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Foto - Divulgação |
Uma bebidinha não faz mal, certo? Errado! Mesmo o consumo moderado de álcool pode ter diversos efeitos maléficos no organismo, incluindo prejuízos à fertilidade. “Um estudo do ano passado publicado no Human Reproduction, jornal mensal da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), mostrou que as mulheres que desejam engravidar devem evitar o consumo excessivo de álcool. Na segunda metade do ciclo menstrual, mesmo o consumo moderado de álcool está relacionado a chances reduzidas de gravidez, segundo o trabalho”, explica o especialista em Reprodução Humana Dr. Fernando Prado, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE), Doutor pelo Imperial College London e diretor clínico da Neo Vita. O estudo foi publicado em setembro de 2021.
O médico explica que o consumo excessivo de álcool durante qualquer fase do ciclo menstrual é significativamente associado a uma probabilidade reduzida de concepção em comparação com os que não bebem. “Isso é importante porque algumas mulheres que estão tentando engravidar podem acreditar que é ‘seguro’ beber durante certas partes do ciclo menstrual. Durante a fase lútea, que são as últimas duas semanas do ciclo menstrual antes que o sangramento começasse e quando o processo de implantação ocorre, não apenas beber pesado, mas também beber moderado foi significativamente associado a uma probabilidade reduzida de concepção”, explica.
“Se presumirmos que uma mulher típica, saudável e que não bebe na população em geral que está tentando engravidar tem aproximadamente 25% de chance de conceber durante um ciclo menstrual, então, de 100 mulheres, aproximadamente 25 que não bebem conceberiam em um ciclo particular, cerca de 20 que bebem moderadamente conceberiam e apenas cerca de 11 que bebem pesado conceberiam”, comenta o médico.
O trabalho também mostrou que cada dia extra de consumo excessivo de álcool foi associado a uma redução de aproximadamente 19% nas chances de conceber durante a fase lútea e uma redução de 41% durante a fase ovulatória. Os pesquisadores não encontraram nenhuma diferença em seus resultados entre os diferentes tipos de bebidas.
“Os possíveis mecanismos biológicos que podem explicar a associação entre o consumo de bebida e a redução das chances de engravidar podem ser que a ingestão de álcool afeta os processos envolvidos na ovulação, de modo que nenhum óvulo é liberado durante a parte ovulatória do ciclo, e que o álcool pode afetar a capacidade de um óvulo fertilizado se implantar no útero. Portanto, se quer engravidar, evite beber”, finaliza o Dr. Fernando Prado.
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