Teatro Sesc Anchieta tem sua história reconstruída em livro


Fruto de anos de pesquisa e coleta documental, Teatro Sesc Anchieta: um ícone paulistano se vale de textos, imagens, depoimentos e outros registros para compor um amplo mosaico sobre a história de uma das mais importantes salas de teatro da cidade de São Paulo

Um dos mais prestigiosos teatros da capital paulista desde a década de 1960, seu palco já acolheu artistas como Bibi Ferreira, Cleyde Yáconis, Eva Wilma, Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Paulo Autran, Paulo José, Raul Cortez, entre tantos outros. Além de trazer ensaios críticos, imagens e fichas técnicas dos espetáculos apresentados na casa, a obra Teatro Sesc Anchieta: um ícone paulistano exprime a importância do projeto político-cultural que embasou as ações nesse espaço, desde sua inauguração até hoje, com especial destaque para o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), sob a direção de Antunes Filho.

Além da extensa pesquisa, seleção de textos e imagens de acervo, o projeto também se vale de depoimentos emocionados de quem participou ou foi testemunha de encenações no Anchieta. Assim, a obra reúne diferentes vozes e gerações para resgatar a memória desse espaço que é referência para a classe artística e um ícone para o público. Contribuíram com relatos preciosos nomes como Antunes Filho, Cleyde Yáconis, Danilo Santos de Miranda, Gabriel Villela, Giulia Gam, José Cetra Filho, J.C. Serroni, Lee Taylor, Lígia Cortez, Maria Alice Vergueiro, Marília Pêra, Sérgio Mamberti, entre outros.

“Desde sua inauguração, em 1967, firmou-se entre o Teatro Sesc Anchieta e a cidade de São Paulo uma relação intensa, contínua, o que transformou o local em um ícone paulistano, um ponto de referência tanto para o público quanto para a classe artística no que tange à pertinência da arte ali realizada, assim como dos debates por ela fomentados”, Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo.

O livro é organizado em três partes. A primeira oferece uma contextualização histórica desde antes da construção do Teatro Sesc Anchieta até a atualidade. Ao longo de seis capítulos, tomamos conhecimento da política cultural que norteou as ações e projetos ali desenvolvidos, como a criação do Centro de Pesquisa Teatral - CPT, sob a direção de Antunes Filho, a realização de jornadas, festivais e mostras de teatro amador e profissional, assim como o acolhimento de espetáculos estrangeiros marcantes pela relevância de seus textos, artistas e montagens.

“O Teatro Anchieta é um porto”, Antunes Filho.

A segunda parte apresenta reflexões de dez grandes nomes ligados ao teatro brasileiro: Ivan Delmanto, Jacó Guinsburg, João Roberto Faria, Mariangela Alves de Lima, Maria Thereza Vargas, Newton Cunha, Sebastião Milaré, Sérgio de Carvalho, Silvana Garcia e Silvia Fernandes. A terceira parte, por sua vez, traz uma preciosa cronologia e fichas técnicas dos espetáculos encenados no espaço de 1967 a 2016.

“O Teatro Sesc Anchieta é, no Brasil, o mais importante centro renovador e alimentador da nossa cultura teatral contemporânea”, Fernanda Montenegro.

Coleção Memórias

A obra integra a Coleção Memórias das Edições Sesc São Paulo, que apresenta publicações voltadas à divulgação metodológica de ações e reflexões acerca das políticas da memória e da preservação de acervos, além de pesquisas temáticas e iconográficas, organizadas a partir de documentação gerada, mantida e guardada pelo Sesc São Paulo.

Sobre os Autores

Alexandre Mate é mestre em teatro-educação pela ECA/USP e doutor em história social pela FFLCH/USP. Professor de graduação e pós-graduação no IA/Unesp e pesquisador de teatro com inúmeras publicações e participações nas mais importantes comissões de seleção de projetos na área teatral.

Ivan Delmanto é diretor teatral, dramaturgo e educador. Bacharel em direção teatral pela ECA/USP, é mestre em teoria literária e literatura comparada pela FFLCH/USP e doutorando no departamento de Artes Cênicas da ECA/USP, na área de teoria teatral. Como dramaturgo e assistente de direção, trabalhou em BR-3, do Teatro da Vertigem. Desde 2000, é diretor e dramaturgo da II Trupe de Choque. Atua no Programa Vocacional, tendo exercido diferentes funções desde 2004.

Jacó Guinsburg é professor titular aposentado de estética teatral e teoria do teatro da ECA/USP, jornalista, crítico literário e teatral, tradutor e editor. É autor, entre outros títulos, de Diálogos sobre teatro (com Armando Sérgio da Silva, 1992); Aventuras de uma língua errante: ensaios de literatura e teatro ídiche (1996); Stanislávski e o Teatro de Arte de Moscou (2001). Organizador da Coleção Judaica, em 13 volumes, e dos escritos de Anatol Rosenfeld, publicados pela editora Perspectiva.

João Roberto Faria é professor titular de literatura brasileira na FFLCH/USP, pesquisador do CNPq e membro do Nupebraf - Núcleo de Pesquisa Brasil-França do IEA/USP. Entre outros títulos, é autor de O teatro realista no Brasil: 1855-1865 (1993) e Ideias teatrais: o século XIX no Brasil (2001). Colaborou para Décio de Almeida Prado: um homem de teatro (1997) e foi um dos coordenadores do Dicionário do teatro brasileiro: temas, formas e conceitos (2006; 2ª ed. 2009). Em 2008, organizou o volume Machado de Assis: do teatro - Textos críticos e escritos diversos, reunindo a produção crítica do escritor sobre teatro.

Mariângela Alves de Lima é crítica, ensaísta e pesquisadora. Formada pela ECA/USP, exerceu a crítica teatral no jornal O Estado de S. Paulo de 1971 a 2011. Integrou a equipe de pesquisa do Idart, órgão da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, entre 1978 e 1987. É autora, entre outros, de Teatro operário na cidade de São Paulo: teatro anarquista (com Maria Thereza Vargas, 1980), além de Imagens do teatro paulista (1985). Com José Arrabal, escreveu Anos 70 – Teatro (1980) e O nacional e o popular na cultura brasileira – Teatro (1983).

Maria Thereza Vargas é pesquisadora e historiadora do teatro brasileiro. Formou-se em dramaturgia e crítica pela EAD/USP. Entre 1975 e 1997, foi pesquisadora do Idart, órgão de pesquisa ligado à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Entre suas principais publicações estão: O teatro operário na cidade de São Paulo: teatro anarquista(com Mariangela Alves de Lima, 1980); Uma atriz: Cacilda Becker (com Nanci Fernandes, 1983); Giramundo: o percurso de uma atriz – Myrian Muniz (1998); Cem anos de teatro em São Paulo (com Sábato Magaldi, 2000).

Newton Cunha foi animador e programador cultural no Sesc São Paulo entre 1972 e 2007. É formado em jornalismo e pós-graduado em filosofia pela Sorbonne. É autor de A felicidade imaginada: as relações entre os tempos de trabalho e de lazer (1987) e do Dicionário Sesc, a linguagem da cultura (2003). Traduziu: Ética contra estética, de Amélia Valcárcel; Diderot, o enciclopedista; Descartes, obras selecionadas; O teatro espanhol do século de ouro, textos de Juan del Encina; A música grega, de Théodore Reinach.

Sebastião Milaré foi jornalista, escritor, crítico e pesquisador de teatro. Atuou como crítico teatral na revista Artes por duas décadas. Foi curador de teatro do Centro Cultural São Paulo por 15 anos. É autor dos livros Antunes Filho e a dimensão utópica (1994); Batalha da quimera (2009); e Hierofania: o teatro segundo Antunes Filho(Edições Sesc, 2010), entre outros textos publicados em revistas e obras coletivas como Estrategias postmodernas y postcoloniales en el teatro latinoamericano, organizada por Alfonso de Toro (2004), além de peças teatrais como A solidão proclamada (1998).

Silvana Garcia é pesquisadora, dramaturgista e professora da ECA/USP. É autora dos livros Teatro da militância (2005) e As trombetas de Jericó: teatro das vanguardas históricas (1997) e de inúmeros ensaios sobre teatro brasileiro, publicados no país e no exterior. Foi diretora da Divisão de Pesquisas/Idart (Centro Cultural São Paulo/Secretaria Municipal de Cultura, 2001-2004) e coordenadora para São Paulo do Projeto Royal Court de Dramaturgia (2002-2004). Integra a Cátedra Itinerante de Teatro Latino-Americano e pertence ao núcleo gestor do Archivo Virtual de Artes Escénicas (Universidade Castilla-La Mancha, Espanha).

Sílvia Fernandes é professora titular do departamento de Artes Cênicas da ECA/USP. Pesquisadora do CNPq, atua nas áreas de teatro brasileiro contemporâneo e teoria teatral. Foi docente do departamento de Artes Cênicas do IA/Unicamp e pesquisadora do Idart, ligado à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Entre outros trabalhos, publicou Memória e invenção: Gerald Thomas em cena (1996) e Teatralidades contemporâneas (2010). Organizou com Jacó Guinsburg, em 2008, O pós-dramático: um conceito operativo?.

Sérgio de Carvalho é jornalista, diretor, dramaturgo, crítico teatral e professor de teoria do teatro e literatura dramática no departamento de Artes Cênicas do IA/Unicamp. Assinou a dramaturgia de O paraíso perdido, primeiro trabalho de Antônio Araújo à frente do Teatro da Vertigem. Em 1997, com outros artistas, fundou a Cia. do Latão, responsável pelas montagens de Santa Joana dos matadouros (1998), A comédia do trabalho (2000) e Círculo de giz caucasiano (2006), entre outros trabalhos.

Ficha técnica
Teatro Sesc Anchieta: um ícone paulistano
Coleção Memórias
Edições Sesc São Paulo
Páginas - 368
Preço - R$ 69,76
Para mais informações ou comprar clique aqui

Serviço
Lançamento do livro Teatro Sesc Anchieta: um ícone paulistano
Bate-papo com Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo, Antunes Filho, diretor do CPT (Centro de Pesquisa Teatral) e com o ator e diretor teatral Sérgio Mamberti
Data - 05 de junho de 2018 - terça-feira
Horário - 19h30
Local - Teatro Sesc Anchieta - Sesc Consolação
Endereço - Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque - São Paulo
Retirada de ingressos a partir das 14h do dia 5 de junho na bilheteria da unidade
Grátis

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