Dançarina Marta Soares apresenta três espetáculos na cúpula do Theatro Municipal de São Paulo

Foto -João Caldas

Serão 18 apresentações, sendo 
seis de Les Poupées, seis de Bondages, em versão solo, e a estreia de Bondages em versão trio

Com trabalhos apresentados em festivais nacionais e internacionais, a dançarina, performer e coreógrafa, Marta Soares apresenta mostra de seu seus espetáculos mais premiados no projeto de circulação e criação Feminino Informe. A proposta é dar continuidade e aprofundamento à trajetória de pesquisa e desenvolvimento da linguagem artística que vem realizando desde 1995.

A programação tem o apoio do 35º Programa de Fomento a Dança, que consiste na manutenção do seu núcleo artístico com a circulação de quatro espetáculos, em 24 apresentações com ingressos gratuitos ou preços populares. São eles: Les Poupées (Prêmio APCA 1996) com seis apresentações, Bondages em versão solo (Prêmio Denilto Gomes 2017) com seis apresentações e a estreia de Bondages em versão trio, com seis apresentações serão apresentados na Cúpula do Theatro Municipal.

No oitavo pavimento do edifício centenário fica o salão circular, com 12,5 m de altura entre o tablado e o ponto mais alto do telhado. É lá que Marta Soares estará. Prêmio APCA 2004, O Banho encerra o projeto da artista com seis apresentações em espaço a ser definido em breve.

Núcleo que atua na cidade de São Paulo desde 1995, Marta Soares e Cia vem realizando pesquisa de vanguarda em dança. Seu objeto de investigação são as possibilidades de interseções entre a dança, as artes visuais, a arte performática e a música com frequência no formato imersivo instalação coreográfica.

Sobre os espetáculos

Les Poupées

Foto - João Caldas

Concebido, dirigido e interpretado por Marta Soares, o solo de dança tem como ponto de partida as fotografias de bonecas realizadas pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer que foi influenciado pelos contos de E.T.A. Hoffman, em especial pelo conto O Homem de Areia que deu origem ao ballet Copélia, pelos movimentos dadaísta e surrealista e pelos experimentos psicanalíticos realizados no início do século XX por Charcot e Freud com pacientes histéricas.

Bellmer buscava ao fotografar as suas bonecas, as quais montava, desmontava e remontava, o que ele determinou como “inconsciente físico” que, de uma forma breve, seriam os caminhos que os desejos inconscientes percorrem pelo corpo. Inspirado pelas fotografias de Hans Bellmer e pelas fontes internas da sua criadora o solo “Les Poupées” também explora, ao transgredir a lógica formal da distinção de oposições categóricas no corpo como dentro/fora, figura/fundo, homem/mulher, morto/vivo e animado/inanimado, o conceito “informe” segundo o sociólogo francês Georges Bataille para refletir sobre a condição do sujeito na contemporaneidade.

Ficha técnica
Les Poupées
Concepção e Direção - Marta Soares
Coreografia e Interpretação - Marta Soares
Figurino - Marta Soares
Desenho de Luz - Beto de Faria
Trilha Sonora - Marta Soares
Objetos Cênicos - Marta Soares
Produção - José Renato F. de Almeida e Beto de Faria | CAIS Produção Cultural
Realizado com o apoio da Bolsa Rede Stagium 1997
Recebeu o Prêmio APCA 1997

Bondages (versão solo)

Foto -João Caldas

O espetáculo Bondages tem como ponto de partida a série fotográfica “Amarrações” desenvolvida pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer nos anos 1950. A qual teve como objetivo submeter o corpo feminino à uma experimentação direta. Nela, Bellmer amarrou o corpo nu da sua parceira Unica Zurn e fotografou as várias dobras que se formaram de diferentes pontos de vista.O seu objetivo principal foi a remodelação do corpo, operação que ele já havia realizado nos seus desenhos de Unica mais de dez anos antes.

Na cena, em cima de uma plataforma, Marta Soares explora amarrações com um fio de nylon no seu próprio corpo. Cada movimento gera uma nova pose que é iluminada por um flash de luz estimulando um olhar fotográfico para o espetáculo. E, propõem uma reencenação do ato fotográfico que Bellmer realizou no corpo de Única Zurn, mas também, uma desfetichização desse ato, ao, como mulher, amarrar-se a si mesma.

Ficha técnica
Bondages (versão solo)
Concepção e Direção - Marta Soares
Performance - Marta Soares
Dramaturgia - Bruno Levorin
Desenho de Luz - Aline Santini
Objeto Cênico - Guilherme Pardini e Marcelo Venzon
Produção - José Renato F. de Almeida e Beto de Faria | CAIS Produção Cultural
Realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento a Dança para a Cidade de São Paulo
Recebeu o Prêmio Denilto Gomes de Dança 2017 e foi indicado ao Prêmio da Revista BRAVO 2017!
Agradecimento a Danielli Mendes pela sua participação como assistente de ensaio durante a criação da obra e temporada de estreia

Bondages (versão trio) - Nova Criação

O espetáculo Bondages versão grupo será um desdobramento no formato trio do espetáculo Bondages versão solo. E, como este último também terá como ponto de partida a série fotográfica “Amarrações” desenvolvida pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer nos anos 1950. A qual teve como objetivo submeter o corpo feminino a uma experimentação direta. Nela Bellmer amarrou o corpo nu da sua parceira Unica Zurn e fotografou as várias dobras que se formaram de diferentes pontos de vista. O seu objetivo principal foi a remodelação do corpo, operação que ele já havia realizado nos seus desenhos de Única mais de dez anos antes.

Na cena, em cima de plataformas, as performers explorarão amarrações com um fio de nylon nos seus próprios corpos. Cada movimento gerará uma nova pose propondo uma reencenação do ato fotográfico que Bellmer realizou no corpo de Única Zurn, mas também, uma desfetichização desse ato, ao, como mulheres, amarrarem-se a si mesmas. O desenho de luz será criado por Aline Santini e o desenho de som por Lívio Tragtenberg.

Ficha técnica
Bondages (versão trio)
Concepção e Direção - Marta Soares
Intérpretes - a definir
Desenho de Luz - Aline Santini
Desenho de Som - Lívio Tragtenberg
Espaço Cenográfico a definir
Produção - José Renato F. de Almeida e Beto de Faria | CAIS Produção Cultural
Realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento a Dança para a Cidade de São Paulo

O Banho

Foto -João Caldas

A instalação coreográfica O Banho é uma reflexão sobre as questões propostas pela vida de Dona Sebastiana de Mello Freire, Dona Yayá. Mulher da elite paulistana que ao ser diagnosticada doente mental teve a sua casa no bairro da Bela Vista, São Paulo, parcialmente transformada em um hospital psiquiátrico privado e nela permaneceu isolada por ordens medicas entre 1919 e 1961.

O Banho não tem como foco a doença mental de Dona Yayá e não é uma narrativa linear sobre a sua vida. Mas, coloca a questão: qual seria a subjetividade dessa mulher que, quando isolada, teve todos os vestígios que lhe remetiam a sua vida anterior retirados, e mesmo assim sobreviveu por quarenta anos?

A instalação coreográfica é composta por elementos de dança, performance e vídeo, cujas imagens realizadas na casa da Dona Yayá, na sua maioria a partir dos reflexos do solarium de vidro, remetem a passagem do tempo e a dissolução do corpo em uma reflexão sobre a sua efemeridade.

Durante a apresentação o corpo da performer permanece imerso em uma banheira–casa, movendo-se em limitado espaço e ilimitado tempo, suspenso pelo ponto no qual encontra-se entre vida e morte. Em uma referência aos experimentos realizados pelo médico Jean-Martin Charcot, no hospital Salpêtrière em Paris, com pacientes histéricas, os quais eram abertos a um público especializado e consistiam de repetitivos ataques induzidos nas pacientes que hoje podem ser analisados como performances teatrais. O Banho é sobretudo um ritual de limpeza, cura e uma homenagem a Dona Yayá e as mulheres que viveram ou vivem situações semelhantes a dela e resistem.

Ficha técnica
O Banho
Concepção e Direção - Marta Soares
Performance - Marta Soares
Desenho de Som - Lívio Tragtenberg
Desenho de Luz - Wagner Pinto
Edição e Finalização do Vídeo - Leandro Lima
Produção - José Renato F. de Almeida e Beto de Faria | CAIS Produção Cultural
Realizado com o apoio do Prêmio Rumos Dança do Itaú Cultural. Recebeu o Prêmio APCA 2024

Serviço
Projeto Feminino Informe
Local - Theatro Municipal de São Paulo - Cúpula
Endereço - Praça Ramos de Azevedo, s/n - Centro - São Paulo
Capacidade - 150 pessoas.
Ingressos - R$ 33,00 (inteira) e R$ 16,50 (meia)

Les Poupées
Temporada - de 15 a 20 de setembro
Horário - segunda a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Duração - 40 minutos
Classificação - livre

Bondages Solo
Temporada - de 04 a 09 de outubro
Horário - segunda a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Duração - 40 minutos
Classificação - recomendado para maiores de 16 anos

Bondages Grupo
Temporada - de 15 a 20 de novembro
Horário - dia 15 às 17h, dia 16 às 20h, dia 17 às 19h, dia 18 às 20h, dia 19 às 20h e dia 20 às 17h
Duração - 40 minutos
Classificação - recomendado para maiores de 16 anos

O Banho
Datas e local a ser definido

Postar um comentário

0 Comentários