Companhia de Dança do Pantanal e Orquestra de Câmara do Pantanal fazem turnê inédita por São Paulo

Foto - Pedro Cleve

O espetáculo Guadakan mostra a urgência da preservação do Pantanal em tempos de emergência climática

A Companhia de Dança do Pantanal e a OCAMP Orquestra de Câmara do Pantanal desembarcam em São Paulo para uma turnê inédita do espetáculo Guadakan. O espetáculo é uma criação do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, de Corumbá (MS), organização da qual ambos os coletivos fazem parte.

Concebido a partir de um mito indígena Guató, uma etnia estabelecida na fronteira do Brasil com a Bolívia, o espetáculo conta uma história que ressalta a necessidade da preservação do Pantanal e toda a sua biodiversidade, principalmente no atual momento vivido pela Humanidade, com diversos tipos de mudanças e emergências climáticas.

“Esse espetáculo, em especial, surge a partir do momento em que vivemos as queimadas no Pantanal. A gente não respirava. A partir disso, procuramos histórias para falar dessa questão espiritual da região”, comenta a Companhia de Dança do Pantanal.

Unindo dança contemporânea e música, com uma trilha sonora executada ao vivo pela OCAMP - Orquestra de Câmara do Pantanal, a montagem faz uma viagem às origens dos povos do Pantanal, buscando a sabedoria dessa ancestralidade, que atravessa gerações, para revelar alertas.

Foto - Pedro Cleve

“Os povos originários aprenderam e passaram a ensinar quem são os verdadeiros donos do Pantanal. Seres não humanos, sobrenaturais ou divinos, que devem ser respeitados e exigem condutas éticas para que ali todos possam viver em equilíbrio com os recursos por eles oferecidos. Quando se quebram regras, punições serão proferidas”, explica a direção.

A concepção cênica e direção geral é de Márcia Rolon, os arranjos e adaptação musical de Eduardo Martinelli. A regência fica por conta de José Maikson Amorim Alves, a narração do mito por Arce Correia, a coreografia é de Chico Neller, os figurinos de Luiz Gugliatto, e a produção local, na cidade de São Paulo, será realizada por Suelen Garcez.

Márcia Rolon explica que o espetáculo é intenso e necessário. “Vivenciamos nesta década as maiores queimadas já registradas no Pantanal. O Brasil, agora, já se prepara para sediar a COP30. O mundo discute o aquecimento global e os impactos sobre as nações. E o Pantanal clama por socorro. Como pantaneiros e sul-mato-grossenses, sabemos da urgência de olhar para o que é nosso e de todos os brasileiros. Por meio da arte e toda a provocação que ela carrega consigo, estamos rompendo os espaços para lembrar a todos de que o Pantanal precisa de nós”, destaca.

Foto - Pedro Cleve

Guadakan, adaptado para ser apresentado em formato de turnê, já foi visto por mais de 4 mil pessoas em cidades como Corumbá, Campo Grande, Dourados e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. O patrocínio master é do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além do patrocínio da LHG Mining, BTG Pactual e Too Seguros. O projeto tem parceria com Criança Esperança, J.Macêdo, Fecomércio – Sesc, Sicredi, Sebrae e Sesi, apoio cultural Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul, parceria institucional da Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica. Em São Paulo, o projeto tem apoio da Prefeitura de São Paulo, Instituto Baccarelli e CEU Vila Alpina / Vila Prudente - Virgínia Leone Bicudo.

Sinopse

No princípio, era a simplicidade. Os antigos aprenderam e passaram a ensinar aos seus que tudo tem um dono no Pantanal, estes são seres não humanos, sobrenaturais ou divinos que devem ser respeitados e exigem uma conduta ética para que ali todos possam viver em equilíbrio com os recursos por eles oferecidos. Quando se quebram regras, punições serão proferidas. No presente, mais de 17 milhões de animais vertebrados foram mortos.

Confira no vídeo abaixo trechos do espetáculo:


Serviço
Guadakan
Data - 19 de junho - quarta-feira
Horário - 14h30
Duração - 50 minutos
Local - CEU Vila Alpina / Vila Prudente - Virgínia Leone Bicudo
Endereço - Rua João Pedro Lecór, 144 - Vila Alpina - São Paulo
Capacidade - 260 lugares
Grátis
Classificação - acima de 10 anos

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