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| Foto - Domingos Netto |
Na quinta-feira, dia 11 de dezembro, durante o lançamento oficial das Rotas da Cachaça de São Paulo, uma iniciativa intersecretarial do Governo do Estado para fomentar o turismo em alambiques paulistas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) realizou a entrega dos troféus e certificados do II Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista 2025, premiando os melhores rótulos artesanais do estado nas categorias Branca, Armazenada, Envelhecida em Carvalho, Envelhecida em Madeiras Brasileiras e Blends.
O Estado de São Paulo é o maior produtor e exportador de cachaça no país. O fato de a premiação ocorrer simultaneamente ao anúncio das novas rotas agroturísticas simboliza a integração entre agricultura, gastronomia, pesquisa, história e turismo rural, colocando o destilado paulista em uma posição de destaque no calendário gastronômico do país.
Em seu segundo ano, o concurso de qualidade recebeu 130 amostras do Estado inteiro, 60% a mais do que na edição anterior. “Estabelecemos padrões técnicos e sensoriais que elevam a credibilidade da bebida, garantindo segurança e autenticidade para o consumidor. Mais do que premiar rótulos, o concurso incentiva boas práticas, fomenta a formalização e abre portas para novos mercados, consolidando São Paulo como referência nacional em qualidade e inovação na produção de cachaça”, afirma José Carlos de Faria Júnior, chefe da assessoria técnica da SAA.
Confira abaixo os três melhores rótulos classificados em cada categoria e clique aqui para conferir a lista completa das cachaças premiadas.
Branca
- Pavão Prata - Pirassununga
- Santa Capela Clássica - Santa Bárbara d'Oeste
- Sr. Brasil - Monte Alegre do Sul
Armazenada
- Almeida Valente Amburana - Artur Nogueira
- Serra Vale - Carvalho - São João da Boa Vista
- Santa Capela Armazenada Amburana - Santa Bárbara d'Oeste
Envelhecida em barris de madeira brasileiras
- Cachaça da Torre - Jequitibá Rosa - Amparo
- Tonon Amburana - Dourado
- Itupeva Umburana - Itupeva
Envelhecida em barris de carvalho
- Dom Tápparo Extra Premium 12 anos - Mirassol
- Cachaça C Double Wood - Torrinha
- Giuseppe Benedetti Carvalho Americano - Amparo
Blend
- Dom Tápparo Extra Premium Blend - Amburana e Carvalho Americano - Mirassol
- WIBA! Blend de Carvalhos - Torre de Pedra
- Cachaça C Triple Wood - Torrinha
Novas rotas agroturísticas
Serão 8 rotas e 2 destinos espalhados por 65 municípios, que indicam alambiques familiares e propriedades rurais, além de locais especializados, museus, pousadas temáticas e espaços culturais dedicados à cachaça. Os novos destinos se juntam às consolidadas Rotas do Café, do Vinho e do Queijo.
“As Rotas da Cachaça de São Paulo representam muito mais do que um roteiro turístico: elas são um marco para a valorização da cadeia produtiva da cachaça. Ao integrar tradição, ciência e sustentabilidade, o projeto fortalece pequenos e grandes produtores, impulsiona a formalização e abre portas para novos mercados, inclusive internacionais. É uma iniciativa que transforma a cachaça em símbolo de identidade cultural e motor de desenvolvimento econômico, consolidando São Paulo como referência nacional e global na produção de destilados de excelência”, comenta o secretário de Agricultura e Abastecimento de SP, Guilherme Piai.
O evento contou ainda com o lançamento da linha de subvenção Alambique Legal, do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), destinada a apoiar financeiramente produtores de cachaça em sua formalização sanitária e regulatória. A iniciativa é vinculada à linha Artesanal + Legal, lançada neste mês, que totaliza R$ 3 milhões para o segmento de produtos artesanais. O objetivo é custear processos de registro, certificação e adequação produtiva, garantindo que os produtores atendam plenamente às exigências legais.
A criação da linha responde a uma demanda identificada na implantação da Rota da Cachaça: parte dos produtores inscritos não puderam participar por falta de regularização. Com o Alambique Legal, esses produtores passam a ter acesso aos recursos necessários para concluir sua legalização, ampliando inclusão produtiva, fortalecendo cadeias locais e assegurando condições para comercialização formal, integração às Rotas e participação em outras políticas públicas de valorização da produção de cachaça em São Paulo.
Organização setorial da cadeia da cachaça paulista
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| Laura Vicentini transformou sua fazenda em referência de sustentabilidade e economia circular. Foto - Divulgação |
Nesse contexto de profissionalização, Laura Vicentini, produtora da primeira cachaça brasileira certificada em sustentabilidade e presidente da Câmara Setorial da Cachaça do Estado de São Paulo, destaca o crescimento do setor. Atualmente, São Paulo responde por cerca de 45% da produção nacional de cachaça, somando destilação em coluna, de processo industrial, e alambique, produzida nos moldes mais tradicionais. Desde que assumiu a presidência, em 2024, o número de produtores integrados à Câmara passou de 58 para 70, com crescimento médio anual de 20%.
Laura teve papel decisivo na concepção do Concurso Estadual de Qualidade da Cachaça Paulista, promovido pela SAA. Ela destaca que a principal demanda dos produtores sempre foi a inclusão obrigatória da análise química, etapa que por décadas parecia distante da realidade dos pequenos alambiques. O concurso paulista foi o primeiro do país a oficializar esse procedimento, integrando avaliação técnica, científica e sensorial. A iniciativa teve impacto imediato em nível nacional e passou a inspirar outros concursos a adotarem a análise química como critério obrigatório.
Para a presidente da Câmara, o momento é histórico: “a criação das Rotas da Cachaça e a consolidação do Concurso estruturaram e beneficiam o setor, elevaram o padrão técnico e abriram novas oportunidades para os produtores”, afirma Vicentini.
Ao integrar a premiação do concurso com o lançamento das Rotas da Cachaça de São Paulo, o Governo do Estado apresenta uma bebida que é patrimônio histórico, produto gastronômico e destino turístico do interior paulista.


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