Cia de Teatro Heliópolis volta ao cartaz com Sutil Violento

Foto - André Murrer

Espetáculo reestreia hoje, dia 28 de julho, e segue com temporada até 04 de setembro

Após temporadas de sucesso em 2017 e 2018, o espetáculo Sutil Violento, da Companhia de Teatro Heliópolis, reestreia hoje, dia 28 de julho, na Casa de Teatro Maria José de Carvalho (sede do grupo), no Ipiranga, em São Paulo. A temporada segue até o dia 04 de setembro, de quinta a domingo, com ingressos gratuitos. Sutil Violento,com texto de Evill Rebouças e encenação do diretor e fundador da companhia Miguel Rocha , trata da violência sutil - visível ou comodamente invisível - presente em nosso cotidiano.

A encenação começa com um frenesi cotidiano, as pessoas correm. Não param. Mal se percebem. Desviam umas das outras, em alguns momentos se esbarram e, em átimos de atenção, reparam que existem outros, tão próximos e tão parecidos (ou tão diferentes?).

Ali, logo ali, há um corpo caído no chão. Será um homem ou um bicho? Apenas se cansou ou não respira mais? Queria comunicar algo, será que conseguiu? Um olhar mais atento ao entorno começa a revelar abusos, agressões, confrontos e opressões diárias: formas de coerção privadas ou públicas; sutis violências do nosso tempo, tão sutis que se tornam invisíveis, naturalizadas.

Foto - André Murrer

Miguel Rocha explica que o espetáculo aborda as microviolências por meio de uma estrutura fragmentada, tanto na cena quanto no texto. “A dramaturgia é composta por um conjunto de elementos: ações físicas, movimentos, música ao vivo e texto”, diz. Na encenação não há personagens com trajetórias traçadas, mas figuras cujas relações com o contexto social estão em foco, a exemplo da ‘mulher que é silenciada’ e do ‘jovem que usa sapatos de salto diante de olhares atravessados’. “As microviolências se revelam a partir dessas relações que se estabelecem entre essas pessoas e a sociedade”, argumenta.

A trilha sonora, de Meno Del Picchia, executada ao vivo (guitarra, violoncelo e percussão) também tem sua carga dramatúrgica em Sutil Violento, ajudando a estabelecer as tensões entre as figuras. Muitas vezes a força do discurso está na musicalidade ou na própria canção interpretada.

Outro ponto de destaque é o espaço cênico. A Companhia de Teatro Heliópolis optou pela instalação, criada por Marcelo Denny (1969-2020). Nada convencional, o cenário cedeu lugar a um ambiente todo na cor vermelha que propõe sensações diversas, já no primeiro contato do espectador.

Foto - André Murrer

O encenador diz que o espetáculo quer pontuar as microviolências do nosso tempo, do Brasil de hoje; quer mostrar que as pequenas ou sutis violências se potencializam mediante suas naturalizações. “Sutil Violento é muito mais provocação que denúncia. Cada pessoa vai compreender o espetáculo pela sua perspectiva. Por isso acho importante trabalhar com símbolos em cena, que reverberam sempre de forma diferente para cada um. O espectador vai se deparar com alguns deles em Sutil Violento. É importante fazer pensar. E um artifício bom para isto é mesmo a provocação”, afirma Miguel.

As apresentações integram o projeto Cárcere - Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos, contemplado pela 35ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo (elaborado para comemorar os 20 anos que a Companhia de Teatro Heliópolis completou em 2020). A temporada também acolhe oito sessões pelo ProAC Expresso Lei Aldir Blanc, Edital 44/2022 - Prêmio por Histórico de Realização em Teatro - Grupos, Companhias e Corpos Estáveis.

Ficha técnica
Sutil Violento
Encenação - Miguel Rocha
Texto - Evill Rebouças em processo colaborativo com a Cia. de Teatro Heliópolis
Elenco - Álex Mendes, Arthur Antonio, Dalma Régia, Davi Guimarães, Klaviany Kozy e Walmir Bess
Cenografia/Instalação - Marcelo Denny
Assistência de Cenografia - Denise Fujimoto
Figurino - Samara Costa
Iluminação - Toninho Rodrigues e Miguel Rocha
Direção Musical e Preparação Vocal - Meno Del Picchia
Assistência de Iluminação - Raphael Grem
Direção de Movimento e Preparação Corporal - Lúcia Kakazu
Músicos - Amanda Abá (violoncelo), Alisson Amador (percussão), Edézio Aragão (guitarra e sonoplastia)
Oficinas de Dança - Nina Giovelli e Camila Bronizeski
Oficinas de Voz e Canto - Olga Fernandez, Sofia Vila Boas e Lu Horta
Provocação Teórica e Prática - Maria Fernanda Vomero
Provocação (teatro épico) - Alexandre Mate
Provocação (teatro performático) - Marcelo Denny
Mesas de Debates - Marcia Tiburi, Leonardo Sakamoto, Bruno Paes Mando e Zilda Iokoi
Direção de Produção - Dalma Régia
Produção Executiva - Davi Guimarães e Leidi Araújo
Assessoria de Imprensa - Eliane Verbena | Verbena Assessoria
Idealização e Produção - Companhia de Teatro Heliópolis

Serviço
Sutil Violento
Temporada - de 28 de julho a 04 de setembro de 2022
Local - Casa de Teatro Maria José de Carvalho
Endereço - Rua Silva Bueno, 1533 - Ipiranga - São Paulo
Capacidade - 40 lugares.
Horário - quinta, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Duração - 60 minutos
Grátis
Reserva de ingressos aqui
Classificação - 14 anos
Informações 11 2060-0318

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