-petáculo
Data - 09 a 17 de outubro -  sábados e domingos
Horário - 20h
Local - plataforma Zoom
Inscrição/convite aqui
Em tempo: no dia 17 de outubro, quarta-feira, 20h, a peça Ôma, um ex-petáculo integra o FEIA - Festival do Instituto de Artes da Unicamp


A segunda obra de repertório apresentada é Ôma, um ex-petáculo, criada em 2020 já no contexto do isolamento social. É um videogame performativo que apresenta a vida de duas avatares mulheres, vivendo dias de quarentena em suas casas. O público é convidado a ser agente ativo da obra, fazendo com que suas escolhas guiem a trajetória das personagens. A ideia partiu justamente da limitação de deslocamento imposta pela pandemia, do interesse em ampliar a representatividade de mulheres negras e brancas como protagonistas de games e do interesse em criar uma relação com o público que contasse com sua participação de um modo mais objetivo.

"Não é um jogo de ganhar ou perder. É uma brincadeira que se baseia na curiosidade individual do público para acontecer. Trata-se da exploração de uma casa. Algumas ações repetidas também lembram algo de Há Dias que Não Morro", conta Aline Olmos que reforça que o jogo tem um caráter cômico e irreverente, mas também aborda questões mais profundas e revela camadas filosóficas do nosso cotidiano doméstico.

"Os espectadores se conectam pelo Zoom, onde as avatares aparecem fisicamente, e acessam, em um navegador, a página para o jogo. A experiência vivida é individual e é motivada por presenças virtuais ao vivo e pré-gravadas", explica Laíza Dantas, que atua acompanhada pela atriz convidada Tetembua Dandara.

O jogo-espetáculo conta com uma trilha sonora especialmente criada por Paula Mirhan composta por sonoridades que misturam experimentos vocais com pedais de guitarra, criando camadas de sobreposição para a obra e teve direção e roteiro concebido por Aline Olmos, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Tetembua Dandara.

Ficha técnica
Ôma, um ex-petáculo
Idealização e Game Design - ultraVioleta_s
Realização e Roteiro - Aline Olmos, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Tetembua Dandara
Atuação Vídeos - Laíza Dantas e Tetembua Dandara
Trilha Sonora - Paula Mirhan
Masterização - Estúdio 55hz, Rui Barossi e Vinicius Scorza
Edição de Vídeos e Teasers - Laíza Dantas
Programação e Level Design - Paula Hemsi e Vinicius Scorza
Ilustração Sr Edaír e Tetê - Alexandre de Melo Dantas
Imagens de Divulgação - Murilo Chevalier
Imagem de Capa e Identidade Visual: Renan Marcondes
Tradução para Inglês - Hilary Jo Caldis e Laíza Dantas
Game Engine - RPG Maker
Coordenação de Produção e Parcerias - Aline Olmos
Consultoria de Parcerias - Hilary Jo Caldis
Produção - ultraVioleta_s, Tetembua Dandara e Corpo Rastreado
Plugins - HIME_EnemyReinforcements (Hime), YEP_RegionEvents (Yanfly Engine Plugins), TerraxLighting (Terrax), Yami_SkipTitle
Tilesets Adicionais - Panda Maru’s
Artistas Convidados com Obras no Game
Carla Massa: série aquarela sobre papel "quarenTena"
Bruta Flor Filmes: tentativas de Ignição, imagens do vídeo "Floresta e Marielle Presente" e caminhos da Bolívia no sonho "Um sonho bom"
Eduardo Bordinhon: foto analógica cidade de ponta cabeça vista da janela da casa
Coletivo Bijari com o vídeo "Prólogo", usado nas projeções do cubo no vídeo "Ontem, Hoje"
Matias Arce com o teatro e cubo miniatura, usado no vídeo "Ontem, Hoje"
Apoio - Goodstorage

A Prima da Vera
Data - de 1º a 28 de outubro
Horário - todos os dias às 12h28
Duração - aproximadamente 5 minutos
Local - Instagram ultraVioleta_s aqui
A cada dia será exibido um novo episódio. Todos ficarão disponíveis


A programação oferecida pela companhia se completa com a estreia da websérie A Prima da Vera, que marca a atuação do coletivo também na área das artes gráficas e visuais. Com técnica de animação em stop motion, colagem e desenho, a série é caracterizada pelo absurdo e pelo nonsense e conta a história de uma planta que é capaz de ler o futuro de mulheres por meio da interpretação do corrimento vaginal encontrado em suas calcinhas.

A leitura da borra de café foi atualizada pelas artistas, que abordam um tema tabu (mesmo entre as mulheres) e de maneira descontraída e cômica sugerem uma aproximação e um entendimento das secreções liberadas diariamente. A obra é um convite a uma observação mais detalhada do corpo feminino de maneira lúdica e criativa.

Além de sessões de leituras oraculares de corrimentos a série apresenta várias tramas paralelas, dentre elas o sequestro da planta protagonista e a consequente revolta das calcinhas que ficam desamparadas. Juntas as calcinhas se rebelam para saber do paradeiro d'A Prima da Vera, promovendo passeatas e usando 'drogas', como amaciante e sabão em pó, para lidar com a abstinência da vidente. Por meio de muita ironia, ternura e irreverência, o enredo também passa por assuntos pungentes no Brasil de hoje, como a intolerância, a convivência intensa com as telas de dispositivos e a aceleração por meios artificiais da produtividade.

Ficha técnica
A Prima da Vera
Idealização - ultraVioleta_s
Direção - Aline Olmos e Laíza Dantas
Trilha Sonora - Paula Mirhan
Roteiro e Textos - Aline Olmos e Laíza Dantas
Vídeos e Stop Motion - Aline Olmos
Edição e Motion Design - Laíza Dantas
Consultoria Audiovisual - Kim Ising
Design Gráfico - Gabriela Fernandes
Narração - Laíza Dantas
Dublagens - Carol Vidotti e Eduardo Bordinhon
Produção - Corpo Rastreado e ultraVioleta_s
Apoio - Roupa de Cima e Goodstorage

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