Criptografia e privacidade de dados em jogos e oficinas para crianças na Cinemateca Brasileira


Promovidas pelo LabHacker, as atividades são gratuitas e estão na programação da 5ª edição da CryptoRave

Aconteceu um assassinato na Cinemateca Brasileira - assassino, local e arma do crime ainda não são conhecidos. Há pistas por todos os cantos, porém estão codificadas. Há apenas uma forma de desvendar o crime: aprender conceitos e técnicas de criptografia e decodificar as mensagens.

As informações acima são do jogo “Detetive Criptográfico: o assassinato na CryptoRave”, uma das atividades que o LabHacker, laboratório de arte, política e tecnologia, promove no próximo dia 05 de maio (sábado), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, para ensinar criptografia e privacidade de dados para crianças. A programação infantil, batizada de CryptoKids, compõe a 5ª edição da CryptoRave, maior encontro brasileiro sobre criptografia, com 36 horas ininterruptas de atividades gratuitas.

Privacidade e segurança da informação são algumas das questões centrais deste século. Hoje, muitas crianças já têm seu próprio tablet ou celular, então precisam entender o que compartilham, com quem compartilhar e como podem garantir que suas conversas continuem privadas. Toda hora explodem escândalos na mídia, portanto prepará-las desde cedo para lidar com esse novo mundo é um trabalho essencial, observa Pedro Markun, hacker da política e diretor do LabHacker.

Além do “Detetive Criptográfico”, outros jogos e oficinas integram a programação infantil, como o “Scytale”, uma ferramenta de criptografia utilizada pelo espartanos em campanhas militares; o “Disco de Jefferson”, inventado em 1795 por Thomas Jefferson alguns anos antes dele se tornar presidente dos Estados Unidos; e o “Pigpen”, uma cifra inventada e utilizada pelos Maçons no século 17. Confira mais detalhes sobre a programação infantil promovida pelo LabHacker na CryptoRave 2018:

Detetive Criptográfico: o assassinato na CryptoRave

As crianças deverão decodificar variadas pistas, espalhadas pela Cinemateca Brasileira, para descobrir informações sobre um assassinato ocorrido na CryptoRave, como a identidade do assassino, a arma do crime e o local exato o assassinato. Os seis suspeitos são: Coronel Mostarda, Professor Black, Dona Violeta, Sr. Marinho, Srta. Rosa e Dona Branca. Os nove locais possíveis são: Hall, Sala de Estar, Cozinha, Sala de Jantar, Salão de Festas, Sala de Música, Salão de Jogos, Biblioteca e Escritório. E as seis possíveis armas do crime são. As crianças serão acompanhadas pelos facilitadores do LabHacker, que aproveitarão o momento de decifrar as pistas para apresentar conceitos de criptografia.

Scytale

Ferramenta de criptografia utilizada pelo espartanos em campanhas militares. Consiste numa tira de pergaminho enrolada em torno de um cilindro. Para decodificar e ler a mensagem, o destinatário utiliza uma haste do mesmo diâmetro em que o pergaminho está enrolado.

Disco de Jefferson

Inventado por Thomas Jefferson em 1795, o Disco de Jefferson só foi ser realmente utilizado no Exército Americano entre 1923 e 1942 pelo Comandante Etienne Bazeries. É feito com uma série de discos, cada um com o alfabeto de A a Z embaralhado, utilizados para decodificar as mensagens.

Cifra de César (ROT-13)

A Cifra de César foi nomeada em homenagem a Júlio César que, segundo o escritor romano Suetônio, a usava com uma troca de três posições para proteger mensagens de significado militar. Para codificar uma mensagem com essa cifra, você precisa rotacionar as letras um número específico de posições - 3 no caso da cifra original de César - assim o A viraria D, o D viraria G e o Z viraria C, por exemplo. "CESAR" viraria " FHVDU".

Pigpen

Em 1533, Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim publica De occulta philosophia, em Colônia, na Alemanha. No livro 3, capítulo 30, descreve sua cifra de substituição monoalfabética, hoje conhecida como cifra Pigpen. A tradução literal do nome da cifra é “chiqueiro” e vem do fato de que cada uma das letras (os porcos) é colocada numa "casa" (o chiqueiro).

Sobre o LabHacker

Criado em 2014, o Laboratório Brasileiro de Cultura Digital, também conhecido como LabHacker, é um ponto de encontro entre ideias e ações, onde jornalistas, gênios da computação, engenheiros, gastrônomos e estudantes são convidados a participar da construção colaborativa de boas práticas sociais. O objetivo é criar um espaço onde pessoas com diferentes conhecimentos possam desenvolver, por meio da tecnologia, a inclusão da sociedade civil nos processos políticos de maneira transparente.

Sobre a CryptoRave

Em sua 5ª edição, a CryptoRave acontece nos dias 4 e 5 de maio, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, com o tema “Um Spectre nos ronda”, em referência à massificação dos riscos da vigilância a partir do desenvolvimento de novas formas de coleta e processamento de dados. Na programação, 36h de atividades gratuitas e ininterruptas, com foco na conscientização, formação e desenvolvimento de soluções e políticas de privacidade, criptografia e segurança. A CryptoRafe é uma iniciativa das organizações Actantes, Encripta Tudo Unicamp, Escola de Ativismo, Intervozes e Saravá.

Serviço
5ª edição da CryptoRave
Data - 05 de maio - sábado
Horário - das 10 às 14h.
Local - Cinemateca Brasileira
Endereço - Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo
Grátis

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