Para quem quer colocar a leitura em dia nestas férias, a editora Âyiné indica Ian McEwan, Joseph Brodsky, Cioran e livro norueguês premiado, entre outros
A editora Âyiné chegou ao fim do ano com seis livros recém-lançados nas livrarias: "Blues do fim dos tempos", uma palestra de Ian McEwan,"Poemas de Natal", edição bilíngue de poemas de Joseph Brodsky, Nobel de Literatura em 1987, "O livro do mar", de Morten Strøksnes, não-ficção vencedora do Brageprisen, o prêmio literário mais importante da Noruega, "Caderno de Talamanca", do filósofo romeno Cioran, "Instruções para se tornar um fascista", divertido anti-manual da escritora italiana Michela Murgia, e "Novo esclarecimento radical", da filósofa espanhola Marina Garcés, defesa de uma nova ilustração radical. Leia mais sobre eles abaixo:
"Blues do fim dos tempos", de Ian McEwan, foi uma palestra proferida pelo escritor britânico em Stanford, em 2007. Neste discurso breve e potente, McEwan reflete sobre a força dos discursos apocalípticos ao longo da história e no século XXI. Em relação ao contexto atual, parece que a ciência e a cultura da razão ainda não conseguiram encontrar uma mitologia que possa competir com o encanto de um fim violento e coletivo. Neste texto, McEwan propõe outra resposta a este tipo de pensamento: a curiosidade, a marca da liberdade de pensamento. Tradução de André Bezamat.
"Poemas de Natal", reúne dezoito poemas de Joseph Brodsky, Nobel de Literatura em 1987. Todos têm o Natal como marco referencial, fruto de um compromisso pessoal do poeta russo: todos os anos, o autor tentava escrever um poema no dia da festa. Mudanças temáticas e estilísticas evidenciam-se no espaço de trinta e três anos entre os poemas: os versos passam de variações fantásticas, melancólicas e divertidas a reflexões sobre o tempo, a solidão e o amor, com atenção especial ao tema da Natividade. A edição é bilíngue e tem tradução de Aurora Bernardini, diretamente do russo. O volume contém uma entrevista com Brodsky e cinco poemas vertidos para o inglês pelo próprio autor, que viveu nos Estados Unidos após ser exilado da União Soviética.
"O livro do mar", do jornalista norueguês Morten Strøksnes, venceu o prêmio Brageprisen, o prêmio literário mais importante da Noruega, na categoria não-ficção. Já foi traduzido para uma dezena de idiomas e elogiado no mundo todo. Nessa mistura de livro de viagem, história e ciências naturais, Strøksnes, narrador erudito e irônico, fala da aventura ao lado de um amigo artista para encontrar o raro e misterioso tubarão da Groenlândia em seu habitat natural. Navegando pelo estonteante arquipélago norueguês de Lofoten, os dois tentam entender o oceano por todos os ângulos possíveis: pela poesia, ciência, ecologia, mitologia, livros medievais sobre animais fabulosos... O livro tem tradução direta do norueguês, de Leonardo Pinto Silva.
"Caderno de Talamanca", de Cioran. "Todo princípio de uma ideia coincide com um sofrimento, de preferência secreto". São frases como essa que fazem de "Caderno de Talamanca", de Emil Cioran (1911-1995), um livro instigante não só para leitores do filósofo romeno, mas também para aqueles que desejam conhecê-lo. Escrito no verão de 1966, durante uma estada em Ibiza, à beira de um abismo nada metafórico, esse caderno de páginas ardentes está dentre as mais intensas e radicais já escritas por Cioran. Tradução de Flávio Quintale.
"Instruções para se tornar um fascista", da escritora e ensaísta italiana Michela Murgia, é um falso manual que se vale da ironia e da provocação para falar de movimentos neofascistas. Murgia enumera os passos necessários para a "conversão" de um indivíduo em fascista - elaborando, ao mesmo tempo, uma interessante investigação sobre o poder de atração desses discursos na atualidade. Contém um "fascistômetro" no final, um teste dos "ensinamentos" do livro. Tradução de Júlia Scamparini.
"Novo esclarecimento radical", da filósofa espanhola Marina Garcés, é uma defesa de um radicalismo iluminista. Autoritarismo, fanatismo, catastrofismo, terrorismo são algumas das facetas de uma poderosa reação anti-ilustração que domina o nosso presente. Por que acreditamos em histórias apocalípticas? Que medos e oportunismo os alimentam? Como bloqueiam nossa capacidade de pensar de forma crítica e de construirmos, juntos, um mundo mais habitável e justo? Tradução de Vinícius Nicastro Honesko.
Nos últimos meses, a editora também lançou "Como se você comesse uma pedra" e "Hoje vamos desenhar a morte", reportagens literárias do jornalista polonês W. L. Tochman sobre as cicatrizes da Guerra da Bósnia e do genocídio de Ruanda, respectivamente; "A cidade dos ricos e a cidade dos pobres", do renomado urbanista italiano Bernardo Secchi, sobre as relações entre urbanismo e desigualdades sociais; "O surgimento da sexualidade", do especialista em Foucault Arnold I. Davidson, de ensaios sobre as origens das nossas concepções de sexualidade e normatividade; e "Medium e Revolução" de Peter Trawny, uma reflexão sobre as possibilidades de revolução no mundo mediado.
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