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Tônia Carrero e Paulo Autran em 'Macbeth', de William Shakespeare, 1970. Direção de Fauzi Arap. Foto - Cedoc/Funarte |
Tônia Carrero, cujo nome de batismo é Maria Antonietta Portocarrero Thedim, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1922, em uma família de militares e se formou em educação física no ano de 1941. Sua formação como atriz foi obtida em cursos em Paris, quando já era casada com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai do ator e diretor Cecil Thiré.
Na França Tônia teve aulas com grandes atores, dentre eles Jean-Louis Barrault (conhecido por filmes de grande sucesso como O Boulevard do Crime na década de 1940 e Casanova e a Revolução na década de 1980). Ao retornar ao Brasil em 1947, então com 25 anos, estrelou seu primeiro filme, “Querida Suzana”, de Alberto Pieralise. ao lado de Anselmo Duarte, Nicette Bruno e da bailarina Madeleine Rosay.
No ano 1949, subiu aos palcos pela primeira vez em “Um Deus Dormiu Lá em Casa”, com Paulo Autran. A produção havia sido realizada pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, sob direção artística de seu segundo marido, o ator e diretor italiano Adolfo Celi.
Com Celi e Paulo Autran, formou a Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), que nos anos 1950 e 1960 revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni (dramaturgo italiano responsável por revitalizar a commedia dell'arte no século XVIII), e de vanguarda, como Jean-Paul Sartre.
No cinema, a convite do empresário Franco Zampari, ela integrou a Cia Cinematográfica Vera Cruz, da qual tornou-se um dos rostos mais conhecidos. Foi protagonista de “Apassionata” (1952), de Fernando de Barros; “Tico-tico no Fubá” (1952), de Adolfo Celi; e “É Proibido Beijar” (1954), de Ugo Lombardi.
Na televisão, Tônia é conhecida por papéis como Stella Fraga Simpson, um de seus personagens mais marcantes, em “Água Viva” (1980), e a Rebeca, de "Sassaricando". Sua última novela foi “Senhora do Destino” (2004), de Aguinaldo Silva, na qual fez uma participação especial.
No cinema, sua última aparição foi em “Chega de Saudade” (2008) e no teatro atuou pela última vez em 2007, aos 85 anos, em 'Um Barco Para o Sonho', de Alexei Arbuzov, peça produzida pelo filho Cécil e dirigida pelo neto Carlos Thiré.
Ao longo de sua carreira, Tônia Carrero participou de 54 peças teatrais, 19 filmes e 15 novelas. Ela é classificada pelo projeto Brasil Memória das Artes, da Funarte, como "diva e dama" e "referência de beleza, inteligência e talento na história do teatro brasileiro".
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