2021 inspira revisão de valores em meio a profundas transformações sociais


Por Virginia Gaia*

Ano será regido pelo planeta Vênus e sob um grande ciclo de Saturno. Determinação do planeta regente do ano segue tradição astrológica dos antigos caldeus

O ano de 2021 será marcado por grandes mudanças de conceitos em relação a tudo que é valorizado coletivamente, incluindo também o tema dos relacionamentos. Isso porque o seu regente, de acordo com a Astrologia caldaica, será o planeta Vênus, ainda sob a influência do grande ciclo de 36 anos de Saturno que teve início em 2017. Patrono das finanças, da beleza, das parcerias e das relações sociais, Vênus é o astro mais brilhante no céu, depois do Sol e da Lua, despertando fascínio no ser humano desde o início do processo civilizatório.

A influência do regente do ano é sentida coletivamente, de maneira simbólica, não afetando signos solares ou mapas astrais individuais, já que ela não reflete os movimentos dos planetas na esfera celeste que são utilizados para se fazer previsões. De qualquer forma, ela permeia os ânimos da sociedade e aponta quais serão os grandes temas ao longo dos próximos 12 meses. Assim, com a regência de Vênus, a grande reflexão será sobre o que deve ser prioridade daqui para frente, no âmbito individual e coletivo, para que receba atenção e investimentos.

A influência simbólica do regente anual deve ser analisada em conjunto com os movimentos dos astros na esfera celeste - os trânsitos astrológicos - que marcam a passagem dos planetas pelos signos do zodíaco. Dentre os trânsitos de destaque, por exemplo, teremos a grande conjunção de Júpiter e Saturno no signo de Aquário, marcando o início de um novo ciclo de 200 anos de encontros desses planetas em signos do elemento Ar. Esse fenômeno destacará uma intensificação ainda maior do uso da tecnologia, a ampliação da comunicação digital e o nascimento gradual de uma nova revolução científica.

A determinação do planeta regente do ano segue um cronograma cíclico determinado desde a Mesopotâmia, terra dos antigos caldeus. Povo semita de grande influência na formação cultural da humanidade que nos legou maravilhas arquitetônicas, como a Torre de Babel, os caldeus também se tornaram famosos por seus estudos astrológicos, que influenciaram inúmeros sistemas mágicos ao longo da história.

A regência por Vênus se dá pelo fato de 2021 ser o quinto ano de um ciclo de 36 anos regidos pelo planeta Saturno, patrono das grandes transformações sociais, que teve início em 2017. Assim, pode-se dizer que saímos de um período marcado pelo exercício da criatividade e da reinvenção individual, já que 2020 foi regido pelo Sol, para um ano no qual os valores pessoais serão revistos e novas formas de relacionamento estarão em destaque, dada a regência por Vênus. Tudo isso em uma sociedade que está em pleno processo de transformação coletiva, em virtude do grande ciclo de Saturno.

A sequência dos planetas regentes dos anos é estabelecida com base na Estrela dos Magos, também conhecida como Estrela Setenária, que tem em cada uma de suas sete pontas o que, para a Astrologia, representam planetas que podem ser vistos a olho nu: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Apesar da designação do planeta regente não ser adotada por todos os astrólogos, ela é especialmente popular entre aqueles que seguem uma abordagem ocultista dessa técnica milenar. Um dos astrólogos mais influentes no estudo da Astrologia Caldaica foi, sem dúvida Walter Gorn Old, mais conhecido por Sepharial, nome que escolheu como pseudônimo com base na linguagem angelical e nos seus estudos do alfabeto enoquiano.

Sepharial publicou diversos livros sobre Astrologia e Ocultismo, nos quais registrou as técnicas utilizadas pelos antigos caldeus para determinar regências planetárias para os ciclos de tempo. Influente autor do século XIX, ele tem um papel fundamental para que pudéssemos ter acesso a esses estudos na atualidade.

O sistema que utiliza a sequência de planetas dispostos na Estrela Setenária é especialmente importante para a determinação, para além dos anos, dos dias e dos horários planetários, sendo largamente utilizada em sistemas mágicos de escolas famosas na formação do pensamento ocultista no Ocidente, como a Sociedade Teosófica e a Ordem Hermética da Aurora Dourada.

Do ponto de vista ocultista, a regência de Vênus representa uma grande oportunidade para o trabalho com o simbolismo feminino, resgatando mitos que relacionem a geometria sagrada a ritos de iniciação que conciliem luz e sombra, visto que o movimento de Vênus no céu desenha um pentagrama ao redor da Terra.

Será, portanto, um ano muito rico para buscar a iluminação com toda a magia do astro conhecido na Antiguidade como “Estrela da Manhã” ou “Estrela Vespertina”, dada a sua característica de ser o “Portador de Luz” que cruza a linha do horizonte.

*Virginia Gaia é Astróloga, taróloga, psicanalista e terapeuta holística. Também ministra cursos e palestras para audiências variadas. Presença constante como especialista em diversos meios de comunicação.

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