Isser Korik ainda não pensava em ser ator e produtor de teatro quando foi arrebatado por uma das primeiras comédias que viu na vida, aos 16, 17 anos, no Teatro Itália. Sozinho, assistiu Bonifácio Bilhões com Lima Duarte e Armando Bógus no elenco. Aos 37 anos de carreira, a paixão pelo texto agora se materializa na nova montagem em que atua e assina a adaptação.
Clássico da comédia de costumes brasileira, encenada pela primeira vez em 1975, Bonifácio Bilhões, escrita e dirigida por João Bethencourt (1924-2006), tem nova encenação, capitaneada por Otávio Martins (que divide com Isser a adaptação) e Ian Soffredini e com o trio central interpretado pelo próprio Isser Korik, André Mattos e Letícia Cannavale. A peça estreia dia 06 de maio para temporada no Teatro UOL.
“Fiquei encantado e anos mais tarde, já produtor de teatro, montei O Dia em que Raptaram o Papa, também de João Bethencourt. Naquela época conversava com o autor relatando o desejo de montar também Bonifácio Bilhões. ‘Quero causar uma boa impressão com O Dia que me Mataram o Papa para depois você me ceder os direitos de Bonifácio Bilhões’. Desde então, sonho em montar esta peça, uma comédia muito bem construída”, fala o ator e produtor, com entusiasmo. Um bilhete de jogo premiado é o ponto de partida da trama urbana adaptada por Isser e Otávio.
Foto - Guilherme Assano |
A nova montagem procura manter o caráter atemporal da peça, ambientada originalmente nos anos 1970 e trazida para os dias de hoje, incorporando elementos da vida moderna, como internet e celular. A relevante mudança na versão dos adaptadores é o papel feminino acompanhar a mudança dos tempos e agora ter o mesmo peso das personagens masculinos.
“Aumentamos o papel da Alzira”, informa Otávio, lembrando que nos anos 1970, quando a peça foi escrita, a personagem da mulher era de coadjuvante. “Na nossa adaptação, o papel de Alzira é essencial para a trama. Os três personagens - os dois homens e a mulher - têm agora o mesmo peso na adaptação".
Bonifácio Bilhões enfoca a ganância do ser humano e seu comportamento diante de situações que envolvem dinheiro. “É poder, dinheiro e mesquinhez o tempo todo”, observa Otávio, informando que Loteria Esportiva virou Mega Sena. Trazer a trama para os dias de hoje e, ao mesmo tempo, mantê-la o mais atemporal possível é a proposta dos diretores.
Foto - Guilherme Assano |
A peça gira em torno da história de Walter (Isser Korik) e Alzira (Letícia Cannavale), um casal que passa por apuros financeiros, até que um desconhecido chamado Bonifácio (André Mattos) surge para informar que Walter ganhou uma bolada na loteria, exigindo sua parte do prêmio por conta de uma suposta promessa feita pelo ganhador de que se ganhasse lhe daria a metade do dinheiro. As personagens variam seus comportamentos entre o oportunismo, a ingenuidade e a desconfiança.
A história é cheia de reviravoltas para descobrir se de fato o prêmio existe e quem fica com ele. A ação se desenrola em um pequeno apartamento do Centro de São Paulo. “Um estúdio decorado com móveis antigos, cada um de uma época, como se fossem cada um de uma casa”, adianta Otávio. “Comédia, por característica. fica velha. É um reflexo do tempo em que se passa. Como foi originalmente escrita para os anos 1970 as piadas e o humor prevaleciam sobre os costumes desta década. Reavaliamos tendo como norte o público da década de 2020”, conclui.
Outras montagens
A peça estreou com Lima Duarte e Armando Bógus interpretando Bonifácio e Walter. Alzira foi vivida pela jornalista e então atriz Hildegard Angel (depois substituída por Terezinha Sodré, Margot Bethencourt e Elisângela), ficando 10 anos em cartaz. Entre outras montagens, a dirigida por Jacqueline Laurence (1998), com Bemvindo Sequeira, Roberto Pirillo e Cida Marques. e a de Ernesto Piccolo (2012), com José de Abreu, (Walter), Tadeu Mello (Bonifácio) e Iara Jamra (Alzira).
Sobre o autor
Dramaturgo, diretor, ator, tradutor de teatro João Bethencourt (1924-2006) nasceu na Hungria e veio para o Brasil com dez anos de idade, em 1934. Deixou um legado de mais de 30 peças escritas e encenadas no País e no exterior, além de muitas outras inéditas. Nesta, pinçou um pequeno episódio do cotidiano carioca e o transformou numa história com forte potencial humorístico.
Foto - Guilherme Assano |
Ficha técnica
Bonifácio Bilhões
Texto - João Bethencourt
Direção - Otávio Martins e Ian Soffredini
Elenco - Isser Korik, André Mattos e Letícia Cannavale
Assistente de Direção - Ricardo Koch Mancini
Assistente de Produção - William Siqueira
Cenografia e Figurinos - Otávio Martins e William Siqueira
Trilha Sonora - Wagner Bernardes
Fotografia - Guilherme Assano
Projeto Gráfico - Lab 212
Adaptação de Arte Gráfica - Fernanda Pardo
Assessoria de Imprensa - Arteplural
Mídias Sociais - Renata Castanho
Coordenação de Marketing - Emanoela Abrantes
Administração - Paloma Espindola
Assessoria de Prestação de Contas - Sonia Kavantan
Iluminador e Operador - Rafael Pereira
Equipe de Palco - Jardim Cabine
Lei Nacional de Incentivo à Cultura
Patrocínio - Bain Company, Banco Luso Brasileiro, Consigáz, Europ. Assistance, E.M.S. e Grupo Tecnoset
Realização - Referendum Ministério da Cultura e Governo Federal
Serviço
Bonifácio Bilhões
Estreia - 06 de maio - sábado
Temporada - até 27 de agosto
Horário - sábados às 22h e domingos às 20h
Duração - 90 minutos
Local - Teatro UOL - Shopping Pátio Higienópolis - Terraço
Endereço - Av. Higienópolis, 618 - Higienópolis - São Paulo
Capacidade - 300 lugares
Ingressos - R$ 120,00 (Setor A) e R$ 80,00 (Setor B)
Horário da bilheteria - sextas-feiras, das 16h às 21h, sábados, das 14h às 22h e domingos, das 14h às 20h
Televendas - 11 3823-2423 | 3823-2737 | 3823-2323
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