A descrição da jornada brasileira na Segunda Guerra Mundial tomou um rumo inesperado nas últimas décadas. Preferiu-se, em muitos casos, adaptá-la a modelos de pensamentos simplistas e, por vezes, enganosos. Valiosas fontes primárias estrangeiras permaneceram negligenciadas, ou, pior, foram utilizadas de forma desastrosa. Raros foram os estudos aprofundados sobre o tema, que acabou rebaixado à categoria dos assuntos pacificados.
Para se ter uma ideia, quando os pracinhas desembarcaram na Itália, um fotógrafo inglês apontou sua câmera para alguns negros e mulatos entre os soldados. Depois, legendou a foto: “Tropas de nativos estavam entre as forças brasileiras”.
Já a Rádio de Berlim anunciou: “Atenção! Soldados do III Reich. Acaba de desembarcar em Nápoles um exército de sifilíticos. Os brasileiros vêm aí. São negros que andam nus, usam argolas no nariz, nas orelhas e comem crianças vivas”, disseminou a propaganda nazista.
Um artigo de revista americana descreveu assim o soldado da Força Expedicionária Brasileira: "um silvícola fardado. O seu porte não corresponde à dura resistência física adquirida durante o treino nas selvas da sua pátria”. O general Marshall avaliou o projeto da expedição como uma “dor de cabeça adicional”; a diplomacia britânica considerou-o uma hipótese absurda.
Após desvendar a origem desconhecida dos eventos que levaram o Brasil à guerra em Operação Brasil (2015), e explorar as raízes profundas do último conflito global em Pelo Bem da Humanidade (2019), o escritor Durval Lourenço Pereira apresenta uma notável reunião de novas fontes, nacionais e estrangeiras, repletas de argumentos e documentos insólitos que desafiam a visão convencional da história.
Guerreiros da Província não apenas revisita os antecedentes do envolvimento bélico nacional, expondo segredos políticos e diplomáticos surpreendentes, mas também narra a experiência única de jovens nascidos nas pequenas localidades do interior do País - parcela majoritária dos integrantes de nossa expedição militar.
Ao contrário das biografias clássicas, que privilegiam líderes políticos e militares, este livro condensa quase 20 anos de pesquisas e entrevistas com dezenas de veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Por meio de uma narrativa envolvente, fundamentada e minuciosa, o autor explora os desafios monumentais enfrentados pelos pracinhas, antes e durante os combates travados na Toscana, em setembro e outubro de 1944.
Sobre o autor
Durval Lourenço Pereira, nascido em 1967, é tenente-coronel R1 do Exército Brasileiro. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (1990) e mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1998), atuou como assessor militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Além de sua carreira militar, o autor é graduado em Cinema, Televisão e Mídia Digital. Sua paixão pelo cinema o levou a produzir e dirigir notáveis documentários, entre eles Lapa Azul: os homens do III Batalhão do 11º RI na II Guerra Mundial (2006); e Navalha: um batalhão brasileiro na Linha Gótica (2016), este último premiado com o título de Melhor Filme nos dois maiores festivais internacionais de cinema do gênero. Durval também colabora com a imprensa, escrevendo artigos sobre assuntos militares, segurança e política externa, para veículos de comunicação de alcance nacional, como a Folha de São Paulo.
Ficha técnica
Guerreiros da Província: a jornada épica da Força Expedicionária Brasileira
Autor - Durval Lourenço Pereira
Editora - Insigth Books
Páginas - 432
Preço - R$ 24,99 (e-book) e R$ 64,60 (impresso)
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