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Foto - Andreza Rodrigues |
Segunda peça da trilogia de pesquisa da Tô em Outra Cia. de Teatro sobre Teatro Grego e Periferia, Guerra de Papel - uma tragédia urbana musical é o novo espetáculo do grupo de repertório do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo. Estreia dia 03 de setembro, sexta-feira, às 21 horas, e cumpre temporada presencial no Teatro Viradalata até dia 26 do mesmo mês.
Haverá, ainda, transmissões pela Sympla nos mesmos dias e horários. Sexta e sábado às 21h. Domingo às 19h. Com duração de 60 minutos, em média, a encenação acontece ao vivo com atores e banda de quatro músicos (executando 12 músicas) no palco do Teatro Viradalata para uma plateia de 120 pessoas, 60 % da lotação do espaço. Duas câmeras e atores microfonados garantem as transmissões, realizadas também ao vivo para o público que optar por assistir online pelo YouTube e redes sociais da companhia. Será o mesmo espetáculo, presencial ou virtual.
Se na primeira peça da trilogia (Das Ruas, um Orfeu de Mochila), o grupo adaptou o mito de Orfeu e Eurídice para os tempos atuais, celebrando o amor, em Guerra de Papel a Tô em Outra Cia. de Teatro - sempre na estética do teatro musical - transporta o mito de Antígona para a contemporaneidade e retrata o luto. A reflexão proposta agora passa pelo precário ensino público brasileiro e o genocídio dos negros, principalmente em escolas periféricas, consequência do combate entre polícia e traficantes. Enquanto na mitologia grega, a figura de Antígona - filha do casamento incestuoso de Édipo e Jocasta - é aquela que tenta enterrar seu irmão, na peça da companhia ela é a personagem central, a mulher negra na luta para descobrir quem tirou a vida de seu filho Aramiz, morto em consequência de uma bala perdida dentro da sala de aula.
Depois da tragédia com o filho, Antígona estampa o rosto do menino nos jornais, camisetas e em sua janela, gritando em sua comunidade, fazendo sua própria guerra. “Queremos falar sobre as mortes nas periferias, sempre invalidadas pela mídia e pela polícia, que nunca realiza uma investigação séria para encontrar o culpado. Tipo o que vemos com o caso Marielle Franco. Um caso famoso, de uma vereadora periférica, pessoa pública, até hoje sem conclusão”, comenta o Diretor Geral Jorge Alves.
Sobre a encenação
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Foto - Andreza Rodrigues |
A Tô em Outra Cia. de Teatro se consolida pelo trabalho no âmbito de pesquisa em teatro grego e épico. Em Guerra de Papel, a proposta do grupo é pesquisar a interpretação dos atores a partir da técnica do dramaturgo e encenador alemão Bertold Brecht, Gestus, forma de interpretação do texto a partir do corpo. Este processo de interpretação pressupõe um método de construção de fora para dentro sem que os artistas se envolvam emocionalmente com as personagens.
Como no teatro épico, a proposta é o distanciamento do ator perante a personagem. Além, de inserir características de interpretação do teatro grego, como corpo e voz ampliados. Jorge destaca a presença do coro como essencial para a montagem, visto que Guerra de Papel, de acordo com ele, é uma manifestação. “E manifestação, para ter uma força maior, é feita pelo coletivo. Ele tem destaque na relação com o público, não raro quebrando a quarta parede”.
Sinopse
Contornado pelo mito de Antígona, a peça trata da tragédia que ocorre todos os dias nas periferias do Brasil, das balas encontradas em corpos e corpos perdidos. Guerra de Papel é a luta para se ter uma identidade. “Se nascemos, se temos nossas certidões, por que querem nos tirar e entregar uma certidão de óbito? Apagar nossos nomes, nossas histórias, é uma guerra para nos mantermos vivos”.
Ficha técnica
Guerra de Papel
Texto - Andreza Rodrigues e Thuane Campos
Direção Geral - Jorge Alves
Elenco - Mayara Tenório (Antígona), Thayna Rodrigues (Ismênia), Claudine Palhàres (Professora), Cinthia Tomaz (Ensamble), Larissa Noel (Favela e Ensamble), Renan Marques (Ensamble) Uédia Alves (Ensamble) e Vittor Oliver (Ensamble)
Direção Musical - Paulo Henrique Costa
Letras - Andreza Rodrigues, Jorge Alves, Paulo Henrique, Leo Matheus, Thuane Campos. Músicas - Jorge Alves, Leo Matheus e Paulo Henrique Costa
Arranjos Musicais - Paulo Henrique Costa e Leo Matheus
Músicos Instrumentistas - Fabrício Spezia (Piano e Teclas), Julio Lino (Baixo), Leo Matheus (Violão e Cavaquinho) e Tunuka (Percussão e apoio vocal)
Direção de Movimentos e Coreografias - Gustavo Medeiros
Figurino - Gabriela Araújo
Cenário - Heron Medeiros
Assistente de Direção - Andreza Rodrigues
Assistente de Produção - Thuane Campos
Design e Operação de Luz - Fernando Ferreira
Design de Som - Radar Sound
Programação Visual - Agência Artprint
Assessoria de Imprensa - Arte Plural | M. Fernanda Teixeira e Macida Joachim
Produção - Tô em Outra Produções Culturais
Realização - Tô em Outra Cia. de Teatro
Serviço
Guerra de Papel
Temporada - de 03 a 26 de setembro - sexta a domingo
Horário - sexta e sábado às 21h e domingo às 19h
Duração - 60 minutos
Sessão extra - dia 24 de setembro
No dia 17 de setembro não haverá sessão
Nos dias 11 e 18 de setembro haverá sessão acessível em Libras
Sessões presenciais e virtuais
Local - Teatro Viradalata
Endereço - Rua Apinajés, 1387 - Sumaré - São Paulo (Metrô Vila Madalena)
Capacidade (com protocolo de distanciamento) - 120 pessoas
Ingresso Presencial - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Ingresso Virtual - R$ 20,00 (valor único)
Ingressos serão disponibilizados na plataforma Sympla
Classificação - 12 anos
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