Quais temas atraem os jovens na hora de escolher os filmes que vão assistir? Quais os gêneros favoritos? Para responder essas e outras perguntas, a pesquisa Escutar para criar (saiba mais aqui) reuniu centenas de adolescentes entre 16 e 18 anos, matriculados em escolas públicas e privadas do estado de São Paulo. O trabalho foi realizado pela produtora Haikai Filmes em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, por meio da Lei Paulo Gustavo.
Escutar para criar foi idealizado pela roteirista, diretora e produtora, Caroline Fioratti (Meus 15 Anos e Meu Casulo de Drywall), que tem grande parte de sua obra audiovisual direcionada a esse público. O trabalho contou com uma equipe multiprofissional dedicada a garantir que os estudantes se sentissem respeitados e motivados a compartilhar suas ideias. O projeto teve como objetivo investigar os tipos de histórias que os jovens desejam ver, de maneira a se sentirem representados nas produções audiovisuais.
"A nossa pesquisa buscava uma postura ativa dos jovens com perguntas que exigiam uma reflexão sobre a sua própria subjetividade", comenta a cineasta. O coordenador do projeto, o psicólogo e pesquisador Fabio Redkowicz, explica a razão da pesquisa se chamar Escutar para Criar: "transformar a escuta ativa em dados concretos é sempre um grande desafio. Ouvir diretamente essa geração é essencial para promover reais mudanças nas narrativas que permeiam e moldam nossa cultura".
O formulário desenvolvido pela equipe mapeou desde dados concretos relacionados aos hábitos de consumo até informações subjetivas sobre sensações e emoções que os adolescentes procuram ter ao assistir um filme. Temas como diversidade racial, sexualidade, religião, empoderamento feminino, entre outros, foram relacionados com as informações pessoais dos participantes e com suas preferências de narrativas, gêneros e personagens.
As respostas deram à equipe, não apenas uma visão do tipo de conteúdo que desejam ver, mas também uma ideia de seus dilemas e conflitos internos dessa geração. "Quando vemos que 'amizade', 'saúde mental' e 'relacionamentos amorosos' estão no topo da lista de temas de interesse e 'redes sociais' e 'sexo' no final, temos uma indicação do desejo que eles têm por conexões humanas reais e talvez uma sensação de falta e solidão, já que subtemas como 'ansiedade', 'depressão', entre outros adoecimentos mentais foram citados também", avalia Fioratti.
Alguns números da pesquisa:
- 75% dos entrevistados acha que a maioria dos filmes retrata o jovem de forma estereotipada
- Filmes americanos geram maior envolvimento em 64% dos jovens entrevistados
- 75,6% dos adolescentes disseram que gostam de filmes nacionais, mas somente 45,2% assistiram filmes brasileiros nos cinemas
- A maioria dos jovens relata dificuldade para encontrar filmes brasileiros disponíveis
- 82% dos adolescentes demonstram interesse por filmes em que os personagens vivenciam situações que gostariam de experimentar
- 47% dos jovens desejam ver filmes com os quais possam se identificar em termos raciais
- Quase metade dos adolescentes afirma não se identificar com os filmes que assistem
Ficha técnica
Pesquisa Escutar para criar
Realização - Haikai Filmes
Produção e Idealização - Caroline Fioratti
Coordenação de pesquisa: Fabio Redkowicz
Assistência de pesquisa: Alexandre Meirelles e Laura Sciulli
Análise estatística: Jimmy Adans
Interpretação de dados e redação: Caroline Fioratti e Fabio Redkowicz
Produção executiva e gerenciamento: Renata Leão
Consultoria executiva: Carolina Kaizuka
Controladoria: Simone Cardozo
Contabilidade: Sanville Contabilidade
Assessoria Jurídica: Fernandes Christófaro Advocacia e Consultoria
Advogado: Dr. Danilo Fernandes Christófaro
Coordenação de divulgação: Carolina Kaizuka e Caroline Fioratti
Assessoria de Imprensa: Patrícia Rabello
Design visual: Caroline Fioratti, Fabio Redkowicz e Katharina Pinheiro
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