Confira a programação da 27ª Edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris

Foto - Renan Oliveira

Considerado como a principal vitrine do audiovisual brasileiro na Europa, o evento acontece entre os dias 29 de abril e 06 de maio e homenageia a atriz e diretora Dira Paes

O Festival de Cinema Brasileiro de Paris anunciou a programação completa de sua 27ª edição, que acontece entre 29 de abril e 06 de maio no tradicional cinema de rua L’Arlequin, no bairro Saint-Germain-des-Près, na capital francesa. Realizado pela Jangada, com curadoria de Katia Adler, o evento terá como grande homenageada a atriz e diretora Dira Paes, que estará na França para receber o Troféu Jangada.

Ao longo de oito dias, serão exibidos 35 longas-metragens, incluindo cinco filmes que marcaram os 40 anos de carreira de Dira Paes. A seleção de filmes também apresentará o vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e o sucesso de bilheteria O Auto da Compadecida 2, de Flávia Lacerda e Guel Arraes, que ultrapassou a marca de 4,4 milhões de espectadores no Brasil.

Vitória, dirigido por Andrucha Waddington e estrelado por Fernanda Montenegro, foi escolhido como o filme de abertura do festival, e dará início à programação de 2025. Ainda inédito e com estreia marcada para 01 de maio no Brasil, o aguardado Homem com H, de Esmir Filho, encerrará o evento no dia 06 de maio. Estrelado por Jesuíta Barbosa, o filme narra a história de um dos maiores artistas brasileiros: o cantor Ney Matogrosso.

O Festival de Cinema Brasileiro de Paris exibe uma seleção das melhores produções do cinema brasileiro, entre ficções e documentários, e reúne anualmente mais de cinco mil pessoas para celebrar o audiovisual brasileiro na capital francesa. Neste ano, as 35 produções serão divididas em seis mostras: Competitiva, Hors-Concours, Documentários, Homenagem a Dira Paes, Programação Gramado, Sessão Escolar, além da sessão em homenagem ao jornalista RKK - Rémy Kolpa Kopoul.

Mostra Competitiva

Frame do longa Sobreviventes, de José Barahona. Foto - Hugo Azevedo

Na mostra competitiva, nove longa-metragens de ficção concorrem ao Troféu Jangada de Melhor Filme, escolhido pelo público. Malu, de Pedro Freire, vencedor do Festival do Rio de 2024; Um Lobo Entre os Cisnes, de Marcos Schechtman Helena Varvaki, premiado no Cine Ceará de 2024 (Melhor Ator para Matheus Abreu, Melhor Ator Coadjuvante para Darío Grandinetti e Melhor Direção de Arte); Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado; A Vilã das Nove, de Teodoro Poppovic, que integrou as programações de 2024 do Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; Sobreviventes, de José Barahona; A Mulher que Chora, de George Walker Torres, ambos exibidos na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; Aumenta que é Rock'n'Roll, de Tomás Portella, vencedor do Prêmio Grande Otelo de Melhor Trilha Sonora em 2024; e 90 Decibéis, de Fellipe Barbosa, que terá première mundial no festival.

Mostra Hors-Concours

Matheus Nachtergaele em O Auto da Compadecida 2, de Guel Arraes e Flávia Lacerda. Foto - Laura Campanella

A mostra hors-concours apresenta sete longas fora de competição: o aguardado Vitória, dirigido por Andrucha Waddington e estrelado por Fernanda Montenegro, que abre o festival; o aclamado Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional; o sucesso de bilheteria O Auto da Compadecida 2, de Guel Arraes e Flávia Lacerda, que levou 4,4 milhões de brasileiros ao cinemas com Matheus Nachtergaele e Selton Mello como os icônicos João Grilo e Chicó; Motel Destino, de Karim Aïnouz, exibido na última edição de Cannes; A Paixão Segundo G.H. e Lavoura Arcaica, ambos dirigidos por Luiz Fernando Carvalho; e Homem com H, cinebiografia escrita e dirigida por Esmir Filho que traz Jesuíta Barbosa como o icônico músico Ney Matogrosso, que encerra o festival no dia 06 de maio, apenas cinco dias após estrear nos cinemas brasileiros.

Documentários

Cazuza, Boas Novas, de Nilo Romero. Foto - Flávio Colker

A mostra de documentários será composta por sete produções: Os Afro-Sambas, o Brasil de Baden e Vinicius, de Emílio Domingos, exibido no Festival do Rio de 2024, que relembra o popular disco lançado por Vinicius de Moraes e Baden Powell em 1966; Seu Estilo, Seu Impacto, de Luciana Brafman e Ricardo Carioba, que mostra os desafios da indústria da moda em busca da sustentabilidade; Cazuza, Boas Novas, de Nilo Romero, com imagens pouco vistas de um dos maiores nomes da música brasileira; Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia, de José Carlos Arandiba Zebrinha, denúncia poética narrada pelas vivências e saberes das mestras e mestres pioneiros e protagonistas da dança negra na Bahia; Máquina do Desejo, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro, que narra a história dos 60 anos do Teatro Oficina; Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, de Marco Altberg e Tainá De Luccas, sobre a vida e luta de Davi Kopenawa Yanomami, líder indígena e xamã do povo Yanomam; e Alarme Silencioso, de Ricardo Favilla, que propõe um resgate da autoestima e esperança de pessoas que tentaram suicídio - os dois últimos integraram a programação da edição de 2024 do Festival do Rio.

Estudantes Parisienses na Sessão Escolar

Salut, mes ami.e.s, de Liliane Mutti. Foto - Divulgação

Um dos destaques do festival é o engajamento de estudantes do Ensino Médio (Lycée) de diferentes escolas francesas, que anualmente assistem às produções brasileiras e têm contato com alguns dos realizadores dos filmes. Um júri jovem elege o melhor filme.

As sessões escolares, realizadas todas as tardes durante o festival, proporcionam aos jovens uma oportunidade única de contato com o cinema brasileiro, ampliando seus horizontes culturais e incentivando reflexões sobre diversos temas relevantes. Além de fundamentais para a formação de novos públicos e para o intercâmbio cultural entre o Brasil e a França, as sessões fortalecem a relação entre o festival e as escolas e instituições educativas, de modo que contribuem para a democratização do acesso ao cinema e para a valorização da pluralidade cultural.

Os filmes que concorrem ao Troféu Jangada Júri Jovem são O Auto da Compadecida 2, de Flávia Lacerda e Guel Arraes; Aumenta que é Rock’n’Roll, de Tomás Portella; e Salut, mes ami.e.s, de Liliane Mutti. Fora de competição, também será exibido na sessão escolar do premiado Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

Mostra Homenagem Dira Paes

Pasárgada (2024), marca a estreia de Dira Paes como diretora de um longa de ficção. Foto - Divulgação

A mostra que celebra os 40 anos de carreira de Dira Paes é a primeira homenagem que a atriz e diretora receberá na Europa e reúne cinco produções que marcaram sua trajetória artística. A seleção de filmes preparada pela diretora e curadora do festival, Kátia Adler, é composta por Anahy de las Misiones (1997), de Sérgio Silva; Órfãos do Eldorado (2015), de Guilherme Cezar Coelho; A Floresta das Esmeraldas (1985), de John Boorman; Manas (2024), de Mariana Brennand Fortes; e Pasárgada (2024), que marca sua estreia como diretora de um longa-metragem de ficção, também protagonizado por ela. Dira receberá o Troféu Jangada na noite de abertura do evento, 29 de abril.

Programação Gramado

Cena de Huni Kuï: o Povo Verdadeiro, de Tatiana Sager e Gabriel Sager Rodrigues. Foto - Divulgação

A Mostra Gramado será um dia dedicado ao Festival de Cinema de Gramado, o mais tradicional evento audiovisual do Brasil, realizado ininterruptamente há 53 anos na Serra Gaúcha. Serão exibidos Oeste Outra Vez, de Erico Rassi, grande vencedor da 52ª edição do festiva em 2024l; Pasárgada, de Dira Paes; Huni Kuï: o Povo Verdadeiro, de Tatiana Sager e Gabriel Sager Rodrigues; e Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva. No segundo semestre de 2025, está previsto um dia de cinema francês no 53º Festival de Gramado.

Sessão em Homenagem a RKK - Rémy Kolpa Kopoul

Frame de de Aumenta que é Rock'n’Roll

Os 10 anos do desaparecimento do jornalista e DJ Rémy Kolpa Kopoul será lembrado na programação do festival. Autor de crônicas musicais no jornal Libération, RKK, como era conhecido, era um frequentador assíduo do Festival de Cinema Brasileiro de Paris e foi uma figura essencial para a aproximação cultural entre o Brasil e a França, sendo descrito por Jorge Amado como o maior embaixador da música brasileira na França no livro Navegação de Cabotagem. Em homenagem à memória de RKK, será exibido o longa-metragem Aumenta que é Rock’n’Roll em uma sessão com a presença da produtora Renata Almeida Magalhães, que o conheceu pessoalmente, reavivando a energia e diversidade musical que marcaram a trajetória de Rémy.

Aumenta que é Rock'n’Roll retrata o surgimento do rock nacional na vibrante década de 1980, quando o Brasil vivia a euforia da redemocratização política depois de mais de duas décadas de regime militar. A trama narra o surgimento da Rádio Fluminense FM, a Maldita, criada em 1982 pelo jornalista Luiz Antonio Mello (Johnny Massaro), com o apoio do amigo Samuel Wainer Filho (George Sauma), que se tornou a primeira rádio brasileira dedicada exclusivamente ao rock, revelando artistas e bandas que marcaram gerações.

O Festival de Cinema Brasileiro de Paris conta com o Patrocínio Master do Banco da Amazônia e Patrocínio Oficial da Embratur. Apoio da Ancine, Prefeitura de Paris, Dulac Cinéma e Monsieur Pão de Queijo. Parcerias de comunicação com Canal Brasil e Globo Filmes. Parcerias institucionais com a Embaixada do Brasil na França, Comissariado do Brasil na França, IGR- Instituto Guimarães Rosa Ministério de Relações Internacionais, Governo do Brasil. A produção e realização Jangada e Vite. Para mais informações so o festival, clique aqui.

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