O enorme conjunto habitacional de tijolos vermelhos Cité Gagarine, com 370 apartamentos, construído nos anos 60 em Ivry-sur-Seine, nos arredores de Paris é o cenário do filme “Edifício Gagarine”, de Fanny Liatard e Jérémy Trouilh, que estreou dia 26 de agosto nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Palmas, Manaus, Curitiba e Florianópolis, com distribuição da Vitrine Filmes.
O longa nara a história de Youri, um adolescente de 16 anos nascido e criado no prédio, que se une aos amigos Diana e Houssan para tentar salvá-lo da demolição. Com o sonho de se tornar um astronauta, é no Gagarine que Youri chega mais perto de realizá-lo, transformando-o em sua “nave espacial”.
O edifício recebeu esse nome em homenagem ao primeiro homem no espaço, o russo Yuri Gagarin, que esteve na inauguração do conjunto em 1963. Na época, edifícios altos estavam sendo erguidos para “limpar” as favelas da periferia da capital francesa. Com o passar dos anos, essas “utopias coletivas” se tornaram bairros frequentemente estigmatizados e marcados por uma renovação urbana.
Em 2014, foi tomada a decisão de demolir Cité Gagarine, e os habitantes foram gradualmente realocados. As famílias partiram, levando consigo suas histórias de vida, de trabalho, de migração, esperança e decepção. Em 31 de agosto de 2019, as máquinas de demolição entraram no local, sob o olhar atento dos ex-moradores.
"Em nossas mentes, Youri, o adolescente, e Gagarine, o prédio, estão em um diálogo ininterrupto um com o outro. Quando pensamos em Youri, imaginamos seus pais se mudando para o conjunto habitacional antes de seu nascimento e sendo inspirados a lhe dar o nome do lugar. Youri foi criado lá e desenvolveu uma imaginação igual a do enorme arranha-céus. A perspectiva de seu desaparecimento significa, para ele, a morte de seus sonhos e memórias de infância. Também significa perder sua amada comunidade. Queríamos dar uma visão positiva de um lugar e uma geração que costumam ser caricaturados. Youri ama sua vizinhança. Para ele, o Gagarine não é uma utopia ultrapassada, é o seu presente e o solo do seu futuro. Sair significa perder tudo: abandonar sua família e seu mundo imaginário. Então ele assume a resistência", revelam os diretores.
Exibido em mais de 25 festivais pelo mundo, entre eles o Festival de Cannes 2020 (seleção oficial), o filme vai além de um obra cinematográfica, segundo os diretores. Para eles, o longa virou um registro eterno de algo que não existe mais. “O filme também é uma ferramenta de lembrança, testemunhando a arquitetura do período, e principalmente para as pessoas que deram vida ao local. Eles estão em toda parte no filme - em arquivos visuais e de som, na tela e atrás da câmera. Tentamos mostrar que o prédio é importante, mas no final o que resta são as pessoas. A relação com o lugar perdura, aconteça o que acontecer. Isso é o que tentamos capturar e transmitir. Segurando um espelho que reflete a beleza e complexidade dessas vidas”, concluem.
Sinopse
Youri, 16 anos, cresceu em Gagarine, enorme conjunto habitacional de tijolos vermelhos em Ivry-sur-Seine, onde sonha em se tornar um astronauta. Ao tomar conhecimento de que o lugar onde mora está ameaçado de demolição, Youri decide se somar a um movimento de resistência. Com a cumplicidade de Diana, Houssam e dos moradores, ele se atribui a missão de salvar o conjunto habitacional, transformando-o na sua “nave espacial”.
Assista ao trailer:
Ficha técnica
Edifício Gagarine
França | 2020 | Drama | 95 min.
Título Original - Gagarine
Direção - Fanny Liatard e Jérémy Trouilh
Roteiro - Fanny Liatard, Jérémy Trouilh e Benjamin Charbit
Elenco - Alséni Bathily, Lyna Khoudri, Jamil McCraven, Finnegan Oldfield, Farida Rahouadj e Denis Lavant
Produção - Julie Billy e Carole Scotta
Empresa Produtora - Haut Et Court (França)
Direção de Elenco - Judith Chalier
Direção de Fotografia - Victor Seguin
Edição - Daniel Darmon
Designe de Produção - Marion Burger
Mixagem de Som - Dana Farzanehpour
Mixagem de Regravação de Som - Melissa Petitjean
Edição de Som - Margot Testemale
Edição de Diálogo - Maxime Roy
Gerente de Produção - Denys Bondon
Figurino - Ariane Daurat
Primeira Assistente de Direção - Lucile Jacques
Maquiagem - Pascale Guégan
Continuísta - Marielle Alluchon
Gerente de Locação - Juliette Hubert
Equipe Técnica e Artística - Donatienne De Gorostarzu, Gaëtane Josse e Virginie Montel
Consultor de Edição - Sophie Reine
International Sales - Totem Films
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