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Rafael Resaffi - Avenida São João 1970 - óleo sobre tela |
A Galeria de Arte André inaugura, dia 21 de agosto, a exposição Desconstruindo o hiper-realismo, uma mostra do artista Rafael Resaffi em diálogo com André Crespo e Ricardo Cherbeluka. Com curadoria de Sonia Skroski (in memoriam) e Octávio Guastini, a mostra exibe 42 pinturas que trazem à tona a temática urbana paulistana em três poéticas distintas.
Com texto de abertura do crítico e curador Mario Gioia, a exposição traz a relação dos três artistas com a cidade. O paulistano Rafael Resaffi apresenta 24 trabalhos produzidos ao longo dos últimos sete anos. Ele traz diferentes perspectivas da cidade, com enfoques na Avenida Paulista e centro antigo e as apresenta num espaço exclusivo. Em sala conjunta, André Crespo e Ricardo Cherbeluka fazem um diálogo complementar às obras de Resaffi, com suas visões a respeito da cidade em pinturas em que a urbanidade se apresenta de modos distintos.
O artista de ascendência italiana Rafael Resaffi expõe 24 obras produzidas ao longo dos últimos sete anos. Com pinturas em óleo sobre tela, o artista que se autointitula ‘paulistano, urbano, observador e apaixonado por arquitetura’ apresenta uma série elaborada em situações diversas da Avenida Paulista. Com diferentes perspectivas, a Avenida icônica da cidade é vista sob o olhar do pintor ao cair da tarde, sob a chuva, em várias estações do ano, durante o dia ou de madrugada e sob diferentes planos do olhar. ‘Sempre morei nessa região’, conta o artista. ‘Sou fascinado pela Avenida’.
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André Crespo - Dois tempos - acrílica sobre tela |
Assim, Resaffi ressalta e dá dramaticidade à arquitetura e pujança da avenida-símbolo de São Paulo, com suas luzes, ciclovia, pedestres, casarões e prédios antigos, e também as recentes mudanças na avenida. Além da Paulista, Rafael faz incursões ao centro da cidade ao pintar esquinas da Rua da Consolação, Avenida Ipiranga, Praça Roosevelt, Avenida São Luiz, e a Marginal Pinheiros.
“Resaffi não foge dos espelhamentos entre o construído e o informe, o movimentado e o estanque, os fluxos e as sedimentações e, de um olhar mais apurado sobre tal lócus, continua a extrair flashes, extratos e fragmentos poéticos e surpreendentes”, escreve Mario Gioia no texto de abertura da exposição.
O também paulistano André Crespo apresenta cerca de 10 obras, a maioria delas recém-criadas. A pintura de Crespo, feita em acrílica, acentua contrastes ao utilizar as cores de forma própria, usando complementos cromáticos numa imersão à cidade contemporânea. Para Mario Gioia, André Crespo “cria suas relações pictóricas”, “tendo como foco os ritmos e fluxos da cidade, trazendo com ênfase características comuns desses dias, como a impessoalidade e a hipercirculação”.
As oito obras de Ricardo Cherbeluka presentes na exposição- assim como os outros dois artistas-, têm uma assinatura visual própria. Nascido na Rua Frei Caneca, Ricardo é um apaixonado pela cidade, onde caminha portando uma câmera fotográfica para capturar instantes ou mesmo espaços arquitetônicos em transformação, como é o caso da obra Bexiga, em que o artista inusitadamente se inclui na tela para mostrar uma esquina que será modificada por uma intervenção.
Na exposição, Cherbeluka mostra seus dois últimos anos de trabalho com sua paleta de tons terrosos (influência do barroco holandês) em cafés, bares, esquinas, casarios antigos, túneis e terminais que trazem sua pincelada e também seu olhar aos contrastes da grande metrópole. Suas obras, pontua Mario Gioia, “são um interessante exercício sobre como esse universo pode alimentar um outro da pintura e como a contemporaneidade pode fincar interesse, algo nostálgico, por procedimentos feitos faz muito no universo da arte”.
André Crespo nasceu em São Paulo, em 1978, onde vive e trabalha. Foi assistente de Newton Mesquita, na capital paulista, e cursou Lapidação em pedra bruta em Campos, Rio de Janeiro. Já expôs nos Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, França. Entre as principais estão o Salão Nacional de Belas Artes, do Museu do Louvre, de Paris, em exposição coletiva, e da II Bienal de Artes de Brasília. Em Nova Iorque, participou da Pier94, uma feira internacional de arte localizada próxima ao Hudson River.
Rafael Resaffi vive e trabalha em São Paulo, onde nasceu em 1967. O artista já expôs em Portugal, Argentina e Estados Unidos. No Brasil, já teve suas obras expostas em grandes feiras como SP-Arte, em diversas edições; em cerca de oito edições da tradicional Chapel Art Show, e também de feiras internacionais, em mais de uma edição da ArteBA, em Buenos Aires, da Arteamericas, em Miami e da Arte Lisboa, em Portugal. Apresentou sua obra também na Paralela, exposição paralela à 26ª Bienal de Arte de São Paulo, com curadoria de Moacir dos Anjos.
Ricardo Cherbeluka é nascido em São Paulo em 1978. Licenciado em Artes, participou de diversos cursos e workshops no Brasil, Argentina e Espanha, além de ter lecionado educação artística na Fundação Instituto Tecnológico de Osasco e no Colégio São João Gualberto. Já expôs em São Paulo, Minas Gerais, Madrid e Buenos Aires. O artista tem obras no acervo do Centro Cultural Pedro Bortolosso (Secretaria de Cultura de Osasco) e Museu Casa de América, em Madrid, além de constar em acervos particulares na Itália, EUA, França, Canadá, China, Espanha, Argentina e Brasil. Ganhou diversos prêmios, entre eles a condecoração do secretário de cultura de Osasco pelos serviços prestados à arte da cidade, além de premiações do Salão Internacional da Mulher Museu da Marinha, Salão de Artes ACM, Salão de Artes de Arceburgo, entre outros.
Sobre a Galeria
Considerada a maior galeria da América Latina, a Galeria de Arte André foi fundada em 1959 pelo romeno André Blau. Com duas unidades, a galeria conta com um espaço de 1.553 metros quadrados na Rua Estados Unidos, além de sua unidade dedicada à tridimensionalidade na Rua Gabriel Monteiro da Silva, ambas referências no mercado da arte brasileira.
Sendo fiel ao perfil de atuação da Galeria e no trabalho de formação de um quadro de artistas contemporâneos, a jovem Juliana Blau optou por reforçar o compromisso da André com a pintura e a tridimensionalidade. Desta forma, a atual e recente diretora da galeria elegeu essas mídias para realizar um trabalho instigante com artistas emergentes e já conhecidos, repletos de novas ideias, discursos e disposição para explorar as infinitas opções que ainda existem dentro desses campos.
Desde sua fundação, a galeria também se especializou na revenda de obras de arte de artistas renomados como Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Carlos Araujo, Carlos Scliar, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg, Guignard, Hector Carybé, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Roberto Burle Marx, Sonia Ebling e Tomie Ohtake.
Serviço
Abertura da exposição Desconstruindo o hiper-realismo
Artistas André Crespo, Rafael Resaffi e Ricardo Cherbeluka
Curadoria de Sonia Skroski (in memoriam) e Octávio Guastini
Abertura dia 21 de agosto, terça-feira, às 20h
Em cartaz até 22 de setembro de 2018
Estacionamento próprio com manobrista
Horários de funcionamento
Segunda a sexta-feira, das 10h às 20h
Sábados, das 10h às 14h
Entrada gratuita
Acesso para deficientes
Galeria de Arte André
Endereço - Rua Estados Unidos, 2280
Tel. 11 3081-3972 3081-9697 3063-0427
Para mais informações clique aqui
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